
A riqueza e o glamour da arte cultivada na França resplandecerão durante finais de abril e boa parte de maio, no mês da cultura francesa em Cuba, evento que honrará os laços de amizade entre ambas as nações.
Criada por iniciativa do presidente da nação europeia François Hollande durante sua visita a Havana em maio de 2015, a jornada inclui concertos, exposições de artes visuais, teatro, dança, arquitetura e outras manifestações artísticas mais contemporâneas.
Como eixo principal do evento sobressai o 19º Festival do Cinema Francês, muito esperado pelos amadores das produções cinematográficas desse país, que costumam caracterizar-se por bons enredos e um delicioso sentido do humor.
O evento fílmico abriu suas cortinas em 29 de abril no cinema Charles Chaplin com a estreia mundial de L’Outsider, do realizador Christophe Barratier, que pessoalmente apresentou o filme ao público havanês.
Outra das novidades do Festival previsto até 21 de maio é a projeção em qualidade de estreia do documentário Ouragan (Furacão).
Dirigido por Cyril Barbançan, Andy Byatt e Jacqueline Farmer, o audiovisual aproximará os cinéfilos da força destrutiva dos ciclones e seu papel no equilíbrio da vida no planeta Terra.
Thrillers, policiais, biografias, comédias e dramas conformam o amplo leque de gêneros cinematográficos, que mostrará o encontro fílmico mediante 28 filmes.
Uma das principias atrações do evento é a presença de atores e realizadores que chegarão a Havana para compartilhar detalhes dos materiais a apresentar nas salas cinematográficas.
Alguns dos longas-metragens a serem projetados durante o 19º Festival do Cinema Francês em Cuba conquistaram prêmios em certames internacionais dedicados à sétima arte.
Tal é o caso do filme La loi du marché (A lei do mercado), recompensado com o Prêmio do Público no Festival de Cinema Europeu de Bruxelas, na Bélgica.
Filmes inspirados em fatos reais como La French (A conexão Francesa) (Cédric Jimenez) e Les Héritiers (Marie-Castille Mention-Schaar) sobressaem entre a lista de filmes por seu alto conteúdo humano e a vigência das histórias.
Entretanto, os clássicos Captain Conan (Capitão Conan) e La vie et rien d’autre (A vida e nada mais), de Bertrand Tavernier, e Les parapluies de Cherbourg (Os guarda-chuvas do amor), do realizador Jacques Demy, e outros, retornarão à tela nacional com seus atrativos e românticos relatos.
Desta maneira, os cinemas havaneses Charles Chaplin, La Rampa, Yara e a sala um do Multicinema Infanta acolherão em seus espaços interessantes propostas.
Organizada pela embaixada e a Aliança francesas em Havana, a Cinemateca de Cuba e o Instituto Cubano da Arte e Indústria Cinematográficas, o encontro fílmico aproximará os expectadores locais da riqueza do universo cultural da nação francesa.
UM ESPAÇO PARA A MÚSICA FRANCESA
Se bem o 19º Festival do Cinema Francês é a coluna vertebral do mês da cultura francesa em Cuba, a música do país europeu também brilhará mediante dois grandes concertos programados em Havana.
Pela primeira vez o público cubano poderá desfrutar da arte do contratenor francês Philippe Jaroussky (30 de abril) mediante um recital junto ao pianista Jérôme Ducros na sala Federico García Lorca do Grande Teatro de Havana Alicia Alonso.
Sob o título Green, o concerto incluiu canções francesas sobre poemas de Paul Verlaine e música de Gabriel Fauré, Claude Debussy, Poldowski, e outros.
A estreia de Jaroussky em Cuba acontece, também, como parte do ciclo Contratenores do Mundo, que terá sua última etapa no festival do mesmo nome, programado de 30 de setembro a 9 de outubro na capital cubana.
Considerada uma genuína defensora da música francesa, a soprano estadunidense Barbara Hendricks irá apresentar-se em 12 de maio na Basílica Menor do Convento de São Francisco de Assis, situada na zona mais antiga da Havana Velha.
Durante o recital, a cantora compartilhará palco com o saxofonista Magnus Lindgren, o violonista Ulf Englund e a Camerata Romeu, conjunto dirigido pela regente cubana Zenaida Romeu.
Para esta vez, Hendricks interpretará trechos da peça Carmen, com música do compositor francês Georges Bizet e Les nuits d’été, bem como alguns temas do repertório cubano.
A soprano premiada com o Príncipe de Astúrias das Artes no ano 2000, não só defende obras clássicas, mas também explora e faz dela peças contemporâneas de jazz e blues.
Desde sua estreia em 1974, Hendricks cantou nos teatros mais importantes do mundo, entre eles a Opera de Paris, na Ópera do Metropolitan de Nova York, Royal Opera House de Londres e a Scala de Milano.
A ARTE FRANCESA DE FESTA EM HAVANA
Música, teatro, dança, arquitetura e outras manifestações da arte matizarão o Mês da cultura francesa em Cuba, iniciado em 27 de abril com três exposições na Aliança Francesa de Cuba, antigo Palácio Gómez de Havana.
A ambiciosa programação da jornada, que aproximará o público cubano da diversidade e dinamismo das artes francesas, estará dividida entre a capital cubana e a província de Santiago de Cuba.
Diversas manifestações também matizarão outros encontros culturais previstos para maio próximo como o Festival Internacional de Poesia e o Festival Musicabana, o evento Maio Teatral de Casa das Américas, e a Bienal de Design, na qual participarão estudantes das escolas Duperré e Boulle, de Paris.
Sem dúvida, o desenvolvimento de uma jornada desta classe aproximará os cubanos da criação artística da França, país que como Cuba, sempre defendeu a importância da cultura no desenvolvimento da sociedade.
Paralelo ao evento, Paris acolherá desde 2 de maio o mês da cultura cubana em função de compartilhar com o público francês as riquezas e diversidade artísticas da Ilha maior das Antilhas. (PL)