ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

«QUEREMOS apoiar um estilo de trabalho contra a burocracia e os obstáculos, em ligação permanente com a base, porque o tempo melhor gasto é dedicado à troca com o povo», assim expressou em Las Tunas o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, na reunião sumária da visita do governo que por dois dias fez a esse território oriental.

O vice-presidente do Conselho de Ministros, Ricardo Cabrisas, ressaltou que Las Tunas pode avaliar um aumento na produção de móveis e que os próprios investidores dos hotéis onde as produções de Ludema estão agora, os promovam nos seus investimentos em terceiros países. Outro setor que chamou a atenção foi a pesca, que deveria se propor o aumento da produção de camarão; também pediu para fomentar a exportação do mel e seus derivados, e no caso do carvão, insistiu na necessidade de mudar para formatos mais valiosos como os briquetes.

Outro elemento que mereceu atenção especial foi a habitação e soube-se que neste território ainda existem 8.096 afetações pendentes do furacão Ike e 672 do Irma. Embora existam estratégias como a promoção de polos de habitação em todos os municípios e um aumento da produção local de materiais, o presidente cubano lembrou que, quando o povo não vê próxima a solução aos seus problemas, não assume que haja progresso.

Em relação ao andamento do programa de auto-suficiência, soube-se que a província incentiva hoje 31 polos produtivos distribuídos por toda a geografia de Las Tunas, e há um plano para fechar 2019 com um valor de 22 libras per capita de produtos agrícolas.

Nesse ponto, Díaz-Canel insistiu que deve ser incrementado o plantio de mandioca, e partir da disponibilidade de sementes, uma problemática levantada por vários produtores. «Com a mandioca — apontou — precisamos de um equilíbrio que nos permita, por um lado, garantir seu abastecimento ao povo e, por outro lado, poder usar o seu potencial para a produção de farinha».

Ao falar, Inés María Chapman, vice-presidenta dos Conselhos de Estado e de Ministros, referiu-se à evolução dos investimentos em recursos hídricos, especificamente à estação de tratamento de água de Jesús Menéndez.

Também apontou a difícil situação da província com a seca, um processo que requer o uso de meios alternativos em mais de 400 comunidades, como é o caso dos caminhões-pipas ou trens para garantir o abastecimento.

Por seu lado, Roberto Morales Ojeda, também vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, explicou que se deve continuar o programa de melhoramento dos hospitais e é urgente a construção do materno-infantil, cuja obra parou no período especial, para poder baixar os níveis de ocupação no hospital provincial Ernesto Guevara. «Neste ano devemos começar pelo menos a primeira etapa desse trabalho».

Devido ao seu impacto na economia do país, o progresso da colheita foi avaliado e a importância de dar acompanhamento mais direto às usinas do sul da província. Las Tunas possui a maior produção de derivados do país, com 16, dos quais 14 são atendidos. Entre os maiores desafios neste sentido está a certificação de rum de Amancio com padrões de qualidade mais competitivos no mercado.

CONSCIÊNCIA E SEVERIDADE PERANTE O ROUBO DE COMBUSTÍVEL

O presidente dos Conselhos de Estado e Ministros também realizou uma reunião com os diretivos de Las Tunas para analisar o roubo de combustível na província e seu impacto sobre a economia do país.

«Temos que tomar mais consciência dos danos que esse fenômeno prejudicial produz e sermos mais severos em seus confrontos», afirmou o presidente. Por trás dos problemas organizacionais, disse, está a falta de controle que frequentemente gera impunidade. Ninguém pode se acostumar a ver o assunto como algo normal, «temos que mudar esse quadro agora», ressaltou. Quantas coisas demais poderíamos fazer com o combustível que hoje é subtraído de entidades estatais, perguntou.

Por essa razão, precisamos pedir em cada lugar o uso desse importante recurso. Exemplificado com as irregularidades detectadas nos cartões magnéticos nos postos de gasolina, sobre o qual a Fincimex realiza um relatório diário com as transações «suspeitas» desses dispositivos em todo o país, que depois publica em um site. Os diretivos, apontou, têm que procurar frequentemente essa informação como ferramenta de trabalho para atuar perante qualquer problema.

Também se referiu às baixas taxas de venda de combustível aos motoristas privados em postos de gasolina, enquanto continuam prestando serviços, o que indica a existência de um «mercado negro» onde eles são constantemente supridos. O setor não-estatal deve existir, definiu, mas na legalidade.

Na reunião, o Ministro de Energia e Minas, Raúl García Barreiro, informou que em Las Tunas houve cerca de 500 ações de confronto e 36% das inspeções classificaram o assunto como deficiente. Entre os temas recorrentes estão o mau planejamento do índice de consumo por níveis de atividade, a falsificação de quilômetros, a falta de controle e a falta de correspondência entre os mapas de estradas e o combustível consumido. As entidades com maiores problemas aqui são a Empresa Açucareira e de Lixo.