ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Em nosso país, apesar do rígido bloqueio econômico do governo dos Estados Unidos, as crianças gravemente enfermas, independentemente da doença que sofram, têm toda uma cadeia de vigilância. Foto: Retirado do jornal 26

Nada é mais importante para Cuba do que a vida de uma criança, porque, tal como disse nosso José Martí, «trabalhamos para as crianças, porque as crianças são aquelas que sabem amar, porque as crianças são a esperança do mundo».

Esta máxima de Martí é a que norteou a dedicação da doutora Yamelis Pardo García, especialista de primeiro grau em Medicina Geral Integral (MGI), e da licenciada em enfermagem Kirenia Ramos Moreno, encarregadas de cuidar de crianças gravemente enfermas da Covid-19, na sala de cuidados intensivos pediátricos do hospital geral docente Capitán Roberto Rodríguez Fernández, em Morón, Ciego de Ávila.

Justamente quando a pandemia começou no país, em março de 2020, a doutora Pardo García iniciou sua segunda especialidade em emergência pediátrica e medicina intensiva, e concordou em trabalhar na chamada zona vermelha.

«Sempre fui apaixonada pela profissão médica porque salvava vidas. Esse era meu jogo favorito desde que eu era criança», disse ela em uma entrevista virtual. Lembrou que, à medida que o vírus mortal se espalhava pelo país, ela fez parte do grupo de especialistas em MGI que trabalhou no pronto socorro para classificar as diferentes doenças respiratórias.

«Seguimos um protocolo de classificação que evita o contágio entre doentes dentro da instituição, apesar do grande fluxo de pacientes para o hospital. Atendi cerca de 40 a 45 casos, vindos de municípios vizinhos, e o maior mérito para mim é que aprendi a fazer os testes de PCR. Naquela época as amostras eram processadas em outras províncias, e os resultados dos testes rápidos nos ajudaram muito a definir onde admitir pacientes assintomáticos positivos, pacientes positivos com sintomas ou suspeitos sintomáticos e suspeitos assintomáticos», afirmou.

Nestes meses de luta pela vida de muitas crianças, assume exaustivas guardas de 24 horas, com mais 24 horas de descanso, e depois um período de cerca de sete dias em hotel, até aguardar o resultado do teste de PCR, realizado no quinto dia de isolamento.

«Felizmente, em nosso país, apesar de estarmos bloqueados economicamente, as crianças em estado grave, independente da doença, têm toda uma cadeia de vigilância, e diferentes níveis de atenção médica que cuidam delas desde a gravidez materna».

«Fiquei impressionado com um bebê de dois meses que deu entrada na nossa sala de emergência com poucos sintomas respiratórios, mas com quadro de celulite em membro inferior direito, com evolução para abscesso que precisava ser drenado repetidamente. Ficamos surpresos com o fato de seu PCR ser positivo e nos fez refletir sobre o quão contagiosa é essa condição».

«Pode atacar qualquer pessoa, independentemente da idade e com diferentes manifestações. Acho que toda proteção é pouca, e peço a todos que se cuidem, cuidem da família, mesmo que a batalha não esteja vencida».

Experiência semelhante foi relatada pela graduada em enfermagem Kirenia Ramos Moreno, com 24 anos de serviço, e dois filhos adolescentes: Daniel, 19, e Danielys, 13.

«Não nego que tive medo, porque os riscos reais que corremos em nível pessoal são evidentes, mas meus medos diminuíram com o autocuidado. Aprendi a me proteger ainda mais, a cuidar de crianças doentes que estão sob minha responsabilidade e de seus pais, que às vezes são afetados emocionalmente».

«Oferecemos suporte psicológico, informações sobre as providências tomadas de acordo com a doença e muito incentivo».

Em relação à família, esta veterana de jaleco branco se acalma com a harmonia que reina em sua casa, o que favorece sua dedicação em defesa da vida.

Em Cuba, a incidência de casos em idade pediátrica tem se mantido entre 10 e 12%; mas em 2021 aumentou e uma média de casos de mais de cem crianças por dia é mantida.