ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Foto: Granma

Profeta do amanhecer. Visionário. Humilde interlocutor. Homem com "anjo". Gigante. Discípulo de José Martí. O escolhido. Sonhador. Aquele com a memória prodigiosa. Alto-falante que magnetiza. Rebelde. Líder da Revolução. O único comandante-em-chefe. Quixote. Pela História, absolvido e renascido. Fidel.

Aí estão, em poemas, artigos, depoimentos, entrevistas, discursos, documentários ... os vestígios pelos quais conduzir nossos filhos no conhecimento de um ser que fez a presença excepcional.

Parece-nos, porém, que não poderemos transmitir-lhes o privilégio que significava viver no tempo de Fidel; que palavras e imagens podem ser insuficientes para decifrar e fazer próprias as ideias – e a lenda – de alguém que parecia provir diretamente do mistério de Martí que nos acompanha.

Ele tinha a magia cotidiana da Ilha, aquela que brota das águas azuis e das pombas; o lançamento de matagais, cargas de machete e marchas incendiárias; o radicalismo dos convictos e a fé nas utopias de quem ama as melhores causas.

Ele entendia a poesia como ela dominava a guerra, e nunca parou de apoiar projetos em favor dos mais humanos, por mais desafiadores que fossem; Ele acreditava que “o pior inimigo da Revolução é o espírito conservador e tradicionalista”.

Fidel não precisava de sobrenomes. Ainda parece desnecessário chamá-lo pelo nome completo, porque sintetiza para sempre a seiva profunda de Cuba, aquela baseada na audácia e, portanto, em evolução permanente, o exercício do julgamento, da irreverência diante dos cruéis sentidos comuns do mundo: «Quem não é ousado nunca será um revolucionário».

Talvez seja suficiente que saibamos colocar nas mãos e nas mentes de nossos filhos um país fiel aos seus costumes, aqueles que custaram sangue e múltiplos sacerdócios a favor do coletivo; que os ensinamos a respeitar o passado como uma forma de reinventar com ousadia seu presente; que os eduquemos no valor de ser; e ajudemo-los a compreender a Pátria não como a terra que nos sustenta, mas como a paisagem interior que nos eleva. Talvez apenas precisemos disso para que eles cresçam como mulheres e homens no tempo de Fidel.