O sistema nacional de saúde trava um duro confronto contra o novo coronavírus, sem reparar nos esforços nem se recuperar do desgaste físico e intelectual lógico.
«Por trás disso está uma forte vontade política do Partido e do Governo, respaldada pelo trabalho de nossos cientistas, que mais uma vez ratificaram que Cuba será um dos primeiros países do mundo que poderá imunizar toda sua população em 2021, apesar do acirramento nos últimos 12 meses do bloqueio econômico dos Estados Unidos à Ilha», afirmou o dr. Eduardo Martínez Díaz, presidente do grupo empresarial BioCubaFarma, em sua conta no Twitter.
O diretor-geral do Instituto Finlay de Vacinas, dr. Vicente Vérez Bencomo, já anunciou que o país está preparando suas capacidades para produzir cem milhões de doses da vacina injetável Soberana 02 contra a Covid-19.
A esse respeito, a doutora em Ciências María Eugenia Toledo Romaní, do Instituto Pedro Kourí de Medicina Tropical (IPK), denunciou que a intensificação das sanções norte-americanas tem um impacto na criação de novas capacidades produtivas para esses fins. «Se tivermos que comprar novas máquinas e montar mais fábricas, tudo isso fica extremamente difícil por causa da limitação que temos para adquirir as tecnologias», disse.
Por essas razões, a experiência internacional é usada para assinar acordos com outros países que podem ajudar com os recursos necessários e seguir em frente. A isto se acrescenta que «para realizar um estudo de eficácia clínica na fase III, onde se demonstre que os vacinados adoecem menos do que os não vacinados, para isso é necessário medir este aspecto e depois fazer comparações e encontrar as estatísticas necessárias para garantir, no final, que a vacina candidata não é inferior a outras candidatas presentes no mercado mundial», explicou o epidemiologista.
SEM TRÉGUA OU DESCANSO
Precisamente, um teste clínico ampliado de fase II b do candidato de vacina Soberana 02 está sendo realizado na Ilha em pessoas entre 19 e 80 anos, nos municípios de La Lisa e Plaza de la Revolución em Havana.
A drª Mayra García Carmenate, coordenadora-pesquisadora do centro clínico 19 de abril, explicou que a seleção do centro também atendeu aos requisitos padrão de «boas práticas», com uma preparação de vários meses para treinar o pessoal participante e sujeitos para que recebam a droga e o placebo.
Após a aplicação da vacina, os eventos adversos são avaliados nas pessoas durante uma hora de observação e, a seguir, ocorre a vigilância ativa com acompanhamento ambulatorial, até o final dos 28 dias. Diante de qualquer reação, o sujeito dirige-se ao posto de guarda instalado no centro clínico, para ser devidamente conduzido pelas dependências correspondentes do sistema de saúde.
A drª García Carmenate destacou que a população está muito entusiasmada e vai à policlínica como voluntária. Ela confia no sistema de saúde cubano e os que não participam também se orgulham de saber que este tipo de teste clínico está ocorrendo em seu território. «Dos pacientes que foram selecionados durante o recrutamento, nenhum se recusou a assinar seu consentimento», especificou.
Entre os voluntários e técnicos há confiança na ciência cubana para superar a Covid-19 com inteligência e dedicação.
