
«A 28ª edição da Caravana da Amizade EUA-Cuba, que desde 1992 desafia o criminal bloqueio econômico, comercial e financeiro norte-americano contra a Ilha, começará suas atividades de solidariedade com o povo cubano no próximo mês de abril, com a visita a senadores e congressistas estadunidenses, em seus gabinetes, em Washington», segundo explicou em Havana o reverendo Luis Barrios, dirigente da Fundação Interreligiosa para a Organização Comunitária (IFCO, pelas siglas em inglês) Pastores pela Paz.
Barrios, também professor de Psicologia, Criminologia, Estudos Latino-americanos e Latinos, na Universidade John Jay College of Criminal Justice-CUNY, da cidade de Nova York, explicou que realizarão jornadas educativas acerca dos danos causados pela política unilateral de san-ções econômicas impostas pelos governos dos EUA contra a Ilha maior das Antilhas.
Acrescentou: «Apoiaremo-nos em acadêmicos com conhecimento da realidade cubana para explicar os sucessos da Ilha na educação e saúde, enfatizando particularmente na importante cooperação assistencial que oferecem médicos cubanos em mais de 60 países, sua participação no combate contra a letal epidemia do vírus do Ebola, na África Ocidental, e as solu-ções de cura contra o câncer, obtidas pelos cientistas da Ilhas, apesar de existir políticas intervencionistas que pretendem destruir a Revolução».
Essas palestras também serão ministradas durante os percursos por várias cidades do Canadá, Estados Unidos e o México, para depois visitar Cuba, principalmente os territórios afetados pela passagem do furacão Matthew, em outubro deste ano, com o propósito de dar material deficitário e empreender jornadas de trabalho voluntário na reconstrução dos prédios afetados pelo fenômeno natural.
Os membros de Pastores pela Paz co-nhecerão o desenvolvimento econômico e social da província de Guantánamo, onde uma parte de seu território é ocupado pela ilegal base naval estadunidense, na qual se encontra um cárcere, que prática a tortura contra pessoas ali detidas.
No percurso serão acompanhados por estudantes e graduados norte-americanos da Escola Latino-americana de Medicina, os quais comentarão suas experiências médicas e acerca do trabalho preventivo efetuado nos consultórios médicos nos bairros cubanos, que conseguem resultados positivos na diminuição da mortalidade infantil, as mortes maternas, o controle das doenças crônicas não transmissíveis, o tratamento do câncer e outras patologias.
Para o reverendo Luis Barrios, de origem porto-riquenha, é importante que os jovens estadunidenses graduados em Cuba sejam inseridos em instituições sanitárias municipais, localizadas em territórios de alta densidade de população e carentes de profissionais médicos, principalmente em cidades dos estados de Nova York e da Califórnia.
«Estes jovens — valorizou o entrevistado — formaram-se sob a concepção humanista de oferecer atendimento ao necessitado. Nos Estados Unidos, ao visitar um hospital o primeiro que se pergunta é como vai pagar?; enquanto os doutores graduados de Cuba recebem os pacientes com a frase: Como posso ajudá-lo».
Contribui a isso o fato de dominar duas línguas, porque dão atendimento médico à maior comunidade de imigrantes latinos e de outras nacionalidades, carentes de recursos para pagar os seguros das companhias monopólicas. Ainda, eles pesquisam em seus pacientes os fatores de risco que podem provocar determinadas doenças, com o objetivo de estabelecer políticas de prevenção.
Na entrevista exclusiva ao semanário Granma Internacional, perguntaram a Luis Barrios acerca da recente notificação, por parte das autoridades governamentais dos Estados Unidos, de limitá-los na possibilidade de oferecer ajuda solidária a outros povos, após a revogação à IFCO-Pastores pela Paz de seu status de ONG com isenção de pagamento de impostos às mercadorias entregues por doação.
Acerca do tema, o iminente professor universitário asseverou que as autoridades de seu país utilizam políticas de penalidade para desafiá-los abertamente e disse que o objetivo é fazê-los quebrar economicamente, com o fim de parar seu trabalho solidário.
Por tal motivo, propôs-se uma estratégia política para incrementar as ações, mediante mobilizações e demonstrações que permitam reclamar o direito a praticar a solidariedade e recusar os ditados do Serviço de Impostos Internos dos EUA (IRS pela sigla em inglês).
Essa instituição funciona como um instrumento repressivo contra as organiza-ções com tendências de esquerda, para perseguir, fustigar, destruir e eliminar a motivação de lutar por um mundo melhor para todos. Nos próximos meses os Pastores pela Paz mostrarão sua opção à injusta medida imposta pelo IRS a eles.
O propósito da próxima caravana será a explicação do impacto negativo do bloqueio estadunidense, apesar de que se restabeleceram as relações diplomáticas entre ambos os países. Estes ativistas denunciarão as políticas de financiamento de grupos subversivos em Cuba e a lei de Ajuste Cubano, que tantas mortes têm ocasionado às famílias da Ilha.
«Será outra viagem de desafio — afirmou Luis Barrios — não pediremos permissão para viajar a Cuba. Nosso percurso servirá para consolidar o trabalho de solidariedade com Cuba dos povos de Canadá, Estados Unidos e o México.»