O 7º Congresso do Partido não acabou. No próprio documento mais importante do encontro, o Relatório Central, o companheiro Raúl deixava clara a continuidade destes intensos dias pelo futuro da Pátria.
Expressou que tanto a Conceituação do Modelo Econômico e Social Cubano de Desenvolvimento Socialista como as bases do Plano Nacional de Desenvolvimento até 2030, depois de seu exame no Congresso, serão “debatidas democraticamente pela militância do Partido e a União dos Jovens Comunistas, representantes das organizações de massas e de amplos setores da sociedade, com o propósito de enriquecê-los e aperfeiçoá-los”.
No seguinte parágrafo precisou: “Com esse fim solicitamos ao Congresso que outorgue faculdades ao Comitê Central que seja eleito para introduzir as modificações que resultem do processo de consulta e sua aprovação definitiva, incluindo os ajustes pertinentes às Diretrizes que sejam aprovadas neste evento”.
Somente três dias depois, na sessão de encerramento no Palácio das Convenções, disse que “esperamos concluir este processo antes de finalizar o presente ano, de modo que o Comitê Central, em correspondência com a faculdade que lhe outorgou o Congresso os aprove definitivamente”. Quer dizer, o Congresso somente se transfere das salas do Palácio das Convenções para o grande salão do povo, onde continuarão os debates. Diga-se melhor: isto começa agora.
Foi claro ao explicar que se demanda uma rigorosa preparação daqueles que conduziriam à discussão desses textos, para precisar o prisma que tem presidido toda a obra da Revolução e em consequência do Partido, que segundo disse Fidel é fruto dela: o do seu caráter participativo e democrático. “Torna-se imprescindível escutar, raciocinar e ter em conta a opinião da militância e do povo em geral”, recalcou de maneira pausada e enfática, carimbando a importância da opinião do soberano.
Fidel, em sua emotiva e preclara presença, também o expressava quando nos disse “o povo cubano vencerá” e ao convocar-nos a empreender o caminho aperfeiçoando o que devamos aperfeiçoar.
Se há um povo preparado para participar da gestão do seu país, esse é o cubano, pois sempre tem estado acompanhando os destinos da nação. Assim foi em cada um dos Congressos do Partido anteriores, nos parlamentos operários, no processo de retificação de erros e tendências negativas nos oitenta ou em sua ampla participação na letra da Constituição da República a inícios dos setenta. Nas fases prévias ao 6º Congresso, quando ainda não se haviam tomado acordos cm vistas à atualização do modelo cubano, seus critérios, propostas e sugestões, modificaram substancialmente o apresentado a debate há cinco anos.
Hoje, a ágora cubana não só tem essa experiência, mas que com total transparência conhece do Relatório Central de seu 7º Congresso, o do encerramento e os amplos intercâmbios produzidos no âmbito interno do Congresso. Porque a rádio, a televisão, a imprensa escrita os levou às casas de cubanas e cubanos. E continuarão ampliando, pois o ocorrido nas comissões se transmite no espaço da televisão Mesa Redonda.
Quando Raúl apresentou Nemesia, que em abril de 1961 era uma menina sob a metralha imperial e perdeu parte de sua família, disse que “tal como no 6º Congresso, a temos convidado para lembrar aos agressores que ela e sua Revolução continuam vivas”. E segue assim porque ela se fez para o povo, que não só manterá com vitalidade seu 7º Congresso, mas que continuará vivendo em sua Revolução, como Nemesia.