ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O presidente indicou que a população conhece a estratégia para alcançar a saúde ideal das pessoas, animais, plantas e o meio ambiente. Photo: Estudios Revolución

A pandemia do coronavírus — aquela que reconfigurou nossas vidas e cuja magnitude das mudanças ainda não conhecemos — mostrou que a saúde dos seres humanos, dos animais e do meio ambiente são fortemente interdependentes. Nestes termos, em 18 de fevereiro de 2021, se expressou o dr. Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ele foi ainda mais longe e alertou que não sabemos quando surgirá a próxima doença, realidade que só podemos prevenir com a abordagem de «Uma Saúde»; ou seja, com aquele olhar que não elimina a trilogia já levantada, dentro da qual o ser humano é um ser biosicosocial.

Não foi por acaso que, do Palácio da Revolução, a doutora Ileana Morales, diretora nacional de Ciência e Pesquisas Tecnológicas, do ministério da Saúde Pública (Minsap), abordou um tema como esse, durante a reunião do Pólo Científico das províncias de Havana, Artemisa e Mayabeque, que foi liderada pelo presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e pela primeira vice-ministra Inés María Chapman Waugh.

Diante de cientistas e especialistas em vários assuntos, Ileana Morales apresentou a «Abordagem a “Uma Saúde” na estratégia nacional de saúde», que é uma necessidade urgente para a Ilha maior das Antilhas se levarmos em conta, tal como ela refletiu, a perigosa repercussão dos problemas da saúde no âmbito global, que exigem um olhar mais científico, sistêmico e eficiente, com base em políticas mais abrangentes.

A médica lembrou que em relação à preocupação de Cuba com o impacto da saúde animal e do meio ambiente na saúde humana, o país caribenho foi um pioneiro. Desde a década de 70 do século 20, o Comandante-em-chefe, Fidel Castro Ruz, abordou com rigor questões como essa e, como expressou a dra Ileana Morales, a vida confirma que ele tinha razão: flagelos como o Ebola ou o Zika , a doença da cólera, ou a mais recente, a Covid-19, têm demonstrado o valor de uma vontade pró-ativa e a compreensão de que um setor, sozinho, não será capaz de enfrentar desafios crescentes.

Falando em desafios, a doutora Morales deu como exemplos que seis em cada dez doenças que atingem os seres humanos são de origem animal, e que até 2050 cerca de dez milhões de pessoas morrerão pelos efeitos da resistência antimicrobiana, que está relacionada ao uso e abuso de certos medicamentos.

Precisamente, para um olhar que é profundamente cultural, disse a médica, é a «Abordagem a “Uma Saúde” na estratégia nacional de saúde». É uma proposta superior que tem seus antecedentes em Cuba e inclui áreas estratégicas como vigilância e diagnóstico epidemiológico, zoonoses e doenças em animais e plantas que afetam a segurança alimentar, a resistência antimicrobiana e a segurança alimentar.

Com base nas potencialidades existentes, «Uma Saúde» aplicada a Cuba — tal como explicou — «é a estratégia para alcançar a saúde ótima das pessoas, animais, plantas e o meio ambiente, por meio de ações de prevenção, controle e resposta rápida diante de qualquer perigo, através da colaboração intersetorial e multidisciplinar, desde as comunidades até o nível nacional, que promova a maximização do uso racional de todos os recursos disponíveis no país, garantindo o desenvolvimento harmonioso e sustentável da sociedade».

Entre os participantes no encontro, foi recorrente o critério de que a «Abordagem a "Úma Saúde” na estratégia nacional de saúde» é uma proposta avançada, que permitirá resolver vários problemas de forma mais otimizada e racional. Trabalhar em prol de «Uma Saúde», disseram, é defender o país; está implicitamente o conceito de equidade social, e isso também leva à certeza de que Cuba pode implementar a estratégia enquadrada em seu modelo socialista.

No final da reunião, o presidente Díaz-Canel referiu-se à proposta como um tema de grande relevância e necessidade, «que sem dúvida nos permitirá uma abordagem mais abrangente de todos os problemas de saúde»; destacando também destacou a importância de distinguir as formas de articular as interconexões entre as entidades a partir das quais é necessário trabalhar com a saúde.

«Penso que também» — disse o Chefe de Estado — «devemos promover uma estratégia de comunicação que incentive a população a tomar consciência desta abordagem, que possa participar, como parte da sociedade, em tudo o que fizermos a este respeito e que nos permitirá maior compreensão, mais participação, maior transparência em tudo o que fizermos para defender esta abordagem».