
Levando em conta o comportamento da epidemia provocada pela Covid-19 em Cuba, e como parte das ações realizadas para enfrentá-la, o Grupo de Trabalho Temporário para a Prevenção e Controle do novo coronavírus aprovou no sábado, 17 de julho, uma atualização do protocolo para o diagnóstico e manejo clínico de pacientes confirmados, suspeitos e contatos daqueles com teste positivo para a doença.
«Os novos elementos desenhados» — afirmou o ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda — «estão de acordo com a transmissão do vírus no país; a situação epidemiológica atual de todas as províncias; a necessidade de continuar otimizando o uso de recursos, principalmente de leitos; e o avanço da vacinação em Cuba.
Conforme detalhado durante o intercâmbio — encabeçado pelo primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e no qual prestaram contas as autoridades governamentais de todo o país — com a atualização é modificada a forma como são tratadas algumas questões associadas não só ao diagnóstico e tratamento clínico, mas também à classificação das pessoas, de acordo com o risco e os sintomas que apresentam, bem como os sintomas, de acordo com a sua gravidade e o tipo de instituições destinadas à admissão de pacientes.
O titular da Saúde Pública referiu, entre outros elementos, que se o teste antigénico for positivo numa pessoa com sintomas da doença, é efetuado imediatamente o PCR e, sem aguardar a sua confirmação, inicia-se a correspondente conduta terapêutica, o que se pretende para iniciar o tratamento o mais rápido possível.
Quanto ao isolamento dos contatos dos casos confirmados — aspecto que varia substancialmente consoante a forma como foi assumido até ao momento — disse que, com base no novo protocolo, estas pessoas irão cumprir um isolamento de 14 dias no domicílio e sob vigilância clínico-epidemiológica que permite detectar o aparecimento de sintomas.
Nesse sentido, chamou a atenção para a importância de garantir que todos os contatos sejam isolados no domicílio, para o qual o trabalho conjunto do médico de família e do enfermeiro, com os fatores da comunidade, é fundamental.
«É justamente o pessoal de saúde, junto com as famílias e os fatores da comunidade, que estão desempenhando um papel cada vez mais protagonista neste momento», refletiu Portal Miranda. Associado a isto, comentou sobre a decisão de reduzir os grandes estudos populacionais que eram realizados no país, visto que o elevado número de amostras de PCR que atualmente precisam ser processadas em todas as províncias, impede apoiar esses estudos na forma como eles são realizados em outros momentos da epidemia.
Daí sua insistência na prioridade com que se deve trabalhar para identificar pessoas suspeitas de serem portadoras da doença nos bairros. «Essa é a principal batalha agora» — frisou — «e o tema das pesquisas se torna mais importante, poder detectar todos os casos sintomáticos e trabalhar de imediato o seu diagnóstico e as condutas a seguir, de acordo com o risco que apresentem».
O membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, comentou que esta nova forma de fazer pode ser considerada outra forma de realizar estudos populacionais. «Não paramos de procurar pessoas com sintomas e continuamos estudando a população», disse, «embora de outra forma».
Por outro lado, o ministro da Saúde Pública detalhou que, para o diagnóstico dos viajantes à entrada no país, e no âmbito da verificação que se faça na fronteira, será aplicado um teste antigénico, que se positivo será confirmado por um PCR. «Antes de concluir a quarentena» — especificou — «todos os viajantes serão estudados com amostras de PCR».
Outro aspecto modificado do novo protocolo são os critérios a serem seguidos para a alta hospitalar. A esse respeito, Portal Miranda explicou que quem continuar positivo para a Covid-19 por 14 dias ou mais, se estiver bem clinicamente, terá alta com acompanhamento domiciliar. «Após 14 dias da confirmação» — observou ele — «o risco de transmissão da doença é muito baixo».
Em particular no que se refere ao atendimento de pacientes confirmados, especificou que aqueles definidos como de baixo risco, tanto assintomáticos quanto sintomáticos leves, serão internados em suas residências, onde receberão o correspondente atendimento.
Positivos de baixo risco com sintomas moderados, bem como pacientes de médio e alto risco com sintomas leves ou moderados, serão admitidos em instituições. Em ambos os casos, é aplicado o protocolo aprovado para esses pacientes.
Conforme declarado na reunião, em hipótese alguma poderão ser admitidos no domicílio pacientes cuja moradia não reúna as condições para o cumprimento das medidas de isolamento e tratamento; aqueles que, devido à distância e ao acesso ao consultório, não permitem o acompanhamento diário de sua evolução médica; e aqueles que fazem parte de famílias disfuncionais.
Nem podem crianças menores de 12 anos de idade, grávidas e no pós-parto ser admitidas em casa; crianças de 12 a 18 anos com patologias crônicas associadas; e pacientes com doenças crônicas descompensadas ou em condições clínicas que podem levar à gravidade.
«Com a aplicação dos novos elementos que distinguem a atualização do protocolo», assegurou o ministro da Saúde Pública, «será possível prestar um melhor atendimento aos pacientes que necessitam de ser internados nas nossas instituições, tanto nos hospitais como nas outras que já estiveram acondicionadas com esse fim».
Associado a isto, o primeiro-ministro destacou a importância de o novo documento chegar a todos os médicos, enfermeiros ou alunos que têm a responsabilidade de o aplicar por escrito.
«Não há espaço para erros aqui, o que deve ser feito está bem definido», avaliou na reunião, que contou também com a presença do membro do Bureau Político e secretário de Organização e Política de Quadros, Roberto Morales Ojeda.
Assim, em meio ao pior cenário epidemiológico que Cuba viveu desde o início da epidemia em março de 2020, enfrentar a Covid-19 continua sendo um desafio do dia a dia. Assumir com inteligência e de acordo com o comportamento que a doença manifesta, é também garantia de sucesso, numa época em que avança a imunização da população cubana e na Ilha maior das Antilhas se aplica a terceira dose de uma de suas vacinas candidatas para mais de dois milhões de pessoas.