ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Na reunião também marcaram presença Ulises Guilarte de Nacimiento, membro do Bureau Político e secretário-geral da CTC, e Ulises Rosales del Toro, vice-presidente do Conselho de Ministros. Photo: Ariel Cecilio Alvarez de la Campa

«É necessário conseguir um aumento sustentado em todos os laticínios, carnes, conservas, confeitos... E devemos pensar no mercado interno, tudo que é necessário, com linhas mais ou menos econômicas, mas sempre de qualidade», disse quarta-feira, 20 de março, Miguel Diaz-Canel Bermúdez, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, durante o balanço anual do Ministério da Indústria Alimentar (Minal).

Na reunião, que prestou especial atenção aos principais descumprimentos da indústria em 2018 e como aumentar as ofertas para a população, Diaz-Canel destacou o papel estratégico do organismo para se inserir nas duas principais prioridades do país: a defesa e a economia

Como é habitual nessas reuniões de trabalho, o presidente chamou a atenção para o desempenho efetivo dos diretivos, especialmente em um setor vital, como a alimentação.

Em sua opinião, «não podem estar faltando sensibilidade para os problemas das pessoas, eles devem ficar chateados quando as coisas não estão certas ou estão paradas. Vocês têm que ser líderes empreendedores, com impulso, com poder de convocação e capazes de encontrar soluções de maneira ágil e inteligente».

O valor da comunicação social, tanto para a população quanto para os trabalhadores, para explicar os problemas e projeções da indústria; a necessidade de avançar na informatização e a automação de processos; a urgência da implementação dos resultados das pesquisas com uma abordagem inovadora e a importância de laços mais estreitos entre empresas e centros de pesquisa também foram temas discutidos em profundidade.

Díaz-Canel também enfatizou a batalha ética contra a corrupção e as ilegalidades, uma questão que requer aperfeiçoamento dos sistemas de controle interno, e pediu o reforço de estratégias de reativação dos territórios, «tudo o que seja feito tem que ser melhor que o anterior».

Por volta de exercício legislativo abrangente que resultará da Constituição, uma vez proclamada, fez um apelo para verificar quais leis podem ser relacionadas com a gestão do Ministério e insistiu no reconhecimento da autonomia municipal, ver o tipo de indústria de alimentos que precisamos e que tipos de ligações produtivas podem ser geradas.

Nesta última edição, disse, as prioridades são claras: o setor de alimentos deve promover ligações com o investimento estrangeiro; com a indústria nacional, principalmente a agricultura, e os Ministérios do Comércio Interno e da Indústria, com as exportações e com o turismo, onde as importações de alimentos ainda são muito altas.

O presidente pediu para generalizar as melhores experiências na produção e diversificação de ofertas e reconheceu as limitações que ainda atormentam os processos de investimento: «Temos de nos livrar da incompetência e garantir que os investimentos sejam realizados como previsto nos estudos de viabilidade».

O DESAFIO DE AUMENTAR AS OFERTAS À POPULAÇÃO

De acordo com o relatório apresentado, com marcante ênfase crítica, o ano de 2018 foi marcado por descumprimentos nas entregas de matérias-primas agrícolas e os efeitos das restrições financeiras, uma situação que, combinada com problemas subjetivos, limitou a contribuição do setor para a economia do país.

As metas para 2019 «continuam sendo tensas, mas possíveis de alcançar», como transpareceu nas palavras da titular do Minal, Iris Quiñones Rojas, e estão encaminhadas, acima de tudo, «a alcançar maior satisfação das demandas da população».

A análise da gestão começou com a informação referente ao estado das políticas que comanda o Minal: a da pesca, a da produção industrial de alimentos e bebidas e a relativa à importação de alimentos industrializados.

Quanto a esta última, os estudos afirmam que anualmente são importados cerca de 500 milhões de dólares de produtos alimentares industrializados, dos quais uma parte pode ser produzida pela indústria nacional, tais como água, sucos, frutos do mar, instantâneos e refrigerantes. Ainda não existe um mecanismo efetivo para regulamentar as compras no exterior, para evitar a saída de liquidez desnecessária, embora a produção interna não seja suficiente em quantidade e qualidade para substituir todas as importações.

PRINCIPAIS RESULTADOS DO SISTEMA DE NEGÓCIOS REGIDO PELO MINAL

 As exportações foram da ordem dos US$ 213.829.000.

   Decumprem-se dez produções selecionadas, incluindo carne desossada, carne enlatada, leite em pó, iogurte de soja, café torrado, farinha de trigo, óleo vegetal refinado e farelo de soja para ração e cerveja.

   Permaneceram como as principais insatisfações da população a insuficiente oferta em relação com a procura, a substituição de iogurte de soja por outros produtos na cesta subsidiada, a má qualidade de várias produções, principalmente de produtos de carne e o pão da cesta familiar normalizada.

Foram executados investimentos no valor de 173.913.900 pesos.

Ressaltou-se que já existem 11 joint ventures em operações no setor e que sete contratos internacionais de associação econômica estão em negociação, visando aumentar o potencial produtivo da cultura do camarão, o desenvolvimento de outros fundos exportáveis ​​do setor pesqueiro e a produção de farinha de trigo, bem como refrigeração e serviços eletrônicos.

Em termos de aumento e diversificação das exportações e efetiva substituição de importações, apesar dos resultados, até mesmo os empresários desconhecem o potencial do setor para estabelecer ligações produtivas e se carece de criatividade para incorporar produtos no mercado internacional.

Para o desenvolvimento do setor, os investimentos foram direcionados para a aquisição de novas linhas, a recuperação de equipamentos, a proteção do meio ambiente, fontes renováveis ​​de energia, bem como a garantia de qualidade e infraestrutura. Foram beneficiados, entre outros, a produção de laticínios, carnes, frutas e vegetais enlatados, confeitaria, moagem, panificação e refrigerantes.

E em prol de aumentar a produção de alimentos para a população, as estratégias propostas se propõem incorporar novos produtos regulamentados, mas não subsidiados, nos armazéns; elaborar produtos para adultos com mais de 65 anos; aumentar e diversificar os sortimentos para a população com doenças que exigem dietas especiais, e crescer na utilização dos subprodutos da indústria.

ALGUMAS PROJEÇÕES DE TRABALHO PARA ESTE ANO

   Preveem-se exportações por 216 milhões de CUCs.

   Aumentar o vínculo das empresas de laticínios com as mini-indústrias para a substituição de sabores importados por polpas de frutas.

   Produzir 5.300 toneladas de salsichas.

   Avanço na distribuição de carne embalada para crianças.

   Transforme os enchidos da cesta familiar reguladas por produtos de maior aceitação.

   Começar a embalagem de óleo destinado à cesta familiar padronizada em Havana.

QUE A QUALIDADE SEJA PREMISSA

O debate que provocou o relatório colocou os pontos nos I das ligações produtivas, as fragilidades para avançar no investimento estrangeiro e as dívidas de qualidade em muitos sortimentos.

«Para dar mais comida ao povo», disse Armando Posada, presidente do Grupo Empresarial da Indústria Alimentar, «devem ser cumpridos os planos de todos os dias, ter um controle mais eficiente dos recursos financeiros e de matérias-primas e aumentar o rendimento da produção industrial».

Rosel Gil Rodriguez, diretor-geral da Empresa Cubana de Moinhos falou, entretanto, sobre o programa de crescimento na produção de farinha de trigo e como têm aumentado os níveis de produção, em comparação com o mesmo período do ano passado, ainda que seja insuficiente.

Nesse sentido, Díaz-Canel destacou o valor da manutenção oportuna neste setor, no exame das estratégias de distribuição e transporte e na qualidade da produção, desde a farinha até o pão.