
EM 2015, no seio da Assembleia Geral das Nações Unidas, os líderes mundiais aprovaram a Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável, a qual expõe 17 objetivos para ser cumpridos em um período de 15 anos, com o objetivo de conseguir um mundo melhor para todos.
Estes 17 objetivos incluem a erradicação da pobreza e a fome, saúde e educação para todos, igualdade de gênero, ações em prol do meio ambiente e atingir a paz.
Para consegui-lo, são muitos os autores envolvidos no processo, entre eles a própria Organização das Nações Unidas (ONU) e os governos e territórios de cada país.
Nesse contexto, surgiu o Fundo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGF, por sua sigla em inglês), um mecanismo de cooperação para o desenvolvimento, criado pelo PNUD — representando a ONU — com uma contribuição inicial do governo espanhol.
Recentemente, a diretora do SDGF, Paloma Durán fez uma visita de trabalho ao nosso país, e em uma entrevista exclusiva ao Granma Internacional falou de sua estada em Cuba e da organização que ela lidera.
UM FUNDO PARA IMPLEMENTAR A AGENDA 2030
Durán explicou que o Fundo que ela dirige foi criado para implementar a Agenda 2030, levando em conta três princípios fundamentais; a abordagem integral dos programas que são aplicados; isto é, que sua aplicação possa beneficiar vários setores, tanto alimentar, quanto na agricultura ou a saúde.
O segundo deles é a apropriação nacional. A Agenda 2030 deve ser aplicada em cada município, província ou país, segundo suas necessidades específicas e prioridades; e por último o cumprimento destes objetivos, dos quais o fundamental é tirar a pobreza e conseguir que todas as pessoas tenham melhores condições de vida.
«Em prol de trabalhar nestes três princípios, arguiu a funcionária, em nível territorial se desenha um projeto que ajudará a cumprir suas necessidades, que será executado pelo governo local e as Nações Unidas».
«Em cada seis meses se solicita aos países e comunidades um relatório que descreva os objetivos cumpridos com seu projeto, os principais beneficiários deste e o impacto que teve sua aplicação».
Relativamente à partilha dos recursos, Durán referiu que com vista a facilitar às comunidades suas necessidades, estabelecem-se então verbas da contraparte.
«Estas, continuou explicando, consistem em que parceiros dos territórios ou internacionais possam complementar o dinheiro fornecido pela organização que eu lidero».
Segundo a diretora do SDGF, não só os países em desenvolvimento fazem parte das já mencionadas verbas de contraparte, pois a agenda é universal e tanto em países ricos quanto em pobres existem desigualdades.
A EXPERIÊNCIA CUBANA
O projeto que atualmente vem se implementando em Cuba graças o SDGF é o ‘Suma tu gota’, que tem o propósito de melhorar o acesso à água segura e à segurança alimentar e nutricional em Santiago de Cuba.
Como parte de sua visita a Cuba, Paloma Durán esteve nessa província cubana e durante sua conversação com este jornal falou dessa experiência.
O projeto de Santiago foi implementado como uma resposta à seca que açoitou e ainda afeta o território.
‘Suma tu gota’ se desenvolve satisfatoriamente, pois é benéfico para a população, graças à apropriação por parte dos territórios para implementá-lo», acrescentou.
Embora o projeto esteja focado na situação da água e a seca, conseguiu-se trabalhar no setor hidráulico e no meteorológico (para a prevenção de eventos futuros).
Na medida em que se melhora o acesso à água existe uma melhora na agricultura, na segurança alimentar, na saúde, na educação, isto se tornou um ciclo vicioso, onde o trabalho foi em parceria, para conseguir maior impacto na população. A funcionária destacou o trabalho dos líderes sociais no empenho de melhorar a vida da população.
Por último, Durán destacou a experiência de ‘Suma tu gota’, e asseverou que embora estiver terminado em março de 2018, seria bom aplicar essa mesma experiência em territórios como a África, onde também existem problemas de seca.