ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Contingentes solidários viajaram a Cuba para pedir a desocupação do território de Guantánamo, onde se localiza uma ilegal base militar.

«O ano 2016 foi caracterizado pelo intenso trabalho», segundo afirma a presidenta do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap), Kenia Serrano Puig, em declarações realizadas em Havana à mídia nacional, por ocasião de se comemorar o 56º aniversário da Instituição e pelo primeiro de janeiro, dia do triunfo da Revolução.

Kenia, também deputada, destacou o agradecimento do mundo à contribuição do líder Fidel Castro para manter a luta pelas causas justas e sublinhou que ações de solidariedade realizadas no fechamento de 2016, a favor de Cuba, estiveram dedicadas ao 90ª aniversário do Comandante-em-chefe, quem fundou o Icap e promoveu a ajuda aos países do Terceiro Mundo.

«Foram inúmeras as homenagens, organizaram-se exposições, os amigos tiveram diferentes formas de multiplicar em variadas formas o nome de Fidel, quer dizer, levá-lo ao topo das montanhas; também se realizaram encontros, foram relatadas anedotas, destacando a posição dos princípios de Cuba, cujo arquiteto fundamental é Fidel», acrescentou Serrano Puig.

A dirigente cubana asseverou que o Movimento de Solidariedade com Cuba é integrado por 2.045 organizações em 152 países e resulta heterogêneo, porque é integrado por pes-soas de diferentes idades e uma vanguarda que têm apoiado a Ilha maior do Caribe no decurso destes 58 anos. Pôs como exemplo os mais de 25 mil visitantes de quase 60 países, que viajaram a Cuba nos últimos doze meses, convocados por diferentes projetos da solidariedade.

Hoje, o ambiente é caracterizado pelo redimensionamento de seus eixos, a partir de conseguir uma contundente vitória, com o regresso dos Cinco Heróis (Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, René González e Fernando González) e por isso, percebe-se maior coesão em suas filas para erguer um front comum contra os embates das correntes políticas da extrema-direita, com total auge nos governos como o da Argentina, Brasil, Paraguai e os próprios Estados Unidos.

«O fato de perseguir a ex-presidenta argentina Cristina Fernández, de propiciar um golpe parlamentar no Brasil a Dilma Rousseff, e de envolver Luiz Inácio Lula Da Silva em fatos de corrupção, demonstra a realização de planos contra os governos progressistas, os presidentes democraticamente eleitos e a perseguição aos muitos amigos de Cuba, os quais participam dos protestos para exigir seus direitos», asseverou Serrano Puig.

Em 2017, a solidariedade com Cuba será presidida pela homenagem ao Guerrilheiro Heróico Ernesto Che Guevara, no 50ª aniversário de seu vil assassinato na Bolívia, pelo qual se convoca uma brigada de trabalho voluntário para o mês de outubro, que será acolhida no Acampamento Internacional Julio Antonio Mella, o qual completará 45 anos de fundado.

Igualmente, chegarão outros contingentes solidários em diferentes meses do ano, os quais unirão suas vozes para exigir a eliminação da genocida política do bloqueio econômico, comercial e financeiro, imposto pelos Estados Unidos, ainda vigente, apesar de terem sido restabelecidas as relações diplomáticas bilaterais. Também, para pedir a desocupação do território de Guantánamo, onde se localiza uma ilegal base militar, que mantém ativo um cárcere que prática a tortura nos detentos.

Entre os desafios se estima conseguir a inserção eficaz na Internet, a ampliação constante e inclusiva do movimento de solidariedade com Cuba e a unidade e o rejuvenescimento das organizações. Esses eixos temáticos mobilizarão os amigos de Cuba em diferentes ações e exemplificou com o apoio recebido após o falecimento de Fidel Castro, em 25 de novembro de 2016, e durante a semana da homenagem prestada. Referiu-se às mensagens enviadas de tristeza e alento, vindas de 120 nações.

«Durante os dias de luto nacional vemos chegar muitos líderes e pessoas que viajaram espontaneamente, há anedotas belas, pessoas que se endividaram economicamente e saíram à procura de um avião para chegar a Cuba», destacou a dirigente.

Sublinhou também: «Nós interpretamos que Fidel nesta partida também dá uma badalada de sinos à solidariedade, de continuar para frente, mobilizados, e o movimento de solidariedade também acolheu o compromisso de todos nós daqui de Cuba, de não manter Fidel como um monumento senão a partir de sua obra, sua rebeldia, suas ideias, sua luta pelas causas justas».

Entre as lutas acompanhadas por Cuba, assinalou a defesa aos povos do Saara Ocidental e da Palestina, por obterem sua soberania ter-ritorial.

Ato de apoio a Dilma e ao Brasil realizado no Icap com a participação dos representantes das organizações políticas e de massas, estudantes brasileiros em Cuba, bem como estrangeiros residentes no país. Photo: Juvenal Balán

Igualmente pela descolonização de Porto Rico e de exigir a liberdade do porto-riquenho Oscar López Rivera e outros presos políticos. Mencionou o apoio aos processos progressistas como a Revolução Bolivariana da Venezuela, a Cidadã de Equador, a construção do Estado Plurinacional na Bolívia e a sandinista da Nicarágua.

Convidou a continuar consolidando o processo de paz proclamado na 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) efetuada em Cuba e lembrou que em 2016 se realizaram ações nesse sentido, porque o território da Ilha maior das Antilhas contribuiu para o diálogo de muitos presidentes do mundo.

Finalmente, Kenia falou de como tem perdurado o trabalho a favor da solidariedade com Cuba e por manter a ajuda ao movimento libertador no mundo: «O trabalho nos transforma, o trabalho é um germe para a solidariedade, o trabalho é uma via para confraternizar entre os povos e é uma via para que os povos do mundo continuem visitando-nos».