
«O sistema bancário tem sido um dos principais alvos das medidas impostas durante a gestão do ex-presidente Donald Trump, que não têm outro objetivo senão reforçar os efeitos do bloqueio sobre o povo cubano, efeitos monetário-financeiros que, no ano passado, ultrapassaram os 284 milhões de dólares».
Foi o que afirmou Oscar Luis Hung Pentón, presidente da Associação Nacional de Economistas e Contadores de Cuba, durante seu discurso no fórum virtual «Verdades do Bloqueio».
«Além dos números», disse, «os prejuízos se manifestam na crescente perseguição financeira, que provoca a rejeição ou recusa de bancos e instituições internacionais em realizar operações com nosso país».
«Tudo isso», acrescentou, «ficou evidenciado no fechamento de contas e contratos que havíamos firmado anteriormente, na devolução constante de transferências bancárias e no cancelamento de chaves para troca de informações financeiras».
Devido à hostilidade dos EUA, só em 2020 houve mais de 190 ações de mais de 95 bancos estrangeiros contra os bancos cubanos.
Representantes de diferentes atividades econômicas e produtivas também participaram como palestrantes do encontro virtual.
O trabalhador autônomo Carlos Miguel Pérez, especializado em desenvolvimento de software e consultoria em informática, afirmou que o setor autônomo, como o resto da economia cubana, é afetado pela exportação de seus serviços.
Lembrou que o mercado mais natural, por uma questão de proximidade, deve ser a América Latina e os Estados Unidos, mas a relação de exportação com a região é mínima, já que os bancos e filiais dessa área geográfica não podem estabelecer relações financeiras com Cuba.
Norailys González Enriquez, vice-diretora da empresa estatal Quimimport, destacou que o comércio exterior é um dos setores mais afetados por essa política.
Cuba — destacou — «não tem acesso a esse mercado, o que a obriga a ir para terceiros fornecedores e mercados distantes, o que aumenta os custos e alonga os prazos de entrega ao produtor. Além disso, não temos a possibilidade de pagar pelos serviços ou fornecimentos contratados em dólares norte-americanos e, ao fazê-lo em outra moeda que não essa moeda, os custos de negociação e compra aumentam».