ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Trabalho em comissões para analisar e enriquecer os documentos que serão avaliados no Congresso. Foto: Joyme Cuan

«Vamos a um Congresso para debater e propor soluções, e essas análises e propostas têm que estar de acordo com o que o povo aspira dos debates, porque representamos a militância, nossas organizações de base do Partido, mas, sobretudo, tudo, estamos representando o povo».

Com essa convicção, defendida pelo membro do Bureau Político e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e assumida pelos delegados da capital ao 8º Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), encerrou em 27 de março, em Havana, o processo de estudo dos documentos que serão apresentados no encontro.

Participaram da reunião os membros do Bureau Político José Ramón Machado Ventura, segundo secretário do PCC, e Salvador Valdés Mesa, vice-presidente da República; assim como o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz e outros representantes do Partido e do Governo, onde o presidente reiterou que a economia é o principal desafio que enfrentamos, no meio de uma situação cada vez mais complexa, agravada pela intensificação do bloqueio e pelos impactos da COVID-19.

Tenta-se semear uma matriz de opinião de que o país se esconde atrás do bloqueio para encobrir suas próprias ineficiências, disse Díaz-Canel; no entanto, embora tenhamos insuficiências, o bloqueio, «mais rude hoje do que nunca», é uma «pressão constante», «uma crueldade total» que não se pode apagar da memória do povo por tudo o que nos custou, especialmente nos últimos cinco anos.

Mas a nossa economia, acrescentou, «considerada muito maltratada e incapaz", tem sustentado o enfrentamento à pandemia, com resultados favoráveis ​​em relação a muitos países.

É preciso assumir com criatividade o debate ideológico, preparar a militância, explicar à população e, fundamentalmente, agir com firmeza, defendendo as convicções, dentro do nosso Estado de direito e sem violar nenhum preceito constitucional, disse.

Nas palavras do presidente, «o papel do Partido nas condições atuais é extremamente desafiador, e ele deve fortalecer seu trabalho em sentido geral».

E para atingir todos esses objetivos, tanto economicamente quanto no funcionamento da organização, a política de quadros dirigentes também é vital, avaliou Díaz-Canel, então este será mais um dos eixos centrais do conclave partidarista.

A respeito deste tema, frisou que o Relatório, que será debatido no grande encontro, além de refletir o já feito, levanta as fragilidades existentes, propõe estratégias sobre o modelo de trajetória dos quadros dirigentes e sua preparação, e reconhece que nessa política tem que se colocar ciência.

Tudo isso, afirmou, deve nos levar, sem esquemas, a estabelecer um modelo sobre o qual é o quadro dirigente que o país exige, cuja resposta está na nossa história e no pensamento de Fidel e Raúl.

O PRESENTE E O FUTURO DO PAÍS NA VOZ DOS MILITANTES

Na reunião plenária, após dois dias de estudo e trabalho em comissões para analisar e enriquecer os documentos que serão avaliados no Congresso, os delegados da capital reconheceram o valor destas jornadas de trabalho, nas quais debateram sobre o presente e o futuro do país.

Joel Queipo Ruiz, membro do Bureau Provincial do Partido em Havana, apresentou o relatório correspondente à comissão que avaliou os temas econômicos, da qual surgiram 26 propostas de modificação e um complemento aos documentos examinados.

Entre os temas analisados, mencionou as falhas na formação dos implementadores da Tarefa de Ordenação e na participação do povo e dos trabalhadores nesse processo, a hierarquização da política de crédito, o papel da ciência e inovação, o desenvolvimento do setor agropecuário e a necessidade de aumentar a qualidade das produções destinadas à população.

A também membro do Bureau Provincial do Partido na capital, Yuniasky Crespo Baquero, falou sobre os intercâmbios realizados na comissão que avaliou o funcionamento da organização política, o trabalho ideológico e o trabalho com as massas.

Foram reunidas 23 propostas, referentes ao trabalho do Partido na atenção da União dos Jovens Comunistas, com destaque para a sua promoção às fileiras do Partido; a necessidade de fortalecer o trabalho das organizações de base e de seus militantes; o trabalho ideológico e a importância de potenciar o ativismo revolucionário; bem como a luta contra a indisciplina e a corrupção.

O papel da cultura no projeto do país que queremos, disse Crespo Baquero, foi outro dos temas amplamente desenvolvidos, onde as linhas de atuação do setor e a sua caracterização no novo cenário foram claramente enunciadas.

O segundo secretário, José Ramón Machado Ventura, interveio sobre os processos de crescimento do Partido, o já feito e as fragilidades que persistem, destacando o acompanhamento e o trabalho personalizado com cada militante.

Sobre a abordagem em comissão da Política de Quadros dirigentes, comentou César Hernández González, primeiro secretário do Partido no município Playa da capital.

No debate, que gerou 15 propostas, transcendeu, segundo Hernández González, o uso da ciência para melhorar o trabalho, a necessidade de os jovens treinarem com tarefas específicas e mensuráveis, bem como a adoção de um modelo de formação dos quadros dirigentes sem rigidez ou dogmatismo, temperado em cada nível de direção.

A ALMA E A FORÇA DO PARTIDO ESTÃO EM SUA MILITÂNCIA

A alma e a força do Partido estão em sua militância, disse Esteban Lazo Hernández, membro do Bureau Político e presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, na reunião dos delegados de Matanzas, durante a sessão plenária que encerrou as sessões de intercâmbio, esclarecimento e análise dos documentos do evento.

No debate, ele sublinhou a importância do trabalho político-ideológico, fundamental para o presente e o futuro da Revolução. Não podemos dizer que temos um Partido em um centro onde as ideias de Fidel e Che não são abraçadas, onde não se trabalha, onde ocorrem ilegalidades e não há batalha revolucionária de 24 horas, declarou.

Em outro de seus discursos, sobre a Tarefa de Ordenação, ele destacou o papel da empresa estatal socialista na economia do país. E a esse respeito, o membro da Secretaria do Comitê Central do Partido e chefe de seu Departamento Ideológico, Víctor Gaute López, expressou que a ordenação é vital para que a nação possa caminhar para um futuro mais sólido.

Quanto às imperfeições detectadas na sua implementação, comentou que os erros ensinam que as reservas estão em nós próprios e que é necessária uma transformação da forma de atuar de cada quadro dirigente, começando pelos que estão na base, chamados a liderar este processo com mais sutileza e maior rigor.

Gaute convidou a militância para estimular a capacidade de fazer e a vontade do nosso povo. Também reconheceu a influência do novo contexto comunicacional, em particular as redes sociais, e o desafio de enfrentar os ataques dos inimigos da Revolução através dessas plataformas, com o propósito marcado de influenciar, sobretudo, os jovens.

Na sessão plenária, os delegados de Matanzas concordaram que uma Revolução socialista, uma causa justa, não pode subsistir sem um Partido forte que represente os interesses do povo e defenda, acima de tudo, a unidade como força principal.

Estamos em condições de continuar avançando, explicou Liván Izquierdo Alonso, primeiro secretário do Partido na província, depois de reconhecer estar melhor preparados e ter consolidado conhecimentos nestes três dias.

Enfatizar a continuidade histórica da Revolução e perseverar na construção de um país melhor foi outro sentimento comum da militância de Matanzas, afirmou Susely Morfa González, integrante do Bureau Provincial do Partido.

Pilarín Baujín Pérez, secretária do Comitê do Partido da Universidade de Matanzas, reconheceu que este Congresso marcará um momento histórico para todos os cubanos, pois serão defendidas as prioridades do povo e para o povo. No entanto, considerou que ainda há muito por fazer em relação à disciplina partidarista e ao trabalho com os jovens.

Significou também que os documentos analisados ​​são fruto de cinco anos de experiência e da confirmação de que sim é possível, que vamos continuar construindo nosso Socialismo.

«São textos de muita qualidade, bem pensados, que nos permitem abrir horizontes para onde devemos aumentar nossos esforços para contribuir mais. Neles estão também os ensinamentos e o sentido das ideias e do pensamento de Fidel», concluiu.