
CAMAGUEY.— Nestes dias, há apenas um ano, grande parte do território nacional, com maior intensidade na costa norte, sofreu a devastação do tristemente célebre furacão Irma, um verdadeiro vendaval de água e vento que interrompeu em poucas horas a vida de milhões de cubanos.
Em seu destructor «paseio» ao longo do arquipélago, o meteoro atingiu com especial crueldade mais de 50 assentamentos agrícolas e costeiros dos municípios de Esmeralda, Sierra de Cubitas, Minas e Nuevitas, embora suas investidas eram sentidas, com mais ou menos força, em toda a província.
Para quem agora percorre esses lugares, é difícil imaginar o panorama deprimente e dessolador deixado na sua passagem pelo ciclone, qual peculiar máquina limpadora de capim, de árvores, postes elétricos e telefônicos, casas, fábricas, escolas, instituições culturais e esportivas, adegas, padarias e culturas de todos os tipos.
Uma imagem desconcertante que ainda perdura na mente dos seus povoadores como um terrível pesadelo, só superada por uma realidade esperançosa repetida várias vezes entre aqueles que viram desaparecer naquela madrugada nefasta suas casas e pertences «pelo menos estávamos todos vivos».
No entanto, escassas horas depois do desastre, para espantar de raiz as lamentações, o pessimismo e a falta de ação, um conceito animador: em vez de falar do Irma, sua destruição e perda em qualquer lugar, só se admitia mencionar um furacão e era de trabalho, entrega diária e solidariedade multiplicada.
Essa filosofia logo se espalhou nestas planícies, para se tornar um gigantesco e laboriosos polígono construtivo, onde milhares de trabalhadores e comunidades camponesas se reuniram para limpar primeiro e, em seguida, acometer um ambicioso programa de construção de moradias de vários tipos.

Lombillo, Moscú, Jiquí, Maduro, Los Pilones, Palma City, Puerto Piloto, La Gloria, Lugareño, Praia Florida... são apenas alguns dos exemplos mais visíveis das comunidades onde se testou a capacidade de um povo, sob o signo da unidade de ação mais estreita, para superar as derrotas e avançar.
Quase a partir das ruínas também emergiu a comunidade Jaronú (hoje Brasil) em Esmeralda, uma façanha que permitiu salvar esta preciosa joia da arquitectura e do urbanismo cubano, beneficiando também 230 famílias e 18 instituições do Estado, o que lhe valeu este ano o Prêmio Nacional de Restauração.
Para realizar tão grande trabalho construtivo e sustentar sua preservação, ao longo da província foram recuperadas fábricas de telhas e processadoras de areia, além de intensificar-se o processamento local de materiais de construção, presente hoje em 53 dos 83 conselhos populares previstos, nos quais funcionam 101 centros produtores.
Tais ações, mais a resposta oportuna do Estado com os recursos materiais e financeiros necessários solucionaram, até agora, 19.299 das mais de 43 mil afetações de vários tipos de casas e 91% dos danos causados a instituições estatais do território.
É um esforço colossal, que não culminará até que a última das famílias afetadas receba a atenção que merece e todas as instituições econômicas e sociais recuperem sua capacidade de agir em um ambiente que se prevê muito mais aconchegante e funcional do que antes da passagem do furacão Irma.
MORADIAS
QUANTIDADE RESOLVIDAS %
Total de danos 43338 19299 44
Total colapsos 4626 1707 37
Colapsos parciais 3006 811 27
Impacto total do telhado 7231 4847 67
Efeitos de teto parciais 965 11628 43
INSTITUIÇÕES DO ESTADO:
TOTALMENTE RECUPERADAS:
Redes elétricas
Comunicações
Aqueduto
Turismo
Saúde pública
Serviços Comunitários
PARCIALMENTE RECUPERADAS:
Educação 289 de 297
Cultura 45 de 47
Esportes 60 de 68
Minal 53 de 55
Negócios 333 de 422
Alimentar 65 de 65
Transportes 2 de 27
Mindus 16 de 17
Agricultura 1305 de 1426
Azcuba 5 de 7