
ARTEMISA.— O murmúrio quase não deixava ouvir o que nos estava dizendo María Eduarda López, uma moradora de Mariel que nos contou, que tinha acordado bem cedo para fazer um grupo de análises previamente indicadas pelo médico de família.
«Esta policlínica é ótima», uma vez que foi reaberta, resolvemos vários problemas que você não pode imaginar. Anteriormente, para fazer alguns exames, tínhamos que ir para Artemisa (a cidade) ou até para Havana».
Ela é uma das muitas pessoas que estiveram lá quinta-feira, 30. Cena diária na policlínica Orlando Santana Valdés. Desta vez, porém, foi diferente. O aviso de que «Díaz-Canel está chegando aqui» espalhou-se pelos corredores.
O estabelecimento de saúde é, sem dúvida, «uma pequena jóia», insiste Maria. O chefe de Estado chegou para cumprir um pedido: participar da reabertura do centro, da qual estiveram envolvidas entidades do município que agora foram reconhecidas.
Foi precisamente aqui onde começou sua visita à província de Artemisa, o presidente da República, Miguel Díaz Canel-Bermúdez, na frente da segunda visita do governo à província, na qual também interveio o vice-presidente Salvador Valdés Mesa; o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz, vários vice-presidentes, ministros e vários vice-ministros.
A policlínica Orlando Santana Valdés passou por uma reabilitação geral que lhe permitiu prestar excelentes cuidados nas mãos de seus médicos, enfermeiros, técnicos de saúde e outros trabalhadores.
O serviço beneficia mais de 34.000 habitantes em sua área de saúde, das duas que o município possui. Também é permitido um espaço para a atenção de estrangeiros, principalmente aqueles que trabalham na Zona de Desenvolvimento Especial de Mariel (ZEDM).
Policlínica docente, com atendimento hospitalar, possui duas salas de medicina com 40 leitos; uma de cuidados intensivos, para estabilizar casos de urgência, muitos dos quais são resolvidos aqui e outros encaminhados para hospitais na província.
Também possui uma casa materna com 27 leitos, geralmente sempre ocupada, e onde as gestantes de alto risco são atendidas e monitoradas, como casos de anemia, hipertensão, sepse urinária ou gestantes com risco geográfico, que vivem relativamente longe, para irem imediatamente para atendimento especializado.
O vice-primeiro-ministro Roberto Morales Ojeda, a primeira secretária do Partido na província, Gladys Martínez Verdecia, participou da cerimônia de reabertura; os ministros da Saúde, José Ángel Portal Miranda, e da Construção, René Mesa Villafañas, e o governador de Artemisa, Ricardo Concepción Rodríguez.
UMA USINA QUE NASCEU PARA EXPORTAR
Também no município de Mariel, a cerca de 35 quilômetros da capital da província de Artemisa, a agenda do presidente Díaz-Canel continuou visitando a usina de cimento René Arcay, uma fábrica que, segundo seus trabalhadores e gerentes, «nasceu para exportar». E essa vocação não pode ser perdida, enfatizou o presidente cubano.
Antes do percurso pelas áreas da indústria, os executivos da empresa explicaram o comportamento das produções nos últimos meses, em que teve influência o fato de, devido às pressões do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto à economia e ao povo de Cuba pelo governo dos EUA e a ativação do Título III da Lei Helms-Burton, o parceiro estrangeiro da fábrica decidiu se retirar dela no final de abril de 2018.
Essa realidade causou, em essência, que apenas 41.428 toneladas de cimento pudessem ser exportadas durante o ano passado, números que deveriam ter atingido 200 mil toneladas. No entanto, disse o diretor da entidade, Ariel Torres Viamonte, «em nenhum momento parou de produzir e, embora o plano planejado mal tenha sido cumprido em tão só 67%, mais de 400 mil toneladas de cimento foram usadas em diferentes investimentos no país, principalmente na construção de casas.
Para o ano 2020, quando se propuseram produzir mais de 590 mil toneladas, na usina René Arcay eles têm estratégias de trabalho claras, entre as quais se destaca a melhoria do estado técnico da jusina; inserir-se como usuário na ZEDM; retomar as exportações; e mudar a matriz energética do consumo.
Acompanhado pelo vice-primeiro ministro e chefe de economia e planejamento, Alejandro Gil Fernández; o ministro da Construção, René Mesa Villafaña, o presidente da República, insistiu na prioridade que deve ser dada à mudança na matriz energética da usina, em cujos telhados podem ser instalados painéis solares.
INVESTIMENTO IMPORTANTE
O presidente cubano analisou os investimentos na usina termelétrica (CTE) Máximo Gómez, del Mariel, que atualmente possui um potencial de geração de cerca de 600 MW e aumentará outros 100 MW durante o ano.
O aumento será resultado da sincronização com o sistema de uma nova unidade térmica de fabricação eslovaca, cuja caldeira é feita para queimar petróleo cubano. A unidade nº 6 começou a ser montada em 2016, tem um custo de cerca de 90 milhões de pesos em moeda total e deve começar a gerar em agosto.
O presidente descreveu o investimento como muito importante e defendeu o uso de produções cubanas nesse tipo de investimento, como, por exemplo, estruturas metálicas de uso geral que já são feitas no país de forma competitiva.
A capacidade instalada no Mariel CTE é baseada em unidades térmicas que processam óleo cru nacional e em motores fuel oil. Além da usina eslovaca de 100 MW, uma das quatro unidades de 200 MW que foram arranjadas com a Rússia será instalada nessa usina termelétrica.
Acompanhado pelo vice-primeiro-ministro Alejandro Gil Fernández e Liván Arronte Cruz, ministro de Energia e Mineração, o presidente Díaz-Canel, como sempre, visitou a instalação e conversou com os trabalhadores no local.
NO JARDIM
O dia de trabalho matinal do presidente Díaz-Canel terminou no município de Artemisa, onde também foi acompanhado pelo vice-primeiro ministro Gil Fernández e pelo titular da Construção, René Mesa Villafaña.
A cerca de seis quilômetros da capital da província, o presidente chegou ao centro de produção local de materiais de construção El Jardín, um local onde as capacidades foram consolidadas para, quando a disponibilidade de recursos permitir, produzir os elementos necessários para construir uma casa diária.
A engenhosidade e diligência de quem trabalha lá nos permitiu encontrar alternativas que, além de apoiar a fabricação de blocos, tanques de água, lavadeiros de concreto e elementos de piso, permitiram a reativação da fabricação de inúmeros elementos cerâmicos a partir do uso de lama que fica a uma curta distância de lá.
«A produção de tijolos é estratégica», disse o administrador do centro, Obi Fonseca, ao chefe de Estado, que comentou sobre o potencial da linha de fabricar tijolos, de muito boa qualidade e aceitação. «O forno que temos», explicou, «trabalha com resíduos de madeira e carpintaria, portanto não incorremos em custos de eletricidade para isso».
COMO PARA NÃO FICAR ENTEDIADOS
Colocar o patrimônio científico da Universidade de Artemisa (AU) em termos de pesquisa e, por sua vez, transformá-lo em inovação, concovou o presidente, em uma reunião com o claustro de professores e os alunos.
A reunião foi conduzida pelo primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz, que destacou o grande potencial do centro de estudos superiores para desenvolver um elo universidade-economia eficaz com base nas necessidades locais.
Foi o primeiro encontro desse tipo realizado em visitas do governo ao território, razão pela qual agora esteve dedicado à apresentação por cerca de uma dúzia de ministérios, quase todos representados por seus titulares, das demandas por pesquisas e soluções (inovações) que requer a província.
Díaz-Canel indicou continuar formando uma massa crítica de doutores com todo o conhecimento. Assim, haverá mais professores para dirigir projetos e realizar programas de pós-graduação, mestrado e doutorado, e enfrentar com sucesso os problemas que estão aqui.
Chamou para transformar a UA em líder da inovação no território; fazer parte dos processos de informatização da sociedade; e trabalhar e investigar para romper as restrições que limitam as forças produtivas e a economia.
Ressaltou que a instituição deve estar presente nos pólos produtivos agrícolas do território e nos projetos de produção dos solos anteriormente dedicados à cana-de-açúcar; bem como trabalho baseado em economia e uso mais eficiente de energia.
Também pediu que os processos inovadores do centro se concentrassem nas indústrias do território e na administração pública... «Com todas essas tarefas, é como para não ficar entediados», disse ele à plateia, mas não antes de recomendar o desenvolvimento de estudos prospectivos. que permitam planejar o desenvolvimento futuro da província.
FAZER PRODUZIR TUDO O QUE TEMOS
Alcançar a soberania alimentar é um objetivo apoiado e aprimorado pelo governo. Portanto, a agenda de trabalho do Conselho de Ministros incluiu a análise de como os programas municipais de auto-suprimento e a agricultura urbana e suburbana se comportam em diferentes territórios.
Conduzido pelo primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz e chefiado pelo presidente da República, na reunião o ministro da Agricultura, Gustavo Rodríguez Rollero, enfatizou a necessidade de semear as lavouras, levando em consideração as características dos diferentes solos existentes em todo o território ocidental.
«A província» — destacou o vice-presidente da República, Salvador Valdés Mesa — «tem a responsabilidade de produzir grandes volumes de alimentos para o país, não apenas para a capital cubana, e sem abandonar por um momento tudo aquilo que o território precisa para o auto-suprimento local.
O presidente Díaz-Canel insistiu que fosse examinada novamente a distribuição feita nas terras que antes foram da cana-de-açúcar. «Lembremos que nos locais onde as usinas açucareiras foram fechadas, o objetivo era produzir alimentos na maioria de suas terras, e isso nem sempre foi alcançado», disse.
Uma reunião habitual também ocorreu à tarde para avaliar o comportamento da Política de Habitação, que neste território foi cumprida em seu primeiro ano, não sem ter enfrentado algumas deficiências que puderam ser alteradas no último trimestre de 2019.
Ao analisar a questão, foi explicado que ainda existem atrasos em termos de terminação de células básicas e a resolução de casos dos afetados pelas condições climáticas. «Como uma máxima do trabalho diário», disse o primeiro-ministro, «a qualidade da habitação deve ser mantida, trabalhar sem erros».
O presidente da República ressaltou que tudo o que fazemos para responder ao Programa de Habitação deve ter qualidade, pois não faz sentido gastar materiais e depois perceber que o setor imobiliário não tem qualidade.














