
CIMENTO, areia, pintura, carpintaria, canalização, andaimes, ruído e trabalhadores em plena obra. Essa é a atmosfera que se respira nas escolas de Havana que recebem uma reparação capital, após os danos sofridos por causa do tornado de 27 de janeiro passado.
Nos municípios afetados, 78 instituições de ensino foram deixadas com maior ou menor grau de destruição e imediatamente as direções municipais e provinciais da Educação, com o apoio de empresas estatais e de contingentes da construção, começaram o trabalho.
Muitos recursos foram alocados pelo Estado para que estas escolas estejam em melhores condições construtivas do que antes do evento climático. Algumas das obras, como o Politécnico de Economia Andrés Luján Vázquez, em San Miguel del Padrón, já estão concluídas.
«A escola ficou praticamente devastada pelo tornado»— assevera Alién Carvajal García, diretor do centro — «mas já temos uma escola embelezada, consertada em menos de um mês. Hoje, iniciamos o processo educacional com 15 grupos de primeiro ano, oito de segundo e dez de terceiro».
Enquanto este instituto era reparado, seus 1.324 estudantes foram distribuídos em outras escolas do território. Quando eles retornaram, em 18 de março, imediatamente perceberam a mudança.
«Temos novos móveis, banheiros, pisos polidos», comenta Jennifer de la Caridad Matos, estudante de terceiro ano em Contabilidade. O trabalho voluntário foi organizado, com a ajuda de nós e dos professores, conseguimos uma rápida recuperação».
A VILA DOS PROFESSORES
A residência de La Asunción, onde professores de outras províncias que servem em Diez de Octubre estão alojados, perdeu todos os telhados e várias áreas foram danificadas. Enquanto durar o reparo da propriedade, os professores permanecerão alojados em outros municípios.

«Temos uma matrícula de 312 professores, que foram transferidos para as residências de El Cotorro e San Miguel del Padrón. O restante fica na casa de parentes e de alguns vizinhos que ajudaram até a residência se recuperar», diz Eliecer Vuelta Rojas, diretor de La Asunción.
Como este professor, os professores que ficam na vila procuram o momento de colaborar no trabalho construtivo.
«Nos finais de semana fazemos trabalho voluntário aqui para manter a obra o mais limpa possível e que não haja obstáculos quando trabalhem os construtores».
Cerca de 140 trabalhadores do contingente Julio Antonio Mella participam da recuperação da cidade.
«O mais difícil foi o telhado» — ressalta Ibrahim Estiven Ortiz, do contingente Julio Antonio —. O tornado levou-o quase inteiramente e foi um pouco pesado, mas já está terminado. Agora estamos focados na questão sanitário-hidráulica, prestes a terminar. Foi um bom trabalho».
SENTIDO DE PERTENÇA
Licherlys Cruz Pérez foi o primeiro a chegar à escola que dirige, logo após a devastação de 27 de janeiro. Hoje se confunde entre os construtores que consertam o semi-internado Alfredo Miguel Aguayo (Santos Suárez, município de Diez de Octubre) para que os alunos — agora distribuídos em centros próximos — recebam um prédio em melhores condições.
«Já levo seis anos aqui. Começamos o trabalho de coleta desde o início da manhã do tornado. Os professores estão lá com os alunos, mas eu estou aqui na frente».
«A escola ficará melhor do que estava. O compromisso dos trabalhadores é esse. A outra tarefa será manter o que feito. Aqui todos os trabalhadores têm um sentimento de pertença e também responsabilidade material em relação ao que receberão, porque tudo será novo».