ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O setor açucareiro é um dos que hoje demandam mão de obra, como transcendeu na análise do ano de 2019 do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Photo: Miguel Febles Hernández

A política de emprego, política salarial, prevenção, previdência e assistência social concentrou as discussões dos participantes no exame do trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTSS), realizado no último sábado, 18 de janeiro, com a presença de Miguel Díaz-Canel, presidente da República e a liderança da ministra do ramo, Marta Elena Feitó Cabrera.

Nas informações desse organismo, constatou-se que nos últimos anos se consolidou a atenção às figuras priorizadas da direção municipal do Trabalho, com um sistema no qual todas as entidades interagem e, nesse sentido, Jesús Otamendiz Campos, diretor de Emprego do MTSS, disse que o emprego é oferecido a todos esses setores em cada um dos territórios.

No entanto, o gerente disse que não se pode continuar abordando as questões de emprego reduzidas apenas a essa aresta. «Temos de mudar a forma como encaramos os processos de emprego nas secretarias municipais de trabalho». Referiu-se à atenção de jovens que estão desconectados do estudo e daqueles que deixam o trabalho. «Não podemos ficar somente com o fato de ter-lhes oferecido uma oferta de emprego. Temos que ter controle sobre o acompanhamento dos jovens que abandonam os estudos no ensino superior e dos que abandonam o sistema nacional de educação», afirmou.

Otamendiz Campos também pediu um rápido progresso na análise do balanço de recursos trabalhistas do território, no qual «devemos falar sobre a população economicamente inativa» e acrescentou a necessidade de estabelecer uma aliança estratégica com as universidades, para conhecer as causas desse fenômeno.

Também se referiu à atenção à alocação de jovens estudantes universitários, uma questão em que destacou o papel da União dos Jovens Comunistas (UJC), da Federação dos Estudantes Universitários (FEU) e da Federação dos Estudantes do Ensino Médio (FEEM). )

Uma das experiências que surgiram no debate é o trabalho realizado na província de Las Tunas, onde, juntamente com o Gabinete Nacional de Estatística e Informação e a Diretoria de Economia e Planejamento, faz-se um diagnóstico de cada uma das áreas, do conselho popular, para identificar as fontes de emprego que podem ser usadas.

Oleidys Saucedo Licea, diretora da Delegação do Ministério do Trabalho e Previdência Social em Las Tunas, disse que isso pode ser alcançado por meio de projetos de desenvolvimento local, inserir e criar novos empregos. «Temos que dar uma nova olhada na questão dos recursos trabalhistas em cada um dos territórios», disse. E destacou como uma experiência positiva o que foi feito no processo de colocação antecipada.

Sobre esse mesmo tema, Ingrid Travieso, diretora adjunta de Emprego do MTSS, mencionou como uma das complexidades desse processo a localização dos alunos que estudam carreiras nacionais e regionais. Enquanto isso, José Ángel Fernández Castañeda, presidente da FEU, apresentou os principais resultados da localização prevista para estudantes universitários, iniciada neste ano letivo, e garantiu que deveria haver uma maior aliança entre as entidades empregadoras e os centros de estudos superiores.

O líder estudantil se referiu em seu discurso à feira dos empregadores, uma prática que começou na Universidade de Havana e que se deseja estender a outras casas de estudos superiores.

Ulises Guilarte, membro do Bureau Político e secretário geral da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC), disse que o cenário atual «nos obriga a ter uma visão diferente da gestão mais eficiente dos recursos humanos desde sua formação, sua incorporação nos grupos de trabalhadores e (...) a estabilidade e garantia de treinamento e desenvolvimento profissional desses trabalhadores». Disse que as restrições atuais exigem que tenhamos a capacidade de reorientar e redimensionar a força de trabalho.

«Qualquer processo associado à busca de eficiência não pode ter como primeira variável os processos de redução da força de trabalho», disse Guilarte de Nacimiento, e mencionou os setores sucroalcooleiro, energético e industrial entre as organizações com déficit de força de trabalho.

AS LINHAS DE DEBATE

No intercâmbio com funcionários do MTSS, também foram discutidas a realocação de trabalhadores, interrupção do trabalho, diferentes formas de emprego e trabalho autônomo.

O primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, enfatizou como vincular quem produz, quem substitui importação e quem exporta, e também pediu o monitoramento do setor não estatal e a melhoria do emprego nessa área. «Não podemos pensar que a reforma salarial resolverá tudo».

A importância do Plano de Economia para 2020 foi um ponto focal na análise e, sobre isso, o presidente cubano pediu para eliminar os obstáculos burocráticos que ainda permanecem. «Não podemos admitir, na categoria salarial, que se o setor estatal é o que mais contribui para o desenvolvimento do país, é onde a dinâmica salarial se move mais devagar». Também refletiu sobre como administrar os recursos humanos e insistiu que as diretorias nessa área vital devessem ser capazes de direcionar processos, e insistiu que, nessa administração, devemos agir com coerência e tirar proveito da força de trabalho qualificada que possui o País.

Ressaltou, nesse sentido, que os objetivos são: «que o plano seja defendido — precisamos que os coletivos de trabalhadores especifiquem como seremos mais eficientes — que coisas precisam ser desbloqueadas para que nossa economia funcione melhor e liberar as forças produtivas em todos os cenários».

Alejandro Gil, vice-primeiro ministro e titular de Economia e Planejamento, enfatizou que temos uma garantia de emprego no país, mas «precisamos falar mais sobre indicadores que têm a ver com a distribuição de riqueza. Temos que avançar mais na flexibilidade que tem a ver com o pagamento pelo trabalho», enfatizou, enquanto abordava a relação entre o setor empresarial do estado e o plano de economia.

No final da análise, Miguel Díaz-Canel lembrou que o país iniciou o ano com uma escalada das sanções econômicas do governo dos Estados Unidos contra Cuba, que se agravaram desde a ativação do Título III da Lei Helms-Burton, o que causou um ressurgimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra nosso país.

Em relação à situação atual, Díaz-Canel definiu quatro conceitos de trabalho levantados ao abordar o problema da batalha econômica: deve haver uma plataforma ideológica de trabalho em todas as instituições governamentais, administrativas e empresariais; que os quadros e líderes dirijam, não que cumpram tarefas; continuar trabalhando no desenvolvimento da política do quadro e manter as medidas de poupança.

Prioridades

- Gerar novos trabalhos.

- Fazer uma abordagem mais abrangente dos problemas que afetam o emprego.

- Desbloquear tudo o necessário para uma melhor política de emprego.

- Maior atenção ao trabalho independente.

- Acompanhar a questão do trabalho à distância e do emprego múltiplo.

- Continuar avançando nos sistemas de gestão e pagamento que colocam o setor estatal em uma posição de ter tanto sucesso quanto é atribuído ao setor não estatal.

- Avançar no processo de informatização.

- Maior integralidade na prevenção, assistência e assistência social.

Photo: Granma