ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O licenciado Alberto Más afirma que o Movimento Argentino de Solidariedade com Cuba realizará vários encontros de debate sobre o pensamento do Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz. Photo: CORTESIA DO ENTREVISTADO

OS milhares de argentinos, membros das organizações de solidariedade com Cuba, mantêm sua ação neste 2017 com um programa definido desde 26 e 27 de novembro de 2016 e aprovado por 96 delegados de nove províncias, segundo divulgou o secretário do Clube Argentino de Jornalistas Amigos de Cuba (Capac, sigla em espanhol), licenciado Alberto Más.

O Capac é presidido pela intelectual e escritora Stella Calloni e faz parte do Movimento Argentino de Solidariedade com Cuba (Mascuba). Este último lidera ações fraternas a favor da causa cubana e é integrado por sindicalistas, partidos políticos e movimentos sociais. A cada dois anos realiza um encontro nacional.

Alberto Más comentou ao Granma Internacional via e-mail que no último evento participou o Herói da República Fernando González Llort, presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap). Esteve marcado pela morte do Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz e embora a dor se apoderasse dos presentes decidiram ter sessões e batizar a reunião como: Fidel Castro vive, em Cuba, na Argentina e em todo o mundo.

No encontro se concordou impulsionar cátedras de estudos sobre o pensamento do líder histórico da Revolução cubana, que coincidentemente levaram a cabo as organizações-membros do Capítulo argentino dos Movimentos Sociais à ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América). Nesses espaços se prevê desenvolver quatro encontros de reflexão em Córdoba e no cone urbano da capital. Os correspondentes a Buenos Aires serão ditados na Casa da Amizade Argentino-Cubana.

Alberto Más, licenciado em administração, fotógrafo e comunicador assinalou que nesse evento também se elogiou o trabalho realizado pela Proposta Tatu, organização fundada no ano 2006, por formados da Escola Latino-Americana de Medicina de Cuba ELAM). Até à data realizaram 19 missões de assistência sanitária e atenderam 52 mil pessoas. Eles trabalham na prevenção e promoção de saúde em bairros e comunidades marginalizadas do país.

Outro acordo do evento foi apoiar o Hospital Oftalmológico Doutor Ernesto Che Guevara, na cidade de Córdoba, encarregado de realizar cirurgias oculares patrocinadas pelo programa médico Operação Milagre e dessa instituição se beneficiaram, de forma gratuita, mais de 50 mil pacientes.

Encontro Nacional de Solidariedade com Cuba, realizado em Buenos Aires, em julho de 2010. Photo: CORTESIA DO ENTREVISTADO

Acrescentou: «A história de Mascuba recolhe diversas iniciativas desenvolvidas continuamente, como as atividades de difusão na rua. Exemplos tem vários: a Mesa Internacionalista no distrito de La Matanza ou o encontro de cada sábado na comunidade Almirante Brown, onde se difunde a realidade cubana, divulgam-se as notícias do jornal Granma ou vendem-se livros, música e audiovisuais produzidos na Ilha Maior das Antilhas».

Mencionou igualmente o trabalho das rádios comunitárias, financiadas e mantidas pelo esforço solidário de muitos colegas. Exemplificou com o programa radial De Cuba traigo un cantar (De Cuba trago um canto) com dez anos consecutivos no ar, auspiciado pela emissora 26 de Julio, também Mesa Internacionalista, que emitiram 33 programas pela Rádio Plural situada nos 103.9 da faixa de frequência modulada, na cidade de San Justo. Outro programa de alta audiência é Cuba y nosotros (Cuba e nós), transmitido de Bariloche a partir do ano 2004, pela frequência 90.3 da FM, da emissora Gente de Radio.

Desde o CAPAC, que foi fundado em 12 de outubro de 2010, contribui-se para a difusão das principais notícias da Ilha caribenha distribuindo diariamente um boletim a mais de 300 jornalistas e com projetos para ampliar o alcance. Nessas ações midiáticas se denuncia a guerra ideológica desenvolvida pelo Departamento de Estado, com a CNN à cabeça, contra Cuba e todas as opções populares e antiimperialistas do continente, explicou Alberto Más em sua mensagem.

«Hoje — acrescenta o texto — permanecem abertas várias Casas da Amizade. As mais conhecidas são a de Buenos Aires, a de Zona Norte na cidade Vicente López e a Casa dos Patriotas Latino-americanos de La Plata. Nelas se oferece informação sobre Cuba; exige-se o fim do genocida bloqueio econômico, comercial e financeiro dos EUA contra a Ilha maior do Caribe: trabalha-se por organizar, a cada ano, as brigadas de trabalho voluntário que viajam ao Acampamento Internacional Julio Antonio Mella, situado no município Caimito, província ocidental cubana de Artemisa. Impulsiona também a unidade e integração latino-americana e caribenha como estratégia para nossos povos, que possa enfrentar as políticas neoliberais e coloniais, executadas pelas correntes de direita e patrocinadas pelo imperialismo norte-americano».

O Movimento Argentino de Solidariedade com Cuba surge quando se conheceu no mundo a existência do Exército Rebelde, na Serra Maestra, que levou a cabo uma luta desigual contra a ditadura de Fulgencio Batista. A organização apoiou as medidas revolucionárias decretadas depois da vitória de 1º de janeiro de 1959, tendo como antecedente o trabalho do prócer independentista José Martí, designado no século 19 como cônsul da Argentina nos Estados Unidos e colaborador de La Nación, jornal argentino.

Um momento importante da organização constituiu o clamor de liberdade para os Cinco patriotas condenados injustamente em cárceres estadunidenses por lutarem contra o terrorismo. Também a divulgação dos resultados das votações na ONU a favor do fim do bloqueio, com destaque da entrega à chancelaria da Argentina de milhares de assinaturas do povo reclamando ao governo de Mauricio Macri não mudar a intencionalidade do voto em 2016.

Alberto Más informou que o próximo encontro nacional será realizado em 2018, na cidade de Rosario, devendo ter sessões com antecedência várias reuniões regionais durante o ano atual. Os eixos a serem debatidos serão variados, mas estarão enquadrados dentro da comemoração dos 90 anos do nascimento do Comandante Ernesto Che Guevara, em 14 de junho de 2018 e a recordação do 50º aniversario de seu assassinato, em 8 de outubro de 2017.

O ativista destacou em sua mensagem que neste momento o foco de atenção está posto em apoiar a integração e a solidariedade da Pátria Grande e Latino-americana, tendo Cuba como faro indubitável na resistência contra as políticas hegemônicas e imperiais estadunidense, na construção de um mundo solidário, sem exploradores nem explorados.

Acrescenta a frase do guerrilheiro heróico Che Guevara, nascido na Argentina e assassinado na Bolívia, em 1967, «Se fôssemos capazes de unir-nos, que belo e que próximo seria o futuro” para assinalar que «a defesa do papel do Mercosul com a Venezuela como eixo e vaso comunicante com os países da ALBA é fundamental para nós e para a construção de uma região integrada no econômico, no político e no social».