GIBARA empolga o visitante. Muitas pes-soas asseveram isso, entre elas o músico Eliades Ochoa, um dos convidados à recente edição do Festival Internacional de Cinema, que tem lugar nesta cidade.
«Este povo oferece tudo. Tem um jeito que abre a alma às pessoas que o visitam», acrescentou em uma conversação com o semanário Granma Internacional este trovador, integrante do mundialmente conhecido Buena Vista Social Club.
No decurso dos dias no evento, nos mais diversos recantos foi possível ver o porto-riquenho Benicio del Toro e os espanhóis Victoria Abril e Imanol Árias, atores famosos. Igualmente os cubanos Adela Legrá, Eslinda Núñez, Jorge Perugorría, Vladimir Cruz, René de la Cruz e outros mais.
Aqueles que assistiam pela primeira vez e os que já são habituais visitantes elogiaram repetidamente Gibara, por seu estilo colonial e harmônica coexistência com o mar. Porém, os maiores aplausos foram para seus moradores, herdeiros de uma magia especial nascida há 200 anos, depois de ter sido colocada a primeira pedra daquela que seria a Bateria de Fernado VII, lugar da fundação da chamada Villa Branca dos Caranguejos.
Com certeza, isso influiu na ideia de torná-la área turística, propósito no qual muitos estão empenhados. E exemplo disso até hoje é a implementação de novas ações, principalmente destinadas ao alojamento e o lazer.
Neste momento, uma das obras de maior esforço na construção é o hotel Plaza Colón, onde antigamente existiu uma casa colonial familiar, na primeira etapa do desenvolvimento urbano de Gibara e que pertenceu a uma das famílias mais importantes que chegou cedo aqui.
Outro hotel da marca Encanto contará com 14 apartamentos e lanchonetes para o serviço de café da manhã e refeições para os hóspedes e clientes, em geral. O serviço deve começar daqui a pouco, com motivo da Feira Internacional do Turismo FITCuba 2017.
O arquiteto Alberto Mora Reynaldo reco-nheceu que foram preservadas as características próprias da edificação como o telhado, grades e a carpintaria, bem como o amplo quintal interior e os corredores, enquanto está sendo construído um prédio novo atrás, sem afetar a harmonia do entorno.
Além dos elementos atraentes próprios do hotel, destaca seu lugar na terceira praça da cidade. «A dita praça é cercada de moradias que, a partir de suas origens, serviram em suas funções para a arquitetura familiar, embora sejam amplas as mostras de cada um dos elementos das mobílias que caracterizam Gibara em seu desenvolvimento urbano e arquitetônico».
Por exemplo, na representatividade dos códigos neoclássicos, a de maior requinte é a Casa da Cultura, antiga Sociedade Espa-nhola, depois continuam as contruções da etapa eclética.
Na que virá a ser a praça trabalha uma centena de construtores, alargando o horário de expediente, com o objetivo de entregar a obra no período concebido.
OS ARES RENOVADORES CONTINUAM EM GIBARA
São mais de 100 obras nas instalações do Complexo Integral Turístico Gibara, entre elas a boate-café Punto Náutico, localizada perto da doca flutuante, com quase 60 metros de comprimento, instalada com o fim de dar maiores atributos ao produto turístico da Vila Branca. Saindo desse lugar, nas segundas, quartas e sextas, os turistas podem entrar em um catamarã, para fazer percursos pela baía.
A esse respeito, o diretor do complexo, Fermín Nodal Tejeda, explicou que essa era uma instalação quase destruída e que hoje foi resgatada para oferecer atividades noturnas e de outros tipos, a partir de sua localização privilegiada em frente do mar.
O jovem diretor ou qualquer outro funcionário do setor no município ou a província asseveram que as transformações começaram há cinco anos, com a intenção de oferecer maior quantidade de opções culturais e de divertimento para os turistas, entre elas os que reservam nos hotéis de Guardalavaca e Pesquero e outras instalações que oferecem serviços sob a modalidade de ‘Tudo incluído’.
Teve-se em conta que Gibara possui características de outros destinos que têm alta demanda, como são os casos de Viñales, Trinidad, Remedios e Baracoa.
Para avançar, solicitou-se o apoio das autoridades políticas e do governo da província e da localidade, as quais aderiram imediatamente, para encaminhar um processo construtivo com o objetivo de parar a deterioração dos imóveis com valor patrimonial.
Então, começou logo a identificação das instalações com essas características, tanto as abandonadas quanto as que estavam em uso. A ideia foi torná-las áreas para o turismo, com a intenção clara de transformar alguns deles em hotéis patrimoniais, devido a que esta vila costeira estava prestes a completar 200 anos, período no qual se conformaram as obras e figuras da cultura nacional.
Dessa forma, surgiu o hotel Ordoño, que conserva seu estilo original e tem alta demanda. Depois, recuperaram o Arsenita, que possui, igualmente, altos valores arquitetônicos.
Paralelamente, planejaram-se várias ofertas extrahoteleiras para a venda de percursos e convidar os turistas não só a curtir da praia, mas também percorrer Gibara. Nesse ambiente surgiu o atraente café La Loja, o Complexo Cultural Século 20 e o Ocio Club.
Para as autoridades do municípo é muito importante resgatar as instalações culturais, processo no qual destaca a restauração do teatro municipal, que se propõe dinamizar a vida espiritual, favorecendo, ao mesmo tempo, a vinculação cultura-turismo-patrimônio, que transformará Gibara em um produto turístico integral.
O já feito e o que está por fazer-se nesse sentido não pode ser considerado alheio ao Festival de Cinema, que se realiza nesta cidade cada ano. Trata-se de um evento em massa, em toda sua dimensão, porque junto aos diretores e estrelas dos filmes, chegam figuras proeminentes da música, dança, artes plásticas e outras manifestações artísticas.
À visão integral sonhada também contribui a criação de diversas hospedarias e restaurantes particulares, nos que predomina o bom atendimento dos clientes e um cálido ambiente familiar, que respeita as tradições de hospitalidade e as refeições típicas do povoado.
Gibara continuará empolgando, devido aos encantamentos próprios que a natureza lhe proporcionou e o homem lhe acrescentou, aos poucos, para que continue sendo a «Pérola bela de Oriente».
