
ATRAVÉS dos anos, o Festival do Charuto manteve intacto o espírito de comemoração e homenagem ao melhor charuto do mundo. Não só se converteu no melhor porta-voz das excelências e fundamentos de qualidades dos charutos cubanos, mas também é já reconhecido como o âmbito ideal para a troca de experiências.
Organizado pela primeira vez em 1999, desde então é comemorado todos os anos, na última semana do mês de fevereiro, em Havana, convertida assim na metrópole do mundo do charuto havana, como genericamente é conhecido o charuto cubano desde fim do século 17.
Aqui são esperados desde devotos e fãs a este produto único até profissionais, como distribuidores e detalhistas (comerciante que vende no varejo), até personalidades internacionais da cultura, a gastronomia, o cinema, a moda, o esporte e o colecionismo e o mundo do luxo. Todos eles compartilham uma paixão comum: o charuto.
O 20º Festival do Charuto está previsto de 26 de fevereiro a 2 de março próximos e permitirá, além de prestar tributo aos melhores charutos Premium (feitos totalmente à mão) do planeta, conhecer um pouco mais sobre os segredos de uma tradição guardada na Ilha Maior das Antilhas durante mais de cinco séculos.
Surpresas, novidades e lançamentos de exclusivas modalidades de charutos; bem como maridagens com alguns dos melhores produtos do mundo, com Denominação de Origem Protegida, acontecerão neste encontro, sobre o qual conversam com o Granma Internacional o cubano Inocente Núñez Blanco (INB) e o espanhol Luis Sánchez-Harguindey (LSH), copresidentes da companhia Habanos S.A., patrocinadora do evento e responsável pela comercialização dos charutos cubanos em nível mundial.
Qual foi o principal saldo para Cuba e para um produto como o charuto, nas quase duas décadas de festivais?

INB: — «O saldo foi muito positivo e é dado por vários fatores. O negócio cresceu nos últimos anos de maneira sustentada e se somaram novos consumidores dos charutos».
«A rede de distribuição vem se ampliando, ano após anos, permitindo desta forma que os charutos cubanos estejam presentes em mais de 165 mercados (países), exceto no norte-americano (por causa das leis do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos EUA a Cuba n.r)».
«A estratégia de marketing desenvolvida durante estes anos junto com a comemoração dos Festivais contribuíram a manter a paixão pelos charutos, apesar das restrições internacionais vigentes (contra a indústria do fumo, n.r), que propiciam e condicionam todo um trabalho de promoção e de consumo deste produto».
Quais novidades apresentará neste ano o 20º Festival e a qual marca será dedicado?
«As novidades são várias, porque neste 20º aniversário queremos destacar as principais marcas do dossiê da Habanos S.A. É por isso que dedicaremos noites aos afamados charutos Cohiba, fazendo o lançamento de sua bitola Robusto Reserva, da colheita de 2014. Entretanto, mais vez o protagonista será a marca Partagás, com suas bitolas Línea Maduro no 1, no 2 e a no 3».
«Também serão realizados lançamentos da Hoyo de Monterrey Le Hoyo Rio Seco e Vegueros Centrofinos».
«Outras novidades que apreciarão muito os visitantes a este encontro serão as edições Limitadas 2018: Romeo y Julieta Tacos, Bolivar Soberano e H. Upmann Propios, entre outros lançamentos».
«Será realizada uma cata espacial de charutos com brandis de Torres, da Espanha e o primeiro concurso Internacional Habanos Word Challenge (HWC)».
Sobre este último particular, o Granma Internacional conheceu que no HWC os concorrentes terão que pôr à prova seus conhecimentos gerais sobre o charuto em suas diversas fases: agroindustrial, industrial, aspectos práticos e demonstrativos. Viajarão a Havana para participar da fase final do certame os vencedores de rodadas eliminatórias realizadas em diferentes países».
Qual foi a vinculação do Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz com os Festivais do Charuto?
«O primeiro Festival do Charuto foi realizado em 1999 e contou com a honrosa presença de Fidel, quem proferiu um discurso depois do leilão de cinco umidificadores de madeira nobre, desenhados especialmente para a ocasião e assinados por ele».
«No segundo Festival do ano 2000 também esteve presente e na mesa dele esteve o premiado escritor colombiano Gabriel García Márquez, Prêmio Nobel de Literatura. Presenciou o leilão de seis umidificadores exclusivamente feitos para a ocasião e um conjunto de dois estojos antigos de charutos, todos eles assinados por Fidel».
«Daí em diante, o recebimento pelo Comandante-em-chefe de personalidades que participavam destes encontros teve uma notável influência na repercussão dos festivais».
«Não podemos esquecer que o Comandante-em-chefe da Revolução Cubana e sua entranhável colaboradora e companheira de luta da Serra Maestra, Celia Sánchez Manduley, foram os criadores da prestigiosa marca Cohiba, em 1966, a mais famosa do dossiê da Habanos S.A., que identifica a Cuba em qualquer palco, seja especializado ou não, no mundo do charuto».
«Precisamente por estas razões somos muito cuidadosos e exigentes com esta marca, porque foi criada por Fidel e Celia».
O leilão benéfico em favor do Sistema Nacional da Saúde Pública de Cuba de umidificadores, verdadeiras joias de arte, com seu valioso conteúdo de seletos charutos, ano após ano, é muito esperado pelos visitantes e a imprensa especializada. Quanto foi arrecadado, por este conceito, depois de 19 festivais?
«O leilão tradicional é um momento de luxo para os participantes do evento. Foram valiosas obras de prestigiosos artistas cubanos, que fizeram gala de um excelente gosto, engenho e beleza na conceituação e fabrico dos umidificadores leiloados».
«Nestes últimos 19 festivais do charuto foram arrecadados, por esse conceito, 17,4 milhões de dólares para a saúde pública cubana».
Quem são os artistas e ourives que participaram, neste ano, da confecção dos umidificadores para a próxima licitação? Quantos umidificadores serão leiloados?
LSH:— «Com um produto de tanto prestígio como o charuto, pois precisamos contar com reconhecidos criadores, de forma a confeccionar os umidificadores e Cuba, com certeza, pode presumir de contar com reconhecidos artesãos e ourives».
«Neste ano, sendo o vigésimo aniversário do festival, o esforço tem que ser maior, pelo qual contamos com artista de grande reputação como podem ser José Roberto Fabelo Pérez, um dos artistas mais reconhecidos da esfera contemporânea cubana, pintor, escultor, designer e ilustrador em diversos suportes (papel, madeira e tecido), ou José Ernesto Aguilera, um apaixonado da ourivesaria, bem como também artesãos com grande domínio das técnicas inovadoras no titânio, do tamanho de Jorge Gil e Neury Alberto Santana. Há personalidades realmente muito importantes no âmbito da arte que colaboram conosco».
«Neste ano, vamos leiloar sete umidificadores. Nesse sentido, sempre pomos o maior esforço em nossas marcas globais, à hora de exibir nosso produto; e neste ano vai ser o caso também com as marcas Cohiba, Montecristo, Romeo y Julieta, Partagás, H. Upmann e Hoyo de Monterrey».
«Mas neste encontro vamos acrescentar mais uma variedade, que é Rey del Mundo e isso também o fazemos, porque de vez em quando queremos que os fãs se familiarizem com outras marcas, não tão notórias, mas importantes, às quais queremos dar relevo e este é o caso de Rey del Mundo. Então, vamos leiloar seis umidificadores com as seis marcas globais mais o correspondente a Rey el Mundo».
Quantos delegados estrangeiros esperam que participem deste evento?
«Temos uma grande participação de fãs e de personalidades do negócio de todos os países. Habitualmente, a participação no festival flutua entre 1.500 e 2 mil participantes e esperamos ter um entorno similar neste ano».
«Durante essa semana faremos diversas atividades, tais como seminários, a Feira Comercial e outras ações, que foram crescendo ano após ano. Para este Festival contamos com uns 85 expositores na Feira Comercial, com países de nova incorporação como podem ser a Costa Rica, Bolívia e a Colômbia».
«Com este esforço o que nós queremos é divulgar a cultura do fumo e que cada vez se torne mais atraente para mais pessoas».
«Nosso Festival é o maior evento em nível mundial de charutos Premium. Nós temos uma rede de distribuição muito extensa, pois comercializamos em mais de uma centena de países, com uns distribuidores muito conhecedores do negócio, que também desenvolvem seus eventos em nível local, os que junto ao Festival do Charuto são os encontros de mais prestígio no mundo do charuto.
Como está estruturado o dossiê da Habanos S.A.?
«Nosso dossiê é dividido em dois grandes blocos: um deles são nossas marcas globais, que lhe comentava antes que são seis e depois temos outras que as dividimos em marcas de valor e de volume, porque nosso negócio é um negócio de valor, mas não podemos deixar de prestar atenção, também, àquelas que queremos que estejam presentes, em um segmento dos preços mais baixos».
«Então, temos uma pasta de 27 marcas e mais de 300 referências, que nos permite ter um amplo leque com o qual poder concorrer nos diversos segmentos de preços e preferências dos consumidores».
Definitivamente o charuto cubano tem muito boa saúde?
«É um negócio com uma saúde cada vez melhor e, com certeza, um negócio crescente que não é dizer pouco no mundo do fumo, comparado com outros, como pode ser o do cigarro, que vai em declínio».
Nossos interlocutores, profundos conhecedores de um dos produtos mais emblemáticos e tradicionais da Ilha, coincidem em que o charuto cubano é distinto, universalmente, como forma superior de prazer e bem-estar, dado por sua delicadeza e sabor único no mundo».
Núñez Blanco assinala que tentaram imitá-lo, mas não foi possível, pois na Ilha Maior das Antilhas essa aromáti-ca folha, da família das solanáceas, foi favorecida por peculiaridades como o clima, o sol, a terra e pelo bom fazer de experientes produtores e fabricantes; e o acervo de um país que para o charuto significa cultura, tradição e cubanidade.
- O fumo foi visto pela primeira vez em Cuba e no Novo Mundo, em 1492, pela expedição espanhola comandada pelo grande almirante Cristóvão Colombo. Os indígenas taínos enrolavam e acendiam umas folhas misteriosas que chamavam «Cohiba», em uma cerimônia desconhecida até esse momento para os descobridores. Desse ponto de partida, em Cuba, há mais de 500 anos, o fumo foi comerciado e também plantado em todo o planeta. Contudo, desde os inícios dessa descoberta, o charuto negro cubano foi considerado sempre o melhor do mundo.
- Os charutos cubanos são elaborados totalmente à mão, aplicando métodos cubanos, que foram utilizados, pela primeira vez, em Havana há mais de dois séculos, e que são transmitidos de geração em geração e que se mantiveram quase invariáveis até os nossos dias.
- Habanos S.A., fundada em 1994, é uma empresa mista cubana propriedade, em parceria, entre a Cubatabaco, empresa propriedade do Estado cubano e o grupo inglês Imperial Tobacco Group PLC. É líder mundial na comercialização de Puros (charutos) Premium (feitos totalmente à mão) e proprietária de todas as marcas cubanas de charuto, com uma rede de distribuidores exclusivos presentes nos cinco continentes e em mais de 165 países. Foi certificada como Operador Econômico Autorizado, condição que só outorga a Alfândega Geral da República de Cuba àquelas empresas que garantem uma confiabilidade e segurança em toda sua cadeia de fornecimento.
Fonte: www.habanos.com







