ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
A maior prevalência de diabetes em Cuba é observada em mulheres e em pessoas com mais de 60 anos, com números que chegam a 200 pessoas por cada mil. Foto: Humberto Lister

EMBORA os dados do Anuário Estatístico de Saúde 2018 colocam a diabetes como a oitava causa de morte no país, os especialistas insistem em não perder de vista que esta condição é um importante fator de risco para doenças que ocupam as primeiras posições em esta lista.

A evidência científica já forneceu elementos que permitem afirmar a relação prejudicial entre diabetes e doenças cardiovasculares e vasculares. Basta dizer que o risco de sofrer estas últimas triplica para as pessoas que alteraram seus níveis de glicose.

Por isso, a importância de que 1º Congresso Internacional da Diabetes — realizado em Havana com a participação de mais de 400 especialistas de 20 nações — tenha se focado na prevenção de complicações desta doença.

Isto foi afirmado ao Granma Internacional pela doutora Ileydis Iglesias Marichal, diretora do Instituto Nacional de Endocrinologia, que enfatizou a importância de controlar uma epidemia silenciosa como a obesidade, levando em conta que cerca de 80% das pessoas obesas debutam com diabetes ao longo da vida. Da mesma forma, fumar é um fator de risco para desenvolver a doença, alertou a especialista.

Um alerta emitiu a entrevistada sobre a doença renal oculta na diabetes. Em Cuba — país com melhor controle glicêmico de seus pacientes, segundo relatórios da Organização Pan-Americana da Saúde — a diabetes é a segunda causa de doença renal. «O importante é o acompanhamento oportuno para atrasar e evitar complicações como diálise ou transplante renal», referiu.

Não é a única chamada de atenção, já que a retinopatia, a primeira causa de cegueira, também tem uma relação próxima com essa doença metabólica crônica. Fundamental não é apenas o controle glicêmico, mas a pesquisa ativa através do fundo de olho para detectar a presença de qualquer alteração.

Em relação à amputação, outra das principais complicações da diabetes, a doutora Iglesias Marichal explicou que a prevenção visa detectar o risco do pé de fazer uma úlcera. «Enquanto as taxas de amputação caíram mais de 70% em Cuba com a introdução de Heberprot-P, também foi essencial neste programa a generalização de um projeto em todo o território nacional para detectar o pé de risco e corrigir as deformidades ortopédicas e os problemas vasculares ou dermatológicos para evitar o aparecimento de úlceras», disse a entrevistada.

EM NÚMEROS
NO PAÍS:

-747.466 pessoas diabéticas.

-18 centros de cuidados diabéticos.

-19 serviços de diabetes e gravidez.

-150 hospitais de atendimento secundário, o Instituto Nacional de Endocrinologia e outros serviços especializados.

-100% dos pacientes com acesso a glicômetros.

-12 horas de bloqueio dos EUA equivale a um ano de insulina para todos os pacientes que usam essa medicação.