ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

COMO toda ação é respondida logicamente por uma reação, em pleno apogeu da temporada alta do turismo cubano (novembro-abril), que espera concluir sendo 17% melhor que igual período anterior, o aumento sustentado da entrada de passageiros ao país está sendo respaldado pelo veloz desenvolvimento de operações aéreas e o leve avanço na concretização de investimentos dispostos para otimizar as condições infraestruturais.

Sobre isso, o presidente do Instituto de Aeronáutica Civil de Cuba (IACC), Alfredo Cordero, argumentou que cada vez são mais as linhas aéreas que chegam diretamente aos dez aeroportos cubanos que levam a cabo operações internacionais. No fim de 2016, na Ilha Maior das Antilhas se contavam aviões de 80 companhias, delas 61 regulares e 19 charter. Espera-se que no verão próximo se some uma procedente do Suriname.

As próprias linhas aéreas reconheceram quanto se melhorou na rapidez com que se realiza a recepção de passageiros. De acordo com Cordero, em um futuro imediato os investimentos deverão levar-se a uma maior escala, porque entre 60 e 80 dos mais de 150 voos diários que chegam a Cuba hoje pousam no Aeroporto Internacional José Martí de Havana.

Dessa maneira, entende-se que o aperfeiçoamento infraestrutural se concentre atualmente na instalação citadina, onde no ano passado as operações cresceram 24%.

Sobre isso, autoridades da aeronáutica civil antilhana referiram que, no fechamento de 2016, as operações aéreas tinham aumentado em 18%, como resultado do interesse que despertou Cuba em viajantes do mundo todo.

Se atendermos a que o crescimento médio anual do transporte aéreo em qualquer outro país oscila entre 3% e 6%, o obtido pela Ilha poderia ser avaliado de extraordinário.

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Depois de atender no ano passado um número recorde de mais de quatro milhões de visitantes, para uma alta de 14,15%, Cuba prevê receber 4,2 milhões de turistas para dezembro de 2017. Já ao concluir janeiro do presente ano se notava um crescimento de 15% na chegada de viajantes.

Em 4 de março de 2017, sete dias antes que em 2016, o destino Cuba chegou a seu primeiro milhão de visitantes. A diretora-general de marketing do Ministério do Turismo (Mintur), María del Carmen Orellana, reafirmou que se mantém a tendência do incremento de visitantes e das rendas. Embora os mercados europeus intensifiquem a emissão de turistas ao país, a primeira colocação da lista continua reservada para o Canadá, que envia 30% do total de viajantes.

Também as viagens procedentes dos Estados Unidos ratificam um comportamento estável. Entretanto, em 2016, a Ilha recebeu 284.937 norte-americanos, o que representou 74% de crescimento, em relação a 2015, durante o primeiro trimestre deste ano estiveram dobrando as frequências planejadas de algumas linhas aéreas como American Airlines, com cinco voos diários, e Jet Blue, com quatro. Outras estadunidenses que já viajam a Cuba são Delta, Spirit, United Airlines, Alaska, Frontier, Southwest e Sun Country.

Com o propósito de realizar a rota Los Ángeles – Havana, sem escalas, em janeiro passado chegou, ao Aeroporto José Martí, o primeiro avião de Alaska Airlines, oitava companhia aérea estadunidense que chega a Cuba depois de que se aprovassem as viagens regulares entre ambos os países.

Em declarações a Cubadebate, Juan Carlos Quintana, diretor-geral do Aeroporto citadino assinala: «A importância do voo de Alasca é que vem desde Los Ángeles e permite que os habitantes da costa oeste – tanto os estadunidenses quanto os cubano-americanos – tenham uma opção próxima para poder viajar a Cuba».

Do outro lado, o AirBus 320, procedente de Porto Príncipe, inaugurou em fevereiro último as viagens que realizará a linha aérea haitiana Sunrise Airways rumo à Havana, duas vezes por semana (quintas-feiras e domingos).

Igualmente, no referido ao Aeroporto Frank País García, de Holguín, houve um aumento na prestação de serviços a voos nacionais e internacionais. Segundo informou à imprensa Carlos Pérez, diretor-geral da Empresa Cubana de Aeroportos e Serviços Aeronáuticos na zona norte-oriental do país, «a recepção e despacho de aviões com turistas procedentes tanto do exterior quanto de outras cidades antilhanas» cresceu em mais de 6% em 2016, ao assistir a mais de 803 mil passageiros.

Conforme com o publicado pelo site do jornal Juventud Rebelde, «favorecida pelo posicionamento do produto turístico cubano no mercado europeu e canadense, e a concretização de novos convênios com linhas aéreas norte-americanas e caribenhas, na referida instalação se atende atualmente uma média de 75 chegadas semanais, entre estas de companhias como American Airlines, Silver Airways, Jet Blue, Aruba Airlines e Eastern Airlines». A isso se une a construção de uma moderna torre de controle de trânsito aéreo, de mais de 36 metros de altura.

Recentemente, um Acordo de Serviços Aéreos entre Cuba e a Finlândia pôs acima da mesa a possibilidade de que comecem a chegar a Havana voos regulares procedentes dessa nação europeia, desde a qual a linha aérea Finnair se encontrava realizando só um voo charter semanal a Varadero.

O diretor-geral para as Américas e Ásia do Ministério dos Assuntos Exteriores da Finlândia, Kimmo Lädhevirta, disse então que esse entendimento bilateral ajudará a que, a partir de novembro próximo, turistas, homens de negócio e outros interessados possam viajar à capital cubana, de maneira regular e direta, evitando terceiros países.

Da mesma maneira, Lädhevirta afirmou que as boas conexões aéreasda Finlândia com o resto da Europa e Ásia poderiam contribuir para aumentar o potencial de clientes ao arquipélago caribenho.

Entre as últimas em somar-se ao espaço aéreo cubano em 2016, com fim de aproveitar os benefícios da melhor etapa para o turismo internacional, esteve também a companhia francesa Air Caraibes, que iniciou seus voos à Ilha em dezembro. Assim, facilita o incremento da chegada de visitantes franceses. No decorrer deste ano,a França se reafirma como um dos principais mercados emissores a Cuba.

Assim aconteceu no mesmo mês com a Turkish Airlines, que, dona de múltiplas conexões, com três frequências semanais, seguindo a rota Istambul-Havana-Caracas, em aviões Boeing 777 com capacidade para 349 passageiros, possibilita a maior chegada de visitantes desde cidades da Europa, Oriente Médio e Ásia.

Outro sucesso rotundo do ramo aeronáutico cubano, que, claro está, influi diretamente no turismo, está na incorporação do Boeing 787 Dreamliner, um dos aviões mais modernos do mundo, que fez a linha aérea Air Europa a suas operações da Espanha a Havana.

A aeronave, com espaço para 296 assentos, manterá uma frequência diária. Ressalta uma nota emitida pelo Mintur que, com esse importante passo, «Air Europa reitera sua aposta pelo destino Cuba e fica evidenciada a capacidade da infraestrutura aeroportuária do país para assimilar as novas tecnologias que contribuem com maior eficiência e conforto».

Esses modernos aviões consomem 20% menos de combustível e produzem 20% menos de emissões, comparado com outras tecnologias de tamanho similar. Por suas características aerodinâmicas, também, reduzem os tempos de voo e oferecem melhores opções de entretenimento, porque conta com o serviço de wifi a bordo.

Ao mesmo tempo, a nova aeronave constitui um acontecimento importante não apenas para a aviação, mas também para o turismo cubano perante o qual «demonstra o clima favorável ao processo de investimento estrangeiro e de negócios existente na Ilha». No fechamento do ano 2016 com um total de 153.340 visitantes, crescendo em relação ao período anterior em 42%, a Espanha continua entre os principais mercados emissores de turismo a Cuba.

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No início de 2017, em que o Mintur calculou receber 164.400 visitantes por cima dos conseguidos no ano passado, Cuba possuía 66.547 apartamentos em hotéis, somava quanto a reparações e acondicionamentos 5.891 apartamentos terminados em 2016 e esperava acrescentar 4.020 para fim de dezembro próximo.

O diretor de desenvolvimento e investimentos do Mintur, José Reinaldo Daniel, explicou que para 2020 se prevê ter outros 20 mil apartamentos e dependendo da chegada, prognostica-se acrescentar para 2030 outros 104 mil quartos de hotel.

Entre os desenvolvimentos mais importantes de infraestruturas hoteleiras e extra-hoteleiras a agência informativa Prensa Latina leva em conta Havana, Varadero, Trinidad, os ilhéus do norte do país e Holguín.

Por exemplo, Holguín, que será a anfitriã da 37ª Feira Internacional de Turismo, FITCuba 2017, de 3 a 6 de maio próximo, tem 5.440 apartamentos em 21 hotéis e destaca por sua riqueza natural e histórica.

Contudo, o famoso balneário de Varadero se conserva entre os polos mais demandados, com 20 mil apartamentos em 52 hotéis. Por nono ano consecutivo, em 2016, a praia situada em Matanzas superou o milhão de visitantes.