
A presença de jovens sírios em universidades cubanas reafirma a amizade existente entre ambos os povos, caracterizada pelo respeito mútuo, a não ingerência nos assuntos internos e a defesa dos princípios soberanos de cada nação.
Assim afirmam ao Granma Internacional vários estudantes desse país árabe, que externaram uma eterna gratidão a seus professores, ao governo e aos cubanos pelo tratamento afável, a solidariedade e o apoio oferecido.
Mohamed Hosam Abeen, 25 anos, estuda um doutorado em Cultura Física, pesquisa um programa de exercícios de reabilitação em pacientes com amputação de alguma de suas extremidades e assegura ter vindo a Cuba, pela influência de dois tios formados na Ilha caribenha.
“Desde criança escuto histórias da vida deste país, mas a realidade as supera — afirma — acolheram-me como um filho”. Menciona a liberdade e a tranquilidade para caminhar pelas ruas, aonde se veem os cubanos compartilhando com seus vizinhos e as crianças desenvolvendo seus jogos infantis.
Atraiu-lhe também o prestígio atingido pelo esporte cubano nas diferentes competições internacionais e a ajuda solidária oferecida a muitos povos do Terceiro Mundo.
Com ele concorda Ahmad Sandi, estudante de quarto ano na Faculdade de Medicina Salvador Allende, de Havana, e aponta que a essência dos estudos universitários na Ilha maior das Antilhas está ligada a cultivar o sentido humanista para desempenhar qualquer profissão.
O jovem de 27 anos destaca nos cubanos o carinho, a hospitalidade e sua amabilidade. Reconhece também como costumam ser tão abertos e comunicativos, inclusive com o estrangeiro. Assinala: “Cuba nos ensinou a praticar a medicina concentrada no paciente, cura-se o doente, não se presta serviço a um cliente”.
Nestes últimos anos, o jovem refere conhecer outros estudantes procedentes dos países latino-americanos, com eles pratica a língua e estabelecem laços afetivos muito profundos. Conversam acerca da história, da realidade social e a cultura de cada nação.

“O idioma costuma ser um obstáculo”, relata Hamza Matar, 22 anos, estudante de segundo ano da Escola Latino-Americana de Medicina, situada na capital cubana. Por isso, antes de matricular na universidade dedicam todo um ano à aprendizagem do espanhol, com uma nivelação no nível acadêmico de bacharelado.
“Sempre é difícil compreender totalmente o conteúdo da bibliografia obrigatória na carreira — expressa — a ajuda dos professores é imprescindível em nossa formação, ainda que nos exijam com muito rigor nas avaliações. Gostaria de dedicar-me à neurologia quando conclua meus estudos, para isso devo esforçar-me muito”, assegura.
Quanto às práticas médicas, a partir do primeiro ano da carreira, explica: “Visitamos os consultórios uma vez por semana e apreciamos como realizar uma medicina comunitária baseada na prevenção e na promoção de saúde. Aprendemos a executar programas sanitários no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, vacinar, adotar ações contra as epidemias causadas por vetores, cuidar das mulheres grávidas, das crianças e dos idosos”.
Hamza provém da zona periférica de Damasco e denuncia os horrores de uma guerra irregular contra a Síria, que causou muitas vítimas na população civil, por isso antes de optar pela bolsa em Cuba buscou informação na Internet e ficou contente de conhecer a ausência de conflitos e tensões bélicas na nação caribenha.
Todos descrevem a situação em sua pátria como uma invasão militar estrangeira, patrocinada pelas principais potências ocidentais, em seu afã de colonizar e se apoderarem dos recursos naturais dessa nação árabe, partindo de uma grande campanha na mídia para satanizar o governo atual e substituí-lo por outro, que responda aos seus interesses.







