ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O general-de-exército Raúl Castro Ruz, então presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, recebeu em 27 de abril de 2017, o Exmo sr. Danny Faure, presidente da República de Sicheles, que na época, fez uma visita à Ilha. Foto: Estudios Revolución

PARA agrupar aos que têm sentimentos fraternos e solidários, em 21 de dezembro de 2018 foi fundada nas ilhas de Seychelles a organização Amigos de Cuba (ADEC), com a finalidade de realizar atividades para comemorar datas históricas, divulgar os sucessos atingidos pela Revolução e apoiar o povo cubano em suas lutas.

Isto foi asseverado ao Granma Internacional pelo deputado seichelense Simon Joachim Gill, secretário-geral adido do Partido United Seychelles e presidente da organização de solidariedade, que admitirá todos aqueles que querem conhecer a realidade cubana. Eles promoverão viagens de turismo à Ilha caribenha e participarão das brigadas de solidariedade organizadas pelo Instituto Cubano de Amizade com os Povos.

«Cuba é muito querida pelos seichelenses. Ambos os governos compartilham ideias comuns em termos de melhoria das condições de vida no país, há uma grande coincidência na luta contra o imperialismo e por apoiar as forças progressistas que querem um melhor bem-estar para a população. Para nós, a figura de José Martí, Che Guevara e Fidel Castro mobiliza sentimentos e paixões. Eles foram um guia em nossas pretensões de soberania nacional», acrescentou.

Como parte do Parlamento Pan-africano, disse será o responsável por mobilizar os membros desse corpo para elaborar uma resolução contra o bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos, que agora tomou uma nova dimensão com a ativação do Título III da lei Helms-Burton. «Vou propor este tópico na Assembleia que vamos realizar em breve em Joanesburgo, na África do Sul», asseverou o líder.

Também apontou que na ADEC existem diferentes comitês especializados que realizarão várias atividades programadas, destinadas a difundir a cultura da Ilha maior das Antilhas, principalmente com o ensino da língua espanhola e com a aprendizagem de danças e música cubanas, muito admiradas naquele país.

Nessas ilhas do Oceano Índico, mais de 60 colaboradores cubanos trabalham em setores da saúde, ciências, esportes e agricultura. Por sua vez, mais de 300 jovens das Seicheles se formaram em universidades cubanas em diferentes profissões e hoje contribuem para o desenvolvimento econômico daquela nação.

MEMÓRIAS DE UMA AMIZADE FIEL

Simon Joachim Gill também estudou na maior Ilha do Caribe entre 1986 e 1990: «Aprendi a língua espanhola. Eu vim sem dizer uma palavra e aos seis meses já estava escrevendo, lendo e falando nessa língua. No primeiro ano iniciei uma pesquisa científica sobre o valor ideológico do exemplo de Che Guevara. No final da carreira, recebi o certificado de ouro pelo meu índice acadêmico superior a 4,80 (em uma escala de até cinco) e em reconhecimento à minha dedicação ao estudo. Defendi uma tese sobre a política externa das Seicheles no contexto do Oceano Índico».

Para ele, foi uma tremenda experiência que reforçou suas ideias revolucionárias, a qual transmite aos outros compatriotas atraídos por viajar para a Ilha e asseverou que seu maior interesse na organização recém-criada é participar mais diretamente na justa causa defendida por Cuba na arena internacional.

Atualmente, a Associação é formada por um grande número de diplomados seichelenses nas universidades da Ilha caribenha, mas querem aumentar sua associação. «Vamos mobilizar todas as pessoas do meu país que quiserem se unir para apoiar a Revolução», disse o líder.

Douglass Harry Accouche, que também é membro do conselho da Associação dos Amigos de Cuba e se formou nesta Ilha caribenha, compartilha os mesmos critérios. «Cuba é algo muito importante para mim e é por isso que quero dar todo o meu apoio ao florescimento contínuo da Revolução».

Anteriormente, existiu uma organização semelhante à atual, mas parou de funcionar e, por essa razão, eles assumiram a tarefa de reunir outra com objetivos mais abrangentes em termos de nutrir um número maior de simpatizantes que moram em outras cidades.

«A ADEC está localizada em Victoria, a capital, mas se concentra na criação de uma estrutura em nível nacional para que os residentes de outras províncias possam participar. Muitos agradecem aos médicos cubanos pela sua saúde e expressam emocionalmente seu amor por este povo», expressou Douglass Harry Accouche.

Sua esposa, Lalatiana Accouche, também se formou em Havana e trabalhou por muitos anos na chancelaria das Seicheles como especialista em assuntos cubanos. Ela conheceu os jovens que estudaram aqui e uma grande parte dos cooperadores que serviram lá. «Tenho muitos amigos, relacionados com esta nação antilhana», asseverou.

«Quando conheci os grupos de jovens que viriam, contei a eles para onde estavam indo. Mostrava-lhes minha própria experiência e argumentava sobre as vantagens de fazer uma profissão universitária em Cuba. Sempre os avisei que não seria fácil, mas no final da carreira se sente um amor pelo qual não quer voltar. Aconselhei-os de visitar todos os locais e a se relacionarem com os cubanos», comentou.

Atualmente, ela atua como Encarregada de Negócios da sede diplomática em Havana e ressaltou que sentiu grande alegria quando lhe propuseram trabalhar aqui, já que sua maior aspiração era retornar e realizar alguma tarefa. Por essa razão, seus amigos e conhecidos a chamam La Cubanita.

NO CONTEXTO:

- Cuba e Seychelles estabeleceram relações diplomáticas em 12 de abril de 1978.
- Danny Faure, presidente da República das Seicheles, fez uma visita oficial a Cuba em abril de 2017, quando inaugurou a embaixada de seu país na Ilha maior das Antilhas, a primeira desse país africano na América Latina e no Caribe.

- Ambas as nações do Terceiro Mundo mantêm uma estreita colaboração na área de atendimento médico, especialmente, o controle de doenças e pragas, bem como nos esportes, cultura, economia e social.

- De acordo com dados oficiais, até abril de 2017, mais de duzentos jovens estudaram em universidades cubanas e outros centros educacionais. O presidente Danny Faure se formou em Cuba em Ciências Políticas, em 1985. (Fonte: Granma e PL)