«NO meio de uma situação tão complexa podemos procurar impactos sobre a alimentação da população, habitação, transporte, informatização e a incorporação dos resultados das pesquisas», disse Miguel Díaz-Canel Bermúdez, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, falando na segunda-feira, 22 de abril, em um dia de trabalho em comissões do 21º Congresso da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC).
«Apesar da perseguição financeira, o recrudescimento do bloqueio e as ameaças de aplicação da Lei Helms-Burton não há tempo para lamentar; é hora de procurar soluções», frisou após o debate gerado na comissão que abordou a contribuição dos trabalhadores para a eficiência econômica e o papel do sindicato na materialização de programas de desenvolvimento do país.
Em uma espécie de guia de prioridades, Díaz-Canel instou a reforçar os programas de auto-abastecimento municipais, os produtos para a exportação e o turismo, a fabricação de linhas econômicas e a substituição de importações e o desenvolvimento das indústrias de biotecnologia e farmacêuticas, o setor eletroenérgetico, da poupança à promoção de fontes renováveis, a exportação de serviços, manufatura, construção e a cadeia porto-transportes-economia-interna.
«Os trabalhadores», disse, «têm um papel de liderança na defesa do país e na batalha econômica, e este Congresso tem que contribuir para a compreensão do momento em que estamos vivendo e para levar à mais ampla discussão na base os problemas do país».
O presidente cubano destacou a importância do movimento sindical na garantia política dos processos e na mobilização dos trabalhadores. «Mais uma vez derrotaremos o imperialismo porque vamos superar todos os obstáculos, não temos medo de suas medidas e temos um povo disposto a avançar», disse.
Consistente com as ideias de trabalho apresentadas em outras ocasiões, o presidente reiterou a necessidade de defender, a partir do trabalho sindical, uma administração pública e empresarial eficiente, para simplificar processos e combater a burocracia; «devemos exigir a prestação de contas, em todos os níveis, e não descansar na batalha ética contra a corrupção e a indisciplina.
«Podemos não ter recursos, mas não pode faltar a moralidade ou a combatividade para enfrentar problemas», concluiu.
«Se conseguirmos um exercício efetivo de mobilização do sindicato para as tarefas estratégicas do país poderíamos falar de um Congresso bem aproveitado», disse Ulises Guilarte de Nacimiento, membro do Bureau Político e secretário-geral da CTC.
A partir do debate transcenderam algumas preocupações dos delegados sobre irregularidades que complicam a atividade de comércio, para as quais Meisi Bolaños Weiss, chefe de Finanças e Preços, informou sobre o estudo que o organismo faz com relação à formação de preços e cartões de custo de produtores e atacadistas, com impacto no varejo.
O presidente dos Conselhos de Estado e Ministros prometeu responder gradualmente às propostas dos delegados, no que diz respeito ao Governo, «para que nenhuma análise seja em vão ou caia em ouvidos surdos».
