ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O desenvolvimento da batalha político-ideológica, que tem como elemento central o confronto com a subversão político-ideológica, deve ser uma prioridade para todos. Photo: Estudios Revolución

Funcionamento é uma palavra fundamental em Cuba hoje. A liderança do país vai ainda mais longe quando – tal como disse nesta segunda-feira, 10 de maio, o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez – a expressão é em termos de fazer melhor as coisas, com eficiência e eficácia em cada processo, «garantindo assim maior satisfação a nosso povo».

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Do Palácio da Revolução, o chefe do Estado compartilhou esse conceito durante a videoconferência com os governadores e o prefeito da Isla de la Juventud, em um encontro que costuma ser mensal, e em cuja agenda são examinados temas que gravitam diretamente na vida de cada território.

O estado de cumprimento do Plano de Habitação no final de abril foi o primeiro tema de uma conferência também presidida pelo primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz; pelo vice-presidente da República, Salvador Valdés Mesa, bem como pelo membro do Bureau Político e secretário de Organização e Política de Pessoal do Comitê Central, Roberto Morales Ojeda.

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Detalhadamente e com senso crítico, houve um intercâmbio com as autoridades territoriais sobre a produção dos materiais necessários à construção das casas. Ali onde, por exemplo, tijolos podem ser feitos, fazê-los; não deve haver nenhum recurso natural subutilizado, se esse pode ser um componente com o qual se fazem as casas.

Em outra ordem de assuntos, as análises tiveram como centro as informações prestadas pelo Supremo Tribunal Popular sobre suas relações com os governos provinciais do Poder Popular; e mais especificamente, sobre o trabalho das pessoas que cumprem pena em liberdade. Posteriormente, foi abordada a situação das estradas de todo o arquipélago.

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As províncias de Camagüey e Las Tunas, onde são maiores os problemas de estradas – especialmente as que conduzem às comunidades, bases de produção agrícola e usinas açucareiras – foram pontos de partida para vários participantes destacarem a relevância de encontrar soluções para partir de um pensamento flexível e mais sistemático.

Sobre este desafio, que atinge também outros territórios, o vice-presidente falou em parar a degradação e, sobretudo, em quebrar uma espécie de abandono que não procura alternativas, que, sem ser sofisticada, muitas vezes pode oferecer soluções. «As bases produtivas», destacou, «podem contribuir para a melhoria das estradas próximas».

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A autossuficiência municipal, o andamento da Tarefa Ordenação e o estado de cumprimento da circulação comercial de varejo também fizeram parte da agenda, cuja preocupação central foi como encontrar os caminhos que conduzam, desde a base, à satisfação das necessidades da população.

O primeiro vice-ministro Jorge Luis Tapia Fonseca falou em medir os indicadores já definidos para quantificar como está a evolução da produção alimentar em cada território. E o primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, destacou a importância de desenvolver uma mentalidade produtiva em todos os lugares.

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TAREFA DE VIDA OU MORTE

Durante o encontro, um interesse especial motivou o tema, apresentado pelo ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, sobre como se comporta a epidemia da Covid-19, segundo dados recolhidos no final de abril. Até essa data, explicou o ministro, «foram notificados 107.622 casos confirmados da doença em Cuba, para uma taxa de incidência de transmissão de 955,2 em cada 100 mil habitantes».

O ministro destacou que a taxa de incidência, durante o mês de março, era de 229,6 por 100 mil habitantes, que passou para 280,2 em abril.

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O presidente da República expressou que esta questão constitui uma prioridade na qual Cuba conseguiu ter sucesso, apesar da complexa situação que abala o mundo, e à qual se junta a fúria com que o imperialismo aplica um bloqueio nunca antes visto ao país.

«Devemos trabalhar com mais eficiência e eficácia» — refletiu — «para cortar a transmissão, para reduzir o número de pessoas que atingem estágios graves e para evitar mortes. E isso será conseguido se as medidas forem aplicadas com rigor e se forem aproveitadas as experiências e potencialidades organizacionais do país».

«Entende-se», disse, «que estamos nessa luta há um ano e meio, mas não podemos nos cansar porque a vida do nosso povo está em primeiro lugar e também o desenvolvimento do país». O presidente precisou que quanto mais rápido superarmos essa doença, quanto mais rápido atingirmos a normalidade, mais rápido poderemos estar dinamizando nossa economia.

O primeiro secretário afirmou que o desafio em momentos como este, face às cepas que surgem da doença, está em como ultrapassarmos a situação com inteligência, com trabalho, com empenho, com mais robustez em nossos protocolos, com uma melhor defesa das coisas que sabemos fazer.

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No que se refere à intervenção em saúde em grupos e territórios de risco, com caráter temporário, com vacinas candidatas cubanas, Díaz-Canel destacou que se justifica do ponto de vista científico e jurídico e de todas as ordens, «porque somos um dos poucos que podem fazer isso no mundo, e nós podemos fazer isso com nossas vacinas candidatas».

E falou em fazê-lo bem, porque consegui-lo — disse — «significa ter uma vitória importante no confronto com a Covid-19, e teria um significado enorme para os cubanos. Em primeiro lugar, porque seria uma expressão de unidade, seria uma expressão de vitória, seria uma expressão daquilo que o talento de um pequeno povo pode fazer, que além do mais, está bloqueado, é constantemente atacado».

Referiu-se à futura vacina como uma «questão de orgulho nacional», como uma porta que «abriria enormes esperanças não só para os cubanos, mas também para o mundo, pela forma como estamos dispostos a cooperar com a humanidade».

Quanto à intervenção na saúde, explicou o valor de os cubanos se dedicarem de corpo e alma à concretização de uma estratégia, em cada local, com rigor, de prioridade bem planeada e garantida, com um sistema de trabalho forte que vai ao pormenor.

OUTROS GRANDES DESAFIOS

«Cada governo e estrutura partidária do país têm pela frente as tarefas de implementação e acompanhamento dos acordos do 8º Congresso do Partido Comunista». Díaz-Canel frisou isso, lembrando que o conclave abordou as questões cardeais da economia e da sociedade no sentido mais abrangente.

«Para todos, o desenvolvimento da batalha político-ideológica deve ser uma prioridade, que tem como elemento central o confronto com a subversão político-ideológica», disse, acrescentando: «Quanto melhor travarmos a batalha ideológica no enfrentamento da subversão é (…) valorizando nossa economia, valorizando o trabalho das comunidades, o trabalho local, buscando a maior satisfação possível de nosso povo».

No que se refere à Tarefa Ordenação, perguntou-se se tudo o que foi decidido para aperfeiçoar este complexo processo está chegando à base de forma adequada, a cada território onde as soluções devem se assemelhar e surgir dos problemas de cada local.

Quanto aos preços, os mesmos que «sobem excessivamente especulativamente», afirmou que esse fenômeno exige mais enfrentamento. «É preciso continuar lutando contra isso». E quanto à empresa estatal socialista, voltou a um conceito, já compartilhado por ele, segundo o qual esse setor deve ser abalado com a Tarefa Ordenação, para que ganhe em agilidade, para que a economia avance.

O presidente cubano também fez um apelo a trabalhar mais intensamente em cada bairro, para promover a cultura da economia — especialmente da água em tempos de seca acumulada e previsões que não são abundantes. Por último, fez alusão a recentes notícias da imprensa sobre um fenômeno financeiro que vem ocorrendo no mundo e do qual Cuba não está isenta.

O primeiro secretário referiu-se às operações monetárias realizadas por empresas transnacionais que, através da utilização de criptomoedas, deram início a esquemas especulativos que procuram maximizar os lucros através de procedimentos que podem ser motivos de fraude, que não são promovidos ou endossados ​​pelo Estado cubano.

O presidente expressou que, além do fenômeno em análise, o país vem avaliando a conveniência do uso da criptomoeda, assunto sobre o qual a população será informada quando forem feitas conclusões rigorosas.

«As análises estão sendo feitas, todos os estudos estão sendo efetuados (…) para tomar as decisões que sejam pertinentes. Agora o que estamos fazendo é evitar que nossa população seja enganada por um grupo de eventos que estão acontecendo em todo o mundo».

«Estaremos informando na mesma medida que avançamos nessas análises, mas o que avisamos é que há possibilidade de fraude, com entidades que não operam sob a subordinação do Estado cubano, ou em qualquer um dos canais estabelecido na política monetária», disse Díaz-Canel.