ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O presidente cubano exortou no encontro a defender o legado que no âmbito das relações exteriores deixou o Comandante-em-chefe da Revolução Cubana Fidel Castro Ruz e o que isso significa com o compromisso de desenvolver uma política exterior independente, antiimperialista e contra a hegemonia. Foto: Estudios Revolución

O presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, descreveu o atual cenário internacional como um enorme desafio, na segunda-feira, 18 de março, em uma reunião com a diretoria do Ministério das Relações Exteriores (Minrex), onde foi realizada uma análise integral do trabalho desse organismo durante 2018.

O líder cubano fez uma convocação a assumir este desafio com «firmeza e inteligência para evitar o isolamento, sem comprometer os princípios ou posições. Nisso desempenha um papel fundamental o que possamos fazer nos campos diplomático, econômico e de comunicação».

Díaz-Canel compartilhou reflexões sobre aspectos da política internacional intimamente relacionados com a região da nossa América, onde é evidente uma estratégia capitalista colonialista e neoliberal, que mais uma vez lançou mão da Doutrina Monroe, no meio da qual o bloqueio econômico contra Cuba foi intensificado, especialmente no campo financeiro.

«Neste contexto, o papel do Minrex, protagonista de importantes batalhas em 2018 e em que o povo cubano esteve representado, é fundamental», disse o presidente. «Toda vez que há uma vitória diplomática em nível internacional, as pessoas assumem isso com sentimento, como uma vitória para o país».

«Nos momentos atuais», disse, «onde está havendo um retorno ao momento do confronto e surgem novos perigos que precisam ser enfrentados, precisamos urgentemente nos preparar mais e mais. Neste contexto, este ministério foi capaz de aproveitar o talento dos funcionários mais experientes para a formação de uma geração de jovens diplomatas com um alto senso e compromisso revolucionário».

«Entre todos temos que defender o legado que no âmbito dos assuntos externos nos deixou o Comandante-em-chefe da Revolução Cubana e o que significa» — enfatizou — «com o compromisso de desenvolver uma política externa independente, antiimperialista e contra a hegemonia, em que tenham destaque a amizade e a solidariedade internacional, a segurança e a paz mundial».

«Esta mudança de gerações que está tendo lugar, gradativamente no país, sob a liderança do Partido Comunista e do seu primeiro secretário, o general-de-exército Raúl Castro Ruz, não pode iludir ninguém, no sentido de que haverá uma mudança na política externa de Cuba. A política externa da Revolução Cubana continua sendo a mesma e será, todos nós devemos contribuir para isso», disse Díaz-Canel.

«Homens ilustres desta nação fizeram parte deste Ministério, como Alejo Carpentier, Fernando Ortiz e Raúl Roa. Aqui há muitos homens e muito trabalho para honrar» — enfatizou — «e da melhor forma que podemos fazê-lo é precisamente enfrentando os desafios e superando-os. Este ministério alcançou prestígio e resultados reconhecidos em 60 anos de diplomacia revolucionária».

Destacou a necessidade de continuar trabalhando com a emigração cubana no exterior, não apenas nos Estados Unidos. Nossa Ilha foi formada «pela imigração e a miscigenação e não podemos ignorar os muitos cubanos que vivem no exterior orgulhosos e nostálgicos por sua Pátria». Nesse sentido, o líder insistiu que deveria ser escrita uma política de imigração que permitisse a todos contribuir para o desenvolvimento e a defesa da Pátria, tanto quanto todos pudessem. «Não temos que concordar em tudo, mas podemos participar».

Destacou o forte impacto dos serviços consulares que o ministério oferece, tanto na população residente quanto nos que moram no exterior, os que, segundo ele, devem manter um aumento constante na qualidade, bom tratamento e profissionalismo.

Também insistiu em ideias fundamentais que caracterizam a gestão do governo e que também devem prevalecer nas atividades diárias do Ministério.

Mais uma vez, as reflexões abordaram questões fundamentais, como a necessidade de uma administração pública mais eficiente; as qualidades que devem caracterizar os diretivos em qualquer cenário em que atuam; a cultura do detalhe; como o trabalho deve ser com força qualificada; e a sensibilidade para eliminar obstáculos e burocracias, no que diz respeito a cada entidade, para que os procedimentos sejam suavizados e respostas mais oportunas possam ser oferecidas a certas preocupações.

«A comunicação social deve estar entre as principais linhas de ação», disse o presidente. «Construir uma estratégia de comunicação social mais coerente e ativa entre todos é outro dos grandes desafios».

Ressaltou a importância de preparar a imprensa não apenas nas grandes questões e continuar ganhando terreno no cenário da mídia social, onde é vital «avaliar o que estamos alcançando e o que nos falta», para refinar nossas mensagens cada vez mais. «Essa realidade virtual tem um impacto enorme que não pode ser ignorado», disse.

Da mesma forma, reiterou a importância de informatizar tanto os processos internos do organismo como aqueles que são realizados em face da população, em que um papel cada vez maior dos sistemas nacionais deve ser buscado.

Por outro lado, apelou para usar a pesquisa científica como uma ferramenta fundamental para ajudar a desvendar as complexidades que existem hoje em várias questões relacionadas às relações internacionais, como as tendências atuais em direitos humanos, migração, legislação trabalhista e outras.

O presidente cubano enfatizou no profundo exercício legislativo que temos por diante para garantir os regulamentos que apoiam a Magna Carta, cujos projetos devem começar a ser elaborados nos diferentes organismos, dependendo de sua competência.

Levando em conta o importante papel que corresponde ao Ministério das Relações Exteriores para acompanhar na esfera política internacional o esforço feito por Cuba no campo econômico, Díaz-Canel fez referência aos processos prioritários para o país como a busca de maior eficiência no investimentos; a necessidade de promover ligações produtivas com o investimento estrangeiro, as exportações, o turismo e o setor não-estatal da economia; conhecer e gerenciar todas as possibilidades de financiamento em todo o mundo; a defesa da produção nacional e maior demanda na qualidade dos serviços.

Finalmente, descreveu como crítica a análise feita na segunda-feira, 18, onde foram feitas propostas concretas e conectadas com a realidade em que vivemos. Temos «uma diplomacia madura e revolucionária, herdeira das ideias de José Martí, Fidel e Raúl, e temos importantes desafios daqui em diante que enfrentaremos na linha de frente do combate».

O TRABALHO NO EXTERIOR DEVE SER ABRANGENTE

Ao fazer uma avaliação dos principais aspectos que caracterizaram a política externa de nosso país em 2018, o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, aprofundou nos numerosos desafios que o trabalho do ministério enfrenta, levando em conta a complexidade da situação internacional e as perspectivas para o próximo período.

Durante o balanço, onde também compareceu Ricardo Cabrisas Ruiz, vice-presidente do Conselho de Ministros; Rodrigo Malmierca Díaz, ministro do Comércio Exterior e o Investimento Estrangeiro; assim como outros líderes do Partido e do Governo, enfatizou-se que no ano passado Cuba continuou uma «política externa de paz, cooperação e solidariedade, em defesa do Direito Internacional, o desenvolvimento equilibrado e sustentável e a promoção de relações econômicas mais justas para os países em desenvolvimento».

Como um período de desafios em relação às relações bilaterais com os Estados Unidos, foi definido o ano 2018 por vários participantes no debate, no qual foi acordado que esta questão tem uma relação estreita com toda a esfera política diplomática do Ministério. Destacou-se a histórica vitória na Assembleia Geral da ONU no enfrentamento do bloqueio econômico, comercial e financeiro, onde se confirmou o apoio esmagador da comunidade internacional ao projeto de resolução que exigia o fim dessa política.

Avaliou-se que se impõem novos desafios para o país, no contexto atual de fortalecimento da perseguição das nossas transações financeiras externas pelo governo dos EUA.

Em nível regional, ratificou-se a solidariedade de Cuba com a Revolução Bolivariana e o compromisso de nossa política externa com a unidade das forças progressistas e movimentos sociais na América Latina e no Caribe.

Vários participantes concordaram que hoje a ação de política externa não é concebida se antes não é dada uma saída de comunicação. O desafio atual imposto pelas redes sociais, onde devemos lutar com intensidade crescente, nos diferencia de outras épocas, segundo foi valorizado.

Durante o intercâmbio também foi confirmado o compromisso do Ministério na formação das novas gerações que estudam no Instituto Superior das Relações Internacionais Raúl Roa García.

Sublinhou-se na reunião que temos que defender Cuba entre todos. Daí a necessidade de fazer um trabalho cada vez mais abrangente em todas as áreas que dizem respeito à política externa cubana, falar com todos os setores e com todos criar vínculos.