«Se a população não assume com disciplina todas as medidas implementadas a fim de parar o avanço da Covid-19 no país, vamos estar diante de uma epidemia de maior envergadura e teremos de lamentar maior número de doentes e óbitos», fez um alerta, em 10 de abril, com toda a ênfase que requer esta situação, o doutor José Angel Portal Miranda, ministro da Saúde Pública (Minsap), durante o programa Mesa Redonda, transmitido pela televisão.
«O mundo nunca tinha se defrontado com uma doença respiratória infecciosa tal como esta», reconheceu, «que supõe um desafio para todos os países e também para o nosso, sobretudo pelo bloqueio econômico que nos limita para adquirir insumos».
«Apesar disso», disse, «é uma doença que pode ser parada; caso conseguirmos que o plano aprovado seja cumprido com eficiência e qualidade».
De todas as lições que vai deixando esta doença, uma das mais importantes, segundo seu raciocínio, tem a ver com o compromisso e a vontade que se precisa por parte do povo para a sua contenção e a velocidade na atuação, não só do governo, mas também das pessoas.
A COVID-19 NO MUNDO
— Até 9 de abril há 181 países registrados com a presença da Covid-19 e em 179 deles já se produz transmissão. Quer dizer, em 93% dos países do mundo já apareceram casos.
— 1.476.819 casos confirmados
— 87.816 falecidos
— 595% de letalidade (praticamente 6% das pessoas que adoecem, falecem por causa desta doença)
— Os países com maior número de doentes são os EUA, Espanha, Itália, Alemanha, França e a China.
NAS AMÉRICAS
— Os 35 países e 15 territórios de ultramar registraram casos.
— 497.200 casos confirmados
— 17.082 falecidos
— 3,44% de letalidade
— Os países mais afetados são EUA, Canadá, Chile, Equador, Peru, México, Panamá, República Dominicana e Colômbia.
CUBA E O CONFRONTO À PANDEMIA
Segundo o doutor José Angel Portal Miranda, chama sensivelmente a atenção o número de pessoas que ainda perambula pelas ruas, sem levar em conta o risco que correm, tanto eles quanto suas famílias, porque os casos continuam aumentando.
«Torna-se imprescindível», sublinhou, «tomar consciência e agir de forma coletiva para diminuir a velocidade de transmissão e isso apenas se consegue com disciplina».
Também explicou que, em termos conceituais, percepção de risco é ter consciência sobre as causas e consequências de determinados comportamentos que poderiam supor um perigo para as pessoas ou outras ao seu redor. Quer dizer, conhecer o risco, quais os sintomas, o período de incubação, informar qualquer mal-estar respiratório…
«Se entendemos o prognóstico da doença», enfatizou, «temos que entender o valor da participação ativa e de forma disciplinada da população para evitar o contágio. Caso contrário», reiterou, «caminhamos rumo ao cenário menos favorável, que levará a um maior número de casos e de mortes».
Portal Miranda acrescentou que apesar da tecnologia, os testes diagnósticos, as pesquisas ativas, o crescimento do número de casos depende da interação entre as pessoas sadias e as doentes; portanto, salvar vidas e reduzir contágios somente é possível caso cortarmos a cadeia de transmissão e, para isso, é preciso declarar os sintomas e assistir imediatamente ao médico.
EM NÚMEROS
Até 1º de abril, em Cuba estavam internados e submetidos a vigilância clínica-epidemiológica 1.867 pacientes e deles 1.217 são suspeitos.
Em 9 de abril foram estudados 1.298 casos e 49 deles resultaram positivos. Até agora acumulam-se 12.023 testes realizados, com 564 deles positivos. Destes 49 casos confirmados, 32 foram contatos com pessoas que já tinham a Covid-19; 16 tiveram contato com viajantes vindos do exterior e é investigada a fonte de infecção de um deles.
Segundo o ministro da Saúde Pública, continua predominando levemente o sexo masculino, com 52%, e a taxa de incidência é de 4,6% em cada 100 mil habitantes.
- 9% de casos graves
- 15 falecidos
- 2,7% de letalidade
- 51 pacientes tiveram alta
- 6 pacientes críticos
- 5 paciente graves
- O maior número de casos está em Havana, Ciego de Ávila, Villa Clara e Matanzas
- 564 casos positivos. Deles 527 cubanos e 37 estrangeiros
Dos 527 cubamos:
- 23% teve a fonte de infecção no exterior
- 76,6% adoeceu no país
- 12 casos continuam sendo investigados
- 12 eventos de transmissão local, ocorridos em Pinar del Río, Havana, Matanzas, Ciego de Ávila, Camaguey, Holguín e Isla de la Juventud.
O país, segundo o titular do Minsap, «continua na fase de transmissão autóctone limitada, para a qual já foram sendo dadas as disposições correspondentes e se analisa diariamente o que mais pode ser feito».
«Naqueles locais de maior risco», precisou, «foram intensificadas as medidas, tais como a proibição de movimiento, o incremento das pesquisas e o tratamento oportuno dos doentes, bem como a desinfecção nesses locais para evitar a propagação.
Acerca do pessoal de saúde que adoeceu, Portal Miranda atualizou que são 30 tratalhadores: 16 médicos, 10 enfermeiras, dois técnicos, uma auxiliar e um motorista de ambulância. O médico, em estado crítico, foi avaliado de grave e os demais mantêm uma condição favorável.
