
EM 2016, a empresa Cubana de Acero, de Havana, completou cem anos de criada. Embora no começo fosse concebida como uma instituição independente, há já três anos, a partir da política de reestruturação, tornou-se uma Unidade Empresarial de Base (UEB) que pertence à Empresa Mecânica de Transformado de Aço, do Grupo Empresarial da Indústria Siderúrgica.
Foi criada originalmente em 1898, para fabricar peças para a indústria açucareira. Contudo, em 1916, foi deslocada para Havana, sendo regida pela Steel Company, dedicada, fundamentalmente, a fabricar estruturas de aço. Exemplo de uma de suas obras é o “esqueleto” ou armação da cúpula do Capitólio.
No fim dos anos 50, os proprietários perderam interesse na usina e só devido ao esforço dos seus trabalhadores continuou funcionando. Após triunfar a Revolução foi nacionalizada por Ernesto Che Guevara, quem a colocou ao serviço do povo.
Como objetivo principal, a UEB Cubana de Acero, propõe-se oferecer produtos metálicos elaborados segundo o pedido do cliente, a partir do processo de transformação de metais e serviços de montagem e reparação, para uso do sistema siderúrgico-mecânico.
PRODUÇÕES COMO PRIORIDADE
A Cubana de Acero faz todo o tipo de estruturas mecânicas, bem seja para a criação de uma ponte ou equipamentos para os serviços sanitários da comunidade. Igualmente, trabalha em tudo aquilo referente à preparação de peças e soldagem, corte, transformação e elaboração do aço, entre outras, pois sua diretriz de trabalho é muito versátil.

Como exemplos concretos podemos mencionar a plataforma do trampolim usada no certame de saltos ornamentais Cliff Diving realizado em 2014, na fortaleza de San Carlos de la Cabaña, em Havana; a estrutura arquitetônica da figura de Camilo Cienfuegos, na Praça da Revolução de Havana e as hastes das bandeiras instaladas na Tribuna Antiimperialista, em Havana, que ficam em frente da embaixada dos Estados Unidos.
Para entender melhor como é o funcionamento da usina, o diretor da UEB Cubana de Acero, Francisco Madan Gómez, explica seu processo produtivo.
«Começa com o pedido do cliente e a contratação dos nossos serviços. Depois disso, continua a análise do projeto, onde se realiza um esboço do mesmo. O departamento de Engenharia vai ao lugar onde será colocado o produto, é confeccionado um modelo e começam a ser realizados os planos. Depois, é levado para a oficina de corte, e caso seja preciso, enviado ao processo de usinagem. Depois, é entregue na oficina de montagem e volta ao departamento de vendas, quem apresenta ao comprador o produto acabado».
As empresas que contratam os serviços da UEB são de diferentes áreas industriais. Entre elas pode ser mencionada a Zona Especial de Desenvolvimento Mariel e o turismo. Porém, o principal cliente é a empresa de Serviços Sanitários da Comunidade, devido à importância que tem este setor no país.
«Cubana de Acero está trabalhando, por exemplo, no hotel Manzana de Gómez para o qual são elaboradas várias estruturas, desde escadas até recipientes para a água. Ainda, fabricamos peças para caminhões de recolha do lixo, os quais entram aqui só com a cabina e as rodas e ficam prontos para oferecer seu serviço nas ruas». Assim explica o chefe do Grupo Técnico Produtivo, Jairo García Eirea, acrescentando que na usina também se produzem tanques metálicos de lixo para a província de Pinar del Río, o qual permite a substituição de importações».
OLHANDO PARA O FUTURO
As matérias primas utilizadas pela UEB são totalmente importadas segundo o produto que realizar e o financiamento do interessado. Contudo, Cubana de Acero substitui importações ao país. Exemplo disso é a fabricação de tubagens de escapamento para os Grupos de Geradores Elétricos e a reparação dos sistemas de braço Ampliroll, para recolher o lixo. Também, trabalha-se em um projeto para a criação das estruturas dos guindastes em torres, utilizados para a construção de grandes obras.
Apesar da importância desta usina para a economia do país, uma das principais dificuldades que tem é a não exportação de seus produtos, devido a, sobretudo, que a matéria prima usada é importada.
«Para entrar no mercado internacional teríamos que ter mais independência e autonomia, relativamente ao acesso à matéria prima, porque para poder inserir-nos na concorrência mundial temos que vender mais barato do que outros», comentou Madan.
Contudo, isto não fez parar o objetivo principal desta empresa de continuar colaborando positivamente na economia do país.
«Cubana de Acero está empenhada em um novo projeto relacionado com as energias renováveis, com os pequenos geradores biológicos e usinas para processar o biodiesel. Há grandes projetos de cooperação, mas todos ainda estão na fase de negociação», Afirma García.
SOLUÇÕES AOS PROBLEMAS
Cubana de Acero é uma empresa que poderia dar maior contribuição ao país. Contudo devido às tecnologias antigas que possui e às adaptações realizadas às maquinarias, muitas delas funcionam devido ao esforço dos seus trabalhadores.
Não obstante, pouco a pouco, vão sendo melhoradas as condições de trabalho. A reparação de compressores, gruas, tetos dos galpões, lanchonetes e o aumento dos acessórios para a proteção dos trabalhadores, são alguns desses exemplos.
Apesar destas características, esta usina tem impacto positivo na economia do país, destacando, aliás, o fato de que, segundo as palavras do seu diretor, «fabrica usinas».
«Não pode ser feita uma ponte se não leva vigas e como são metálicas são fabricadas aqui. Não se pode construir uma fer-rovia sem uma ponte de ferro, fabrica-se aqui. Esta é uma usina da indústria pesada, em todos os processos de empreendimentos nós podemos intervir».
Com uma produção de 658 toneladas a UEB ratifica seu crescimento como empresa, pois seus sucessos são notáveis. A usina teve um fechamento excelente em 2016, cumprindo em mais de 140% respeito às utilidades e vendas.







