
ENTRE a visita de Barack Obama, o concerto dos Rollings Stones e o jogo do time de beisebol Tampa Bay Rays, estão concentradas atualmente as opiniões nas ruas de Havana. Tanto faz se a pessoa vai montada em um calhambeque dos que são usados como táxis ou está reunida no trabalho, se leva as crianças à escola ou faz fila para comprar pão. Ali, onde menos se espera, fala-se do presidente, dos músicos britânicos ou do time das Major Leagues.
Os corredores amplos do Hotel Meliá Habana não escapam ao entusiasmo que inunda o presente março.
Procedente da cidade norte-americana de São Francisco, Gres Massialas acredita que é maravilhoso que Obama venha porque Cuba é vizinha dos Estados Unidos. “Estudei em Cuba ao redor de doze vezes, desde minha primeira chegada em 1991, e sei que a gente de Cuba sempre tem sido amistosa. Desafortunadamente, muitos norte-americanos não puderam vir, mas espero que essa realidade mude”.
Ao tempo que reconhece que o reatamento das relações entre Cuba e os Estados Unidos foi um incentivo para que o turismo internacional gostasse de conhecer bem de perto uma ilha bloqueada por mais de meio século, a coordenadora de grupos turísticos Yesenia Cruz, considera que é muito bom para o hotel e para o país acolher a visita de alto nível.
Sem dúvida, garante a trabalhadora da instalação situada em frente do Miramar Trade Center, o novo contexto contribuirá para a melhora das relações entre ambos os países, algo que há muitos anos espera o povo antilhano.

Na opinião da designer gráfica norte-americana Carol del Grosso, vir a Cuba é outra maneira de aproximação por parte do presidente Barack Obama, ao que acrescenta a colombiana Gisella Plazas, que deseja que se atinja a normalização de relações para que “melhore a qualidade de vida de um povo como o cubano, tão bonito e amável”.
Para a advogada mexicana Adriana Hernández, constitui um ato positivo, em função do contato que podem ter duas nações no âmbito internacional. “É uma oportunidade que nenhum país deve perder: integrar-se de forma completa à comunidade internacional”, aponta.
Segundo Hernández, Cuba tem uma presença mundial muito importante, que transcende a visita do presidente Obama a Cuba. “A integração de Cuba com os Estados Unidos e dos Estados Unidos com Cuba se torna de grande importância em um mundo que é completamente aberto e globalizado. As fronteiras foram ultrapassadas e há muita expectativa, de cubanos e estrangeiros, para saber como ajudaria isto a que as relações se regularizem”, explica a especialista em direito internacional.
Também chamou muito a atenção dela que Cuba se está preparando para receber uma visita de Estado, como ocorre no México, com o que sabemos que pode agradar ao convidado.
Por outro lado, uma das operadoras telefônicas do hotel Meliá Habana, Niurka Fernández, aprecia que o governo estadunidense esteja dando um bom passo, tanto para o povo cubano como para o mesmo povo do norte. “Apesar de que deveria ter ocorrido há muito tempo, penso que as relações se poderão ampliar até se normalizar. É de admirar que o presidente norte-americano faça o que nenhum outro presidente fez e que seja pelo bem do país”, conclui.
Contudo, a jovem promotora turística Adriana Cruz não tem muito que esperar da chegada do presidente dos Estados Unidos a Cuba. “Não acredito que em tão breve tempo possa conhecer a realidade nacional. O que considero é que isso aumenta o augeque existe no mundo sobre Cuba”.
Também, acrescenta, com o reatamento das relações, há muitos que quiseram chegar e investir em Cuba. “A visita não mudará as concepções nem transformará substancialmente a vida doméstica, além de que influa no econômico, cultural ou social porque é algo que não ocorre há tempo”.
Desde o lobby bar do hotel cinco estrelas, a camareira Sandra Armenteros e a garçonete Alicia Landa, afirmam que “será uma visita de novos acordos, que ajude à paz e ao desenvolvimento”.
“O cubano defenderá sempre os ideais da nação, mas nunca com agressividade. Obama será atendido da melhor maneira possível e com a esperança de que possa ser um motor impulsor para que um dia deixe de existir o bloqueio”, sentencia o gastronômico Yosvany Hernández.