
CONVERTER-SE em um homem apesar da saudade pela família, aprender a cozinhar, conhecer a bela praia de Varadero e encontrar o amor foram as experiências mais importantes nas vidas de Farwarz Amadou, Yanan Lin, Ya Jun Xu e Leandro, jovens que cursam o segundo ano da Licenciatura em Língua Espanhola para estudantes que não falam espanhol na Universidade de Havana (UH).
A esses degraus na ascensão à maturidade se somam os sonhos de Megan Ferguson de trabalhar como tradutora; a aspiração de Yeshuang Wang de viajar pelos países da América Latina; o desejo de Bo Zhu de trabalhar em uma empresa ou, como garante o jovem chinês Qu Tia Shuai, a sorte de achar no mesmo grupo muitos estudantes de diferentes países. Desde as salas de aulas da UH eles estão desenhando seu próprio destino.
Alguns destes jovens, como Rong Xia e Hu Chenglong fizeram em Cuba seus estudos superiores, nas especialidades das Ciências Médicas ou em seus países da origem; mas finalmente decidiram continuar sua formação na Ilha com o mestrado nos Estudos Linguísticos de Espanhol como Língua Estrangeira.
Outros aceitaram os conselhos de familiares e amigos por razões tão diversas como o prestígio das instituições cubanas, a amabilidade das pessoas e a segurança que oferece o país.
Hoje, todos sentem alta estima pelo fato de poder estudar na Ilha maior das Antilhas, bem como a trabalho de seus professores e não se arrependem do passo que deram.
SERVIÇOS DE QUALIDADE
Para conhecer acerca das possibilidades que oferece a UH aos estudantes estrangeiros, conversamos com a chefa do Departamento de Serviços Acadêmicos Internacionais e máster em Ciências, Isabel Milán, responsável por organizar, coordenar e promover as opções acadêmicas da UH.
“Recebemos profissionais, especialistas e estudantes de diferentes partes do mundo, pelo que a troca acadêmica e profissional está organizada com programas flexíveis, de elevada qualidade e preços competitivos”.
“Profissionalismo, qualidade e exclusividade são nossas premissas como parte de uma universidade de excelência e de elevado compromisso com o projeto social cubano”.
“O Departamento de Serviços Acadêmicos Internacionais da Universidade da Havana surgiu no ano 2010. Desde aquele momento até à data — acrescenta Milán Licea — realizou um grande trabalho”.
“Incrementou-se a comercialização e a promoção dos serviços. Sobretudo, promovemos com força a carreira toda, como um dos serviços acadêmicos que oferecemos e que teve boa aceitação”, referiu a especialista.
E CASO QUERER, COMO POSSO CHEGAR?
Um momento antes de conversar com os estudantes, pesquisamos acerca das vias para as matrículas nos cursos, tanto de pré-grau quanto de pós-graduação.
“Existem duas formas de entrada na UH para os estrangeiros: o autofinanciamento que é a pessoa que vem e paga seus estudos; e o que é financiado pelos governos”.
Entre os governos que patrocinam as carreiras de seus estudantes está Angola — país como o qual existem convênios com o Ministério de Educação e de onde provêm uns 115 estudantes que frequentam majoritariamente as carreiras de Direito, Turismo, Psicologia e Economia — e Antigua e Barbuda.
Entre os jovens que pagam seus estudos há um mercado forte nos chineses. Com eles existem muito bons antecedentes, quando existiu o Convênio Governamental Cuba-China. Na época, mais de dois mil estudantes dessa nação se formaram na Ilha. Aquela troca não só serviu para obter experiência no trabalho, mas também para ganhar prestígio na nação asiática, pelo que vêm muitos estudantes para se formarem na carreira de espanhol.
Entre os serviços acadêmicos da carreira toda, oferecemos a especialidade de espanhol para quem não fala essa língua, na qual se adestram mais de 30 alunos chineses em diferentes anos.
Embora tenhamos números mais discretos, também temos estudantes que pagam seus estudos vindos de países como Antigua e Barbuda, Bahamas, Benin, Chile, Colômbia, Equador, Guiné Equatorial, Japão, Coreia do Norte, Laos, Mongólia, Moçambique, Rússia, El Salvador, Síria e Vietnã.
A modalidade mais utilizada são os estudos pagos e para matricular em quaisquer dos cursos deve-se contatar a Universidade, a qual envia toda a informação necessária dos cursos ao interessado, quem começa seus estudos na instituição, após receber uma carta de aceitação.
Aqueles que não falam espanhol devem passar um ano de ensino preparatório e depois se juntam com os alunos cubanos em suas respectivas especialidades.
UM TRABALHO FÁCIL?
Se para o estudante que frequenta a universidade em outro país longe de sua família, seus amigos, seus costumes e sua língua, a experiência pode resultar constrangedora por ocasiões; para o docente que deve preparar esse jovem o caminho nem sempre é isento de dificuldades.
“A metodologia que se utiliza é para trabalhar com estudantes estrangeiros, sobretudo na Faculdade de Espanhol para os que não falam espanhol — refere Isabel Milan. Não entanto, os estudantes defrontam-se com alguns problemas, fundamentalmente no primeiro ano; período em que se integram com os grupos de cubanos”.
“O professor pode ter um ou dois estudantes estrangeiros, mas ministra sua aula para o aluno cubano. O jovem estrangeiro tem que fazer um esforço duplo. Essa é uma dificuldade que só eles podem vencer”.
Outro aspecto que exige um maior empenho destes alunos é enfrentar o elevado nível com que se ministram as Ciências Exatas, mas tudo se consegue estudando com disciplina e constância.
O APEGO DE UMA TRADIÇÃO
Prevê-se que em um ou dois anos o Departamento de Serviços Acadêmicos Internacionais reabra os cursos de verão, atividade que teve que demorar por problemas de infraestrutura, embora estejam vigentes as proposta de programas de Espanhol nos meses de junho e julho.
A experiência de ministrar atividades acadêmicas data do ano 1941, quando esta casa de altos estudos e muito prestígio organizou os primeiros cursos de verão, iniciativa que convocou mais de 400 estrangeiros, maiormente dos Estados Unidos.
Nessa época os programas de maior aceitação foram os de Espanhol e as conferências eram ministradas pelo eminente antropólogo cubano Fernando Ortiz.
Passaram 75 anos nos quais a Universidade da Havana consolidou seu prestígio como instituição acadêmica para colocar toda sua sapiência ao dispor dos cubanos e estrangeiros que estudam em seus prédios.







