
«O Partido deve estar cada dia mais próximo de todos os processos produtivos e de serviço. A maneira de tornar a vida mais parecida com o que estamos discutindo é através dos laços com o povo, e ainda há reservas», disse Roberto Morales Ojeda, membro do Bureau Político do Partido e secretário de Organização e Política de Quadros na quinta-feira, 27 de maio.
Intervindo no programa de Mesa Redonda, que analisou como a organização dá continuidade ao que foi aprovado em seu 8o Congresso, recapitulou que, a partir do 7o Congresso, o general-de-exército Raúl Castro Ruz deixou claras as missões do Partido no desenvolvimento econômico do país, na luta pela paz e na firmeza ideológica.
Sobre essas questões, disse Roberto Morales, «o Relatório Central da 8a reunião partidária fez uma análise aprofundada, a qual tornou sua, no discurso de encerramento, o primeiro secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que apelou ao fortalecimento da vida interna da organização para influenciar na vida externa, ou seja, no desenvolvimento econômico e social do país, intimamente relacionado à qualidade de vida dos cubanos.
«A partir desses documentos», explicou Morales Ojeda, «todas as estruturas do Partido e do Governo, a União dos Jovens Comunistas e as organizações de massas iniciaram um processo de debate, com o objetivo de definir o que corresponde a cada um dos militantes em suas áreas, para materializar os acordos emanados do grande encontro partidário».
Em sua opinião, constatou-se, em reuniões com as principais lideranças da organização política em diferentes níveis, que nenhuma orientação foi esperada. Isso, frisou, «tem a ver com as mudanças necessárias, porque uma célula de base do Partido não precisa esperar uma orientação para discutir um problema que prejudica a qualidade de um serviço ou de uma determinada produção, ou que afeta o pessoas».
Insistiu que nada é estranho ao Partido, desde a produção de alimentos, construção de moradias, recreação ou preparação para o verão.
Destacou que, «apesar da pandemia, esperamos resultados favoráveis da intervenção em saúde, com o objetivo de ter, no final de junho, 20% da população imunizada e, no final de agosto, 70%, o que vai permitir, junto com o cumprimento das medidas higiênico-sanitárias, ter maior abertura».
Morales Ojeda acrescentou que tanto o Secretariado como o Bureau Político reconsideraram os temas a serem analisados, ao mesmo tempo que definiram indicadores que permitem avaliar o que foi disposto. «A garantia política da implementação das 63 medidas para aumentar a produção de alimentos», exemplificou, «também concebe o exame de como isso se traduz em mais carnes, mais vegetais, mais leite...»
Acrescentou que o programa da cana-de-açúcar será examinado em breve, já que este ano a safra não teve bons resultados, e a próxima deve ter comportamento semelhante, mas o plantio da cana para a safra 2022-2023 deve ser garantido.
Quanto ao reforço da gestão do Partido, referiu que o Secretariado se propôs assistir, pelo menos uma vez no trimestre às reuniões das estruturas provinciais, e uma vez no semestre às das organizações de base, sem que isso venha substituir o que cabe fazer nesses níveis.
Ressaltou que «as células de base têm que aumentar o combate, porque, embora o bloqueio econômico permaneça intacto, o que podemos alcançar depende também dos nossos próprios esforços».
O membro do Bureau Político pôs ênfase no trabalho dos líderes com base em conceitos e premissas, em primeiro lugar, o conceito de Revolução. É preciso olhar para as tarefas com otimismo, confiança e muita determinação; os problemas devem ser levados ao fim, com sensibilidade e senso de urgência, banindo o trabalho desleixado e consolidando a cultura do detalhe e do bom gosto.
«A transformação da gestão partidária», afirmou, «assenta também em três pilares: acesso aos métodos científicos, atualização do seu desenho comunicacional, com maior visualização do seu trabalho, e realização de um processo de informatização que deve chegar às organizações de massa, à União dos Jovens Comunistas (UJC), e envolver as escolas do Partido».
Em outro ponto da sua intervenção, informou que também são estudadas as comissões de trabalho do Comitê Central, centradas nas atividades ideológicas e econômicas, e na ciência e inovação, para aprovação na Segunda Sessão Plenária.
NA BATALHA PELA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
«Politicamente, o Partido atende ao ministério da Agricultura (Minag), com seus dez grupos empresariais e mais de 300 empresas; o ministério da Indústria Alimentar (Minal) e o grupo empresarial Azcuba; porque», segundo afirmou José Ramón Monteagudo Ruiz, membro do Secretariado do Comité Central, a cargo da Atividade Agroalimentar, «a batalha pelo desenvolvimento da economia nacional é decisiva para a concretização da sociedade que propomos».
«No 8o Congresso», explicou, «o primeiro secretário defendeu o aumento da proatividade e a mobilização da energia do país nas metas de desenvolvimento sustentável. Entre eles, o da soberania e segurança alimentar é essencial para o Partido».
«Tanto é que, das 201 diretrizes atualizadas, 17 correspondem ao capítulo relacionado à Política Agroindustrial. 33 políticas já foram aprovadas nesse sentido. Outra amostra é o Plano Nacional de Desenvolvimento até 2030 e, claro, a estratégia socioeconômica».
«Mas, para o cumprimento de todas as tarefas, o Comitê Central está aperfeiçoando o seu sistema de trabalho», sublinhou Monteagudo Ruiz e, como elemento distintivo, destacou o reforço dos órgãos de gestão e das organizações de base; bem como o vínculo com os militantes, os jovens, os grupos de trabalhadores e a integralidade na garantia das questões.
Comentou que agora o Partido está focado na garantia política e ideológica das 63 medidas aprovadas para impulsionar a produção agrícola, e a disposição para fortalecer a empresa estatal socialista também é uma prioridade. «O Partido», disse, «deve garantir que o que corresponde seja executado em cada caso e que os trabalhadores sintam os benefícios».
Outras questões estão relacionadas à autossuficiência territorial, a fim de buscar o pleno potencial das localidades, a começar pela exploração da terra. A este respeito, informou que já foram entregues ao país mais de 2.6 milhões de hectares, o que deverá ter um impacto notável no aumento da produção.
«Tudo isso», resumiu, está ligado à melhoria da empresa Azcuba, que inclui a presença da empresa nas 56 usinas de açúcar, além da atenção à colheita do açúcar e à recuperação da cana».
O DESAFIO DE FORTALECER A EMPRESA ESTATAL
Como parte das transformações que o 8º Congresso do Partido provocou no âmbito do seu funcionamento, a nova estrutura assumida por Félix Duarte Ortega, membro do Secretariado do Comitê Central para o atendimento às áreas da Indústria, Construção, Turismo, Transportes e Serviços, integra dois grandes departamentos.
«Um deles», explicou, «está relacionado à atividade produtiva de bens e serviços no país, e é formado pelos ministérios da Energia e Mineração, Indústrias, Construção, Turismo, Transportes, Comunicações e Comércio Interno, além do Instituto dos Recursos Hidráulicos e o Instituto de Planejamento Físico».
Por outro lado, são atendidas a Alfândega Geral da República, 33 Organismos de Desenvolvimento Empresarial ( OSDEs) mediante a atividade política e sete sindicatos vinculados aos referidos ministérios», disse.
«Temos em todo o país mais de 105.000 membros do Partido neste departamento, 9.068 células de base e 1.15 milhão de trabalhadores aproximadamente, dos quais cerca de 750.000 estão empregados no setor estatal».
Referindo-se aos desafios da organização partidária, Duarte Ortega destacou o vínculo permanente do Secretariado com os comitês provinciais e municipais, com as organizações de massa e as estruturas de base.
«Devemos trabalhar para que toda essa força política, essa massa de trabalhadores que temos, cumpra o papel que lhes cabe em cada uma das atividades e setores que atendemos», disse.
«Devemos também ser capazes de responder aos desafios que a economia do país enfrenta hoje e que, a partir do próprio bloqueio econômico, restrições financeiras, recursos materiais, combustíveis, impõe maiores desafios ao sistema de negócios».
Entre esses desafios, disse, «está como fortalecer a gestão dos atores econômicos e, sobretudo, da empresa estatal socialista. Desta forma», argumentou, «o Partido desempenha um papel fundamental em sua missão de aproximar e exigir, mas sem interferir na gestão das entidades».
Ao final, Roberto Morales Ojeda informou que, nos meses de novembro e dezembro, e posteriormente em janeiro e fevereiro de 2022, terá início o processo de balanço em assembleias, iniciando o debate nas comissões distritais do Partido e, posteriormente, nos níveis de província e município.
«Nessas reuniões» — destacou — «pretende-se fazer uma avaliação do que decorreu desde o balanço anterior até à data e, sobretudo, analisar o que se passou com a implementação e cumprimento das ideias, conceitos e orientações».
Acrescentou que se pretende discutir os relatórios com toda a militância do país, de forma que quando chegarmos ao momento da assembleia, seja distrital ou provincial, tenhamos um longo caminho já percorrido em termos de debate e participação.