
Habituados em Cuba a associar a Defesa Civil a um órgão operacional de liderança em tempos de ciclones, a verdade é que sua estrutura e funções combinam muitas atividades para cumprir a proteção da população, inclusive a produção de ciência.
Diante da atual pandemia, por exemplo, o Centro de Pesquisas Científicas da Defesa Civil (Cicdc) – que comemora 35 anos em 27 de janeiro – tem desempenhado um papel fundamental, não só porque já processou um número significativo de amostras para o diagnóstico de COVID -19, mas porque a alta qualificação de seus especialistas em Virologia e a experiência acumulada em trabalhos investigativos, contribuíram para conseguir, em suas instalações, o primeiro isolamento do coronavírus SARS-COV-2 em Cuba.
A coronel Mireida Rodríguez Acosta, doutora em Ciências Médicas e diretora da instituição, explicou ao Granma Internacional que isso permitiu avaliar as vacinas candidatas cubanas contra a pandemia e estudar o efeito antiviral de novos agentes terapêuticos em animais de experimentação.
Criado em 27 de janeiro de 1986 por iniciativa do Comandante-em-chefe Fidel Castro, e para enfrentar as ações de bioterrorismo dos governos dos Estados Unidos contra nosso país – relatou Rodríguez Acosta – o Cicdc teve, como principal linha de trabalho, o concepção, desenvolvimento e produção de ferramentas de diagnóstico de doenças infecciosas causadas por agentes virais e bacterianos, como, por exemplo, brucelose, tuberculose, cólera e SIDA.
Citou, entre eles, o diagnosticador Davih, que possibilitou a realização de mais de 12 milhões de determinações de anticorpos contra o HIV-1, até 1992. Laboratório de Referência no Programa Nacional de Prevenção e Controle das DST/ HIV / Aids, desde o início desta epidemia em Cuba, o Cicdc vem realizando diagnósticos e estudos relacionados com a vigilância da diversidade genética do HIV e sua resistência aos antirretrovirais, afirmou.
Rodríguez Acosta afirmou que as investigações contribuíram para que Cuba fosse certificada como o primeiro país do mundo a eliminar a transmissão vertical do HIV e da sífilis congênita.
«Ao longo desses 35 anos, nossos pesquisadores e técnicos também concluíram com sucesso várias missões. Entre elas, o diagnóstico de epidemias, epizootias e doenças das plantas, a participação na identificação dos restos mortais de Che Guevara e de outros combatentes caídos na Bolívia e a prestação de serviços científicos altamente especializados capazes de garantir o controle de qualidade dos hemoderivados fabricados em Cuba».