
PARA o ano letivo 2017-2018 comemoraremos o aniversário de dois importantes acontecimentos históricos: completam-se 50 anos do assassinato de Ernesto Che Guevara de la Serna e o centenário da Revolução Socialista de Outubro, na Rússia. E esse, também, será o momento de aplicar modificações nos níveis elementares, secundário e pré-universitário, bem como na preparação dos professores.
A partir de setembro começará a formação de professores para o ensino secundário, com nível pré-universitário. Esta modalidade está encaminhada aos alunos graduados da nona série e será aplicada levando em conta as necessidades que tiver cada disciplina, nos respectivos territórios.
Igualmente, durante o próximo ano letivo continuará a terceira fase do aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Educação, cuja base teórica e metodológica foi elaborada a partir das Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução.
NOVOS CICLOS NO PRIMÁRIO
A diretora do Instituto Central das Ciências Pedagógicas (ICCP), doutora Silvia Navarro Quintero, informou acerca de várias modificações em níveis escolares, embora referisse que estas transformações são as mais significativas, mas não as únicas.
Relativamente à primeira infância, a prioridade será fortalecer o trabalho diferenciado na capacitação dos agentes educativos, levando em conta que este grupo tem uma alta percentagem de crianças que são atendidas no programa ‘Eduque seu filho’, onde o vínculo com a família e os facilitadores seja fundamental.
Este nível educativo leva sobre seus ombros a responsabilidade de desenvolver, ao máximo, as potencialidades e capacidades das crianças de zero a seis anos e é a partir desta abordagem que se traba-lhará com estas idades.
Para a educação primária se propõe que seja estruturada em três ciclos (primeira-segunda séries, terceira-quarta séries e quinta-sexta séries), em correspondência com os momentos do desenvolvimento, além da realização de testes finais na segunda, quarta e sexta séries, respondendo aos ciclos que se propõem.

As mudanças propostas para o nível elementar são baseadas na concepção de um processo de ensino-aprendizagem de caráter inclusivo, que entregue ferramentas para que o aluno chegue melhor preparado ao ensino primário, depois de sua passagem pela primeira infância; e para o ensino de segundo grau, após ter concluído a sexta série.
O fortalecimento do ensino múltiplo no setor rural, a redução do número de livros de textos, a partir da atualização e unificação de algumas bibliografias e as atividades complementares em função da reorganização do horário escolar, são outras modificações que serão aplicadas no próximo ano letivo.
ATIGINDO UM PATAMAR MAIS ALTO
O ensino secundário ou de segundo grau também experimentará transformações. Para isso se propõe a atualização dos conteúdos e disciplinas, a redução das aulas no programa obrigatório e a utilização de um número de horas-aulas dedicadas ao currículo institucional, em correspondência com o processo de contextualização.
Neste nível, os esforços naturais serão concentrados no fortalecimento da formação vocacional e do ensino técnico-profissional.
Outra mudança é que as ciências naturais serão ministradas nas disciplinas de Biologia, Geografia e Física, no caso da sétima série. Igualmente, muda o número de horas-aulas em algumas matérias, a fim de introduzir novos conteúdos.
AJUSTAR O BACHARELADO
Dentre as principais reformas para o ensino pré-universitário se estabelece o reforço do currículo básico institucional. Para consegui-lo instituem-se cursos complementares, alguns com caráter opcional e outros com caráter obrigatório.
«Estamos falando de um nível educativo que, entre outros objetivos, tem que assegurar a continuidade de estudos com ênfase no acesso ao ensino superior», indica a doutora Navarro.
Outros ajustes neste tipo de ensino são o fortalecimento das pesquisas científicas através de determinados projetos, o reajuste para apenas um semestre das matérias Defesa Civil e Educação Artística; a redução do tempo das aulas pela TV, o incremento do uso dos produtos informáticos e as novas formas de organização do processo de ensino-aprendizagem.
OPERÁRIOS, JOVENS E ADULTOS
No empenho de procurar novas ideias para formar o modelo de homem integral que a sociedade cubana está precisando, a educação técnico-profissional tem um papel que desempenhar, pois sua função é determinante na formação de técnicos e operários.
Para esta modalidade educativa traba-lha-se na elaboração de livros de textos, a partir das especificidades que tem.
«Projeta-se em função da profissionalização das disciplinas e do reagrupamento dos conteúdos, a partir das necessidades dos organismos da Administração Central do Estado», manifestou a diretora do ICCP.
Neste tipo de ensino se prevê a abertura de novas especialidades, tendo em conta as demandas dos territórios, a revisão do nível de formação do operário qualificado, a capacitação aos jovens e ao setor não estatal, a nova concepção da escola de ofícios e, não menos importante: tornar a educação técnico-profissional em uma fonte dinamizadora para o desenvolvimento econômico social.
A educação dos jovens e adultos é um dos níveis educativos que precisa responder às exigências sociais atuais. Devido a que nos últimos anos mudou a composição da matrícula nestas modalidades, propõe-se uma mudança em sua concepção, um novo design de planos e programas de estudo que se ajustem às particularidades de cada território, maior aproximação à família e novas oportunidades para a capacitação e a superação.
ATENÇÃO ÀS NECESSIDADES ESPECIAIS
A educação especial inclui entre suas prioridades instituir o currículo básico obrigatório, a partir do currículo de educação geral, desenhar o currículo específico de acordo ao tipo de necessidade educativa especial, elaborar as diretrizes metodológica para a atenção às diversidades e propiciar maior articulação com a educação técnico-profissional, de forma a assegurar a continuidade dos estudos e o vínculo de trabalho.
Relativamente ao rigor na formação dos alunos que estão no ensino especial, Silvia Navarro Quintero assinalou: «Para ninguém é um segredo que nosso sistema de educação é inclusivo, o que não exclui as exigências de determinada preparação para enfrentar alguns tipos de necessidades educativas, em correspondência com os níveis de ensino».
Os reajustes propostos nos níveis educativos são o resultado de diagnósticos prévios, das exigências sociais e estão avaliados pelo processo de experimentação que durante três anos realiza o Ministério de Educação e o Instituto Central das Ciências Pedagógicas.
Contudo, estas não são as únicas mudanças. A partir de sua implementação, no novo ano letivo, surgirão as experiências que darão valor a estes exercícios antes de serem aplicados no país todo.







