AINDA estão fumegando as cinzas das celebrações do 18º Festival do Charuto Havana, que reuniu na capital cubana, entre os dias 29 de fevereiro e 4 de março, mais de dois mil delegados de mais de 60 países, no maior encontro internacional para os fãs do melhor charuto do mundo.
Nesta edição, Cohiba, a marca de charutos mais emblemática, teve um papel de destaque, com a comemoração do 50º aniversário de sua criação, festejado com grande pompa na cerimônia de gala de encerramento, efetuada no recinto de feiras Pabexpo.
Neste contexto, a notícia mais importante foi a apresentação e lançamento do novo Cohiba Médio Siglo (com 52 x 102 mm de comprimento), lançamento que foi incorporado à pasta regular dessa marca, dentro da Linha 1492.
Igualmente, particular interesse despertou entre fabricantes e fornecedores do mundo do fumo, em artesãos, colecionadores e distribuidores de acessórios para o fumante mais duas edições especiais desta marca para a ocasião: um umidificador de design ‘vintage’, de tiragem limitada, que continha em seu interior charutos da exclusiva marca Cohiba Majestuoso 1966, de formato inédito )58 x 150 mm de comprimento).
Ainda, um umidificador de luxo cabinet “Cohiba 50º Aniversário”, uma série única e não repetida de tão só 50 umidificadores (recobertos com autenticas folhas de fumo cubano banhadas em ouro de 24 quilates), que contêm em seu interior 50 charutos havanas cada um deles enumerados individualmente.
Esta variedade tem um comprimento de 60 x 178 mm e é a primeira no dossiê dos charutos havanas que atinge os 60 milímetros, desenhada especialmente para esta ocasião.
Os 2,5 mil charutos havana dessa edição têm sido elaborados com o sabor mais característico desta marca, ao longo de suas cinco décadas de existência, totalmente à mão, com tripa longa, na usina de El Laguito, em Havana.
Por seu lado, o umidificador foi elaborado com madeira de lei, como ébano de Macasar, sicômoro e o cedro guarea cedrata. Foi realizado pela firma Elie Bleu, a partir do design de Jean-Philippe Martin.
As folhas utilizadas na elaboração do Cohiba constituem a seleção mais requintada nas fazendas ou fumais dos municípios de San Juan y Martínez e San Luis, na zona de Vuelta Abajo, da província de Pinar del Rio.
Se na noite do encerramento a marca Cohiba atraiu a atenção, outra marca, desta vez a Hoyo de Monterrey teve seu papel na Noite de Boas-Vindas, no belo enclave do Antigo Armazém do Fumo e a Madeira, situado na área de San José, no porto de Havana.
Esta é a primeira reserva de Hoyo de Monterrey, com seu icônico anel Epicure No 2 (50 x 124 mm). Todas as folhas que compõem este charuto (tripa, camadas e capa) foram submetidas a um longo e bem cuidado processo de envelhecimento de três anos, dando como resultado uma produção única e exclusiva de cinco mil caixas numeradas, que representam a absoluta excelência da marca e que, sem dúvida, terão uma excelente acolhida por parte dos fãs dos charutos havanas.
A Hoyo de Monterrey é uma das marcas mais antigas e de maior prestígio dos charutos havanas. Seu nome comercial remonta ao ano 1865 e seu nome vem do fumal ou plantação com esse mesmo nome situada em San Juan y Martínez, no coração de Vuelta Abajo. Essa reserva aprofunda no caráter único dos charutos cubanos como Denominação de Origem Protegida.
Outras marcas e variedades lançadas durante o evento, que constituem novidades, foram a Cuaba 20 Aniversario, H. Upmann Magnum 54, bem como as edições limitadas 2016: Montecristo Dantes, Romeo y Julieta Capuletos e Trinidad Topes Habanos envelhecidos.
Desfrutar destes charutos exclusivos nesta terra rebelde e hospitaleira é, sem dúvida, como descobrir as raízes e segredos de uma tradição acumulada durante séculos na cultura do fumo em Cuba, transmitida desde os aborígines até a atualidade.
DIAS INTENSOS
Os delegados e convidados nacionais e estrangeiros desfrutaram de momentos especiais do Festival, que abrangeu desde a tradicional visita às plantações de fumo em Vuelta Abajo, na província de Pinar del Río, até os percursos pela fábrica El Laguito, casa matriz da marca Cohiba, a Feira Comercial, o Seminário Internacional com suas aulas e conferências magistrais lideradas por reconhecidos especialistas no mundo dos Havanas, assim como degustações e maridagens com produtos exclusivos com vinhos Chianti, o uísque Royal Salute 21 anos da empresa Pernod Ricard, o vinho Puro Blanco de Bodegas Torres, os runs Tributo e Unión da companhia Havana Club, e Caney e Isla del Tesoro da corporação Cimex e da empresa Cubaron, respectivamente, e outros.
OS PARTICIPANTES OPINAM
Para o vice-presidente de Desenvolvimento de Habanos. S.A., o espanhol Javier Terréz de Ercilla, o Festival dos Havanas é o maior evento de relações públicas do mundo do charuto Premium.
“Não existe em nenhum outro país um evento como este, no qual ao longo de uma semana se concentrem duas mil pessoas, de mais de 60 países ao redor da cultura do Havana. É como uma vitrine única para lançar as novidades, lançar nossos produtos e dialogar com os consumidores”.
“Levo trabalhando em Cuba desde o ano 2000 e cada vez mais amadores dos havanas feitos nesta Ilha vêm, o qual faz com que nos esforcemos cada ano para oferecer o melhor aos nossos clientes”, afirma este homem oriundo de Madri.
À pergunta de que significa no individual a companhia na qual é executivo, confessa: “Acredito que qualquer pessoa que trabalhe em Habanos S.A. tem que ser ciente de que é um privilégio, pois está em contato com um produto único e líder no mercado mundial; um produto que representa Cuba em todos seus sentidos”, expressa.
Ao mesmo tempo, o australiano-canadense Dwight Mullaly-Zakus, professor universitário aposentado de 65 anos, considera o Festival do Charuto Havana um grande evento e único, no qual participa pela primeira vez.
Após explicar que este é sua terceira viagem à Ilha maior das Antilhas, revela com um claro brilho em seus olhos sexagenários seu amor “pelos Havanas, por Cuba e seu povo”. “Gostaria de mudar-me e ficar vivendo neste país com minha esposa”, afirma.
REALIDADES E DESAFIOS
Habanos S.A., que comercializa de forma exclusiva no mundo 27 marcas de charutos, conseguiu faturar em vendas no ano 2015 um montante de 428 milhões de dólares, o que representou um crescimento de 4% a tipo de câmbio constante em relação com o ano anterior. Esse resultado foi qualificado de positivo pelo copresidente desta empresa mista, Luis Sánchez-Harguindey.
E é que respaldado por sua exclusividade e apreciado pelos fumantes de charutos Premium em todo o mundo, a liderança do Havana se converteu em absoluto em nível global. Vende-se em 165 países, exceto nos EUA, devido às leis do bloqueio contra Cuba.
Este 28º Festival representa assim o contexto perfeito para desfrutar da paixão pelos charutos havanas.
