ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Esse grupo faz parte de uma brigada de 184 profissionais que partiu para a África do Sul em abril de 2020. Foto: Ricardo López Hevia

Treze meses de intenso trabalho face a face com a Covid-19, dois períodos de grandes surtos de pandemia, hospitais em plena capacidade, mortes, horas extras às vezes, dificuldade de comunicação com a população através dos dialetos, além da saudade do afastamento da pátria e família, não constituiu obstáculo ao bom desempenho da brigada médica do Contingente Henry Reeve, que por mais de um ano colaborou na África do Sul no confronto com o SARS-CoV-2.

«A brigada estava totalmente integrada e soube superar todas essas dificuldades, e os sul-africanos estão muito gratos», disse o doutor Ernesto Ramírez Leyva, especialista em Bioestatística da província de Ciego de Ávila e chefe do grupo dos 20 colaboradores que regressaram a Cuba no sábado, 15 de maio, e que foi recebido, à sua chegada, pelo primeiro secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que, mediante uma mensagem de vídeo, lhes deu as boas-vindas ao país «com toda a satisfação» e reconheceu o intenso trabalho e os resultados obtidos durante a estada no continente africano.

Essa formação, composta por 10 médicos e 10 licenciados, faz parte da brigada que partiu para a África do Sul em abril de 2020, composta por 184 profissionais de saúde; os outros 164 continuam trabalhando naquela nação.

Ao chegar à África do Sul, os cubanos se instalaram nas províncias de Eastern Cape, KwaZulu-Natal, North West, Gauteng, Mpumalanga e Western Cape, onde trabalhavam vinculados ao Departamento Nacional de Saúde, desempenhando tarefas como atendimento aos pacientes na Zona Vermelha e Centros de Isolamento, amostragem para PCR, além da formação de profissionais nacionais, apoio na coordenação e planejamento, análise de dados e gestão da informação.

Como resultado dessas funções atribuídas, eles cuidaram de 239.411 pacientes, realizaram 40.391 procedimentos de enfermagem e 1.215 intervenções cirúrgicas e salvaram 1.423 vidas.

Outra conquista dos profissionais cubanos naquele país é que um total de 3.174 computadores foram recuperados, reparados, instalados, montados e mantidos pelos eletricistas da Ilha.

Apesar de ter sido um trabalho forte desde o primeiro dia, com atendimento direto aos pacientes com sorologia positiva para o vírus SARS-CoV-2, os cubanos receberam a gratidão do povo sul-africano pela constância, dedicação e humanismo.

Aliás, Diego Hernández Ariosa, graduado em Eletromedicina de Sancti Spíritus e integrante do grupo que chegou este sábado, destacou que na chegada à África do Sul os especialistas deste ramo foram encarregados de consertar um grande número de equipamentos médicos necessários para o confronto à Covid-19 que estavam nas oficinas com problemas técnicos, conseguindo colocar em funcionamento mais de mil aparelhos, entre os quais os ventiladores pulmonares, essenciais para cuidados intensivos.

Como resultado de seu trabalho, atenderam 239.411 pacientes, realizaram 40.391 procedimentos de enfermagem e 1.215 intervenções cirúrgicas e salvaram 1.423 vidas. Foto: Ricardo López Hevia

Apesar de ter sido um trabalho intenso desde o primeiro dia, com atendimento direto aos pacientes com sorologia positiva para o vírus SARS-CoV-2, os cubanos receberam a gratidão do povo sul-africano por sua dedicação, entrega e humanismo.

Assim foi reconhecido por vários profissionais dos 20 que chegaram este sábado, entre eles a doutora Yaquelín Piñeiro González, especialista em Medicina Geral Integral da província do Granma, que também viveu, durante sua estada na África do Sul, a experiência de adoecer com a Covid-19 em estado grave, com a felicidade de ter sobrevivido e voltado para a Pátria.

Cuba e a África do Sul celebraram no dia 11 de maio o 27º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas, em um contexto de fortes e especiais laços de amizade, cooperação e solidariedade, informou a chancelaria da Ilha maior das Antilhas em seu site.

Segundo aquela fonte, naquele dia, mas em 1994, em uma das primeiras ações de política exterior do novo governo em uma África do Sul recentemente libertada do apartheid, os presidentes Nelson Mandela e Fidel Castro Ruz formalizaram relações diplomáticas entre as duas nações.

Nestes anos, a cooperação bilateral tem se expandido continuamente em várias áreas, como serviços de saúde, educação, ciência e tecnologia, agricultura, desenvolvimento de infraestrutura, habitação, água e saneamento, assentamentos humanos, obras públicas, tecnologias da informação e comunicações, entre muitas outras.

Enquanto isso, em 1º de fevereiro, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, informou que o gabinete daquela nação concordou em preparar uma proposta para o Contingente Internacional de Médicos Especializados em Desastres e Epidemias Graves Henry Reeve, para o Prêmio da Paz 2021, e destacou a ajuda desinteressada e inabalável do Governo e do povo cubano a seu país.