
«ESTA é uma feira comercial necessária e oportuna. Aqui se vê refletido o potencial que temos para uma produção nacional de qualidade, que pode ser competitiva, capaz de substituir importações, que está ligada a vários setores e que pode se tornar uma fonte inestimável de produtos para exportação e, portanto, de rendimento em moeda estrangeira».
Essa foi a avaliação do presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, após visitar, na segunda-feira, 27 de maio, a sexta edição da Feira de Negócios, que está aberta até 31 de maio na Expocuba e na qual participam mais de 440 atores do cenário econômico cubano, incluindo empresas, organizações, cooperativas não-agrícolas e trabalhadores autônomos.
Este evento, segundo Díaz-Canel, «favorece novos empreendimentos no setor e, a partir daí, permite superar a obsolescência», porque, apesar dessas circunstâncias, «podemos oferecer produtos e serviços de qualidade».
A Feira também evidencia, disse, «que as empresas cubanas se conhecem pouco. Aqui estão amostras de muitos produtos de certas entidades que outros estão importando. Se nos conhecêssemos melhor, poderíamos nos apoiar mais um no outro. Devemos definitivamente quebrar a mentalidade de importação que temos, às vezes por conveniência na hora de administrar ou por ignorância».
E isso, insistiu, «temos que resolvê-lo a partir do planejamento. A partir do plano, precisamos saber o que as empresas e entidades cubanas precisarão desenvolver no próximo ano e o que a indústria nacional pode fazer. Devemos priorizar tudo o que podemos fazer aqui e deixar os recursos que temos para importar o que não podemos fabricar de forma eficiente e competente».
«O que se vê é estimulante e temos que acompanhá-lo com um governo e uma gestão de planejamento que favoreçam o desenvolvimento», disse o líder cubano, depois de visitar os pavilhões do ministério da Indústria e da União da Indústria Militar.
No primeiro, Díaz-Canel soube acerca das produções da indústria siderúrgica que podem substituir as compras no exterior, destinadas aos setores agroalimentares, de construção, transporte e outros setores prioritários.
Para ilustrar as vantagens dos produtos nacionais, Gertrudis Bárbara Hernández, diretora comercial do Grupo Empresarial da Sideromecânica (Gesime), apontou apenas um exemplo: o preço internacional de uma portapaletes é de 17.000 dólares, enquanto a indústria cubana pode oferecê-lo em 7.000.
Levando em conta essas potencialidades, Gesime já identificou, até 2020, cerca de 49 produtos que demandam outros setores da economia, que podem substituir as importações e trazer uma economia considerável para o país.

Enquanto visitava os estandes da indústria leve, Díaz-Canel indagou sobre a capacidade de realizar linhas de produtos, especialmente no ramo têxtil, com designs atraentes que respondam às demandas dos jovens. Além disso, reiterou a necessidade de se relacionar com o turismo.
«Que as empresas se conheçam, aproveitem ao máximo as capacidades internas, busquem soluções nacionais para diminuir o componente importado e assim evitar o endividamento, estas são prioridades da economia e a Feira de Negócios pode ajudar a realizá-las», referiu Alejandro Gil Fernandez, ministro da Economia e Planejamento, enfatizando o impacto positivo do evento para o desenho mais eficiente do plano para 2020.
REABRIR UMA ESCOLA OU CONTINUAR SEMEANDO AMOR
Com a certeza de que cada trabalho feito ou consertado, após a passagem do devastador tornado que atingiu a capital em janeiro passado, tem que ser melhor que o anterior, nesta segunda-feira, 27, foi reaberto a escola de ensino primário Alfredo Miguel Aguayo, do município de Diez de Octubre, uma das mais afetadas pelo evento climático.
E para a reabertura desse centro educacional, com registro superior aos 580 alunos, Miguel Díaz-Canel compareceu, refletindo o valor que o país concede ao ensino de seus filhos. Estava acompanhado por Luis Antonio Torres Iríbar, primeiro secretário do Partido em Havana; Reinaldo García Zapata, presidente da Assembleia Provincial do Poder Popular na capital, e Ena Elsa Velázquez, ministra da Educação.
Mas antes do ato, antes de garantir que «o que é feito é devido aos esforços de todos aqueles que participaram, pelo apoio dos familiares, vizinhos, pela compreensão dos pais; antes de elogiar o trabalho abnegado do Partido e do Governo na capital e no município; antes de afirmar que «agora há todas as condições para realizar um projeto educacional de qualidade totalmente profundo e edificante que resulte em uma melhor educação»; antes de tudo isso, Diaz-Canel conversou com as crianças.
«Vocês gostam da escola?», perguntou. «Agora têm que cuidar dela...». E havia sorrisos o tempo todo.
Com este trabalho, observou mais tarde o presidente, «demonstramos mais uma vez que a Revolução não deixa ninguém desamparado e que continuará defendendo a educação, a saúde e suas conquistas, independentemente das ameaças e mentiras sobre a nossa realidade. E tudo isso é possível porque temos o exemplo de Raúl, de Fidel e, acima de tudo, o heroísmo do nosso povo».
Na cerimônia, foram reconhecidas 14 entidades, organizações e grupos empresariais que participaram da recuperação do centro. Da mesma forma, Díaz-Canel entregou a Bandeira de Façanha no Trabalho à escola Alfredo Miguel Aguayo e à residência dos professores de Diez de Octubre, pelo esforço e dedicação de professores, familiares e estudantes.
Ao sair do centro de ensino, o povo, como de costume, esperava por ele nas calçadas para cumprimentá-lo, agradecer-lhe, expor um problema, dar-lhe o Axé... tal como Isabel Fernández, vizinha que da entrada de sua casa lhe disse Obrigada pela visita, pelo acompanhamento.
A poucos metros de distância, no meio do quarteirão, rodeado de pessoas agradecidas, Diaz-Canel também agradeceu pela paciência em meio às difíceis condições, pelo apoio e pela confiança na Revolução, adquirida ao longo de 60 anos de trabalhar ao lado do povo.
NA RESIDÊNCIA DOS PROFESSORES...
Como já dissemos, entre os grupos reconhecidos com a Bandeira de Façanha no Trabalho estava a residência dos professores de Diez de Octubre, La Asunción, que perdeu o telhado durante o tornado e agora está totalmente renovada. O presidente cubano também chegou lá.
Tem capacidade para cerca de 500 professores, mas hoje tem 308. Eles são de quase todo o país e trabalham nas escolas do município.
Com a mão no ombro de uma das professoras, natural de Santiago, que ensina em Havana há mais de dez anos, Díaz-Canel perguntou sobre as condições, a qualidade do trabalho, o trabalho nas salas de aula, a prontidão para seguir...
Ele visitou a instalação, desejou-lhes um bom fechamento do curso, insistiu em aprender com as experiências do tornado e quase ao se despedir, tal como em outras oportunidades ao longo do caminho, um Viva Díaz-Canel foi ouvido!
Viva a Revolução!, acrescentou o presidente.