ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
É a terceira vez que, em menos de seis meses, o chefe de Estado partilha, na Universidade Manuel Fajardo de Cultura Física e Ciências do Esporte, com alunos e professores para, a partir da sinceridade e empenho dos jovens, conhecer suas dúvidas e propostas. Photo: Estudios Revolución

Para dialogar, ouvir, explicar, pedir e também agradecer, o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, voltou em 19 de agosto, à tarde, à Faculdade de Ciências da Cultura Física e do Esporte Manuel Fajardo .

É a terceira vez que, em menos de seis meses, o chefe do Estado partilha com alunos e professores para, a partir da sinceridade e empenho dos jovens, conhecer suas dúvidas e propostas, também a forma como continuam aderindo no fazer no cotidiano da família, do bairro, do seu centro estudantil, de toda a nação.

Precisamente porque é no cotidiano dos espaços comunitários onde, de certa forma, se moldam e se definem as ações dos nossos jovens, várias das intervenções centraram-se no tema das ações que, desde Julho passado, se realizam em 62 comunidades havanesas.

«Nestes dias tivemos experiências muito importantes», disse a professora Yorliet Díaz Suárez, a partir de sua qualidade de vereadora do Poder Popular, no 83º distrito do conselho popular do Vedado, no município de Plaza de la Revolución. Seu bairro, La Timba, é um daqueles aos quais os Órgãos da Administração Central do Estado vêm apoiar e participar.

Entre outros tópicos, comentou sobre a solução de problemas acumulados; a felicidade dos moradores e a sua participação nas diferentes tarefas que se realizam, o funcionamento das estruturas da base, a necessidade de melhorar a gestão pública, bem como a importância do papel do delegado (vereador) na comunidade e os muitos desafios que o definem.

Também falou sobre a sustentabilidade nas ações, um conceito essencial que teve importância fundamental no encontro, como também foi feito em diálogos semelhantes nos últimos dias.

Pensemos — disse — «na necessidade de que essas tarefas sejam sustentáveis ​​ao longo do tempo, porque ir aos bairros não é a finalidade social de nenhum ministério, e quando esse projeto for aprovado temos que garantir que as ações na comunidade sejam sustentáveis».

Suas palavras motivaram a reflexão do presidente, que considerou que a sustentabilidade também está na participação e ação da população ao longo do tempo. No caminho para alcançar essa sustentabilidade necessária, comentou elementos como a sensibilidade das organizações e instituições com os problemas existentes, a formação de pessoas na comunidade e a promoção do vínculo entre a universidade e os bairros.

Os meninos foram então ouvidos falando sobre a necessidade de enfocar na família, em conviver com ela, com os vizinhos. É um orgulho saber que, apesar da juventude, eles entendem o quanto pode ser conquistado com a família para fortalecer a comunidade e por sua vez o país.

ENSINO E SEUS DESAFIOS

As preocupações dos jovens, logicamente, atingem também o processo ensino-pedagógico, em grande parte afetado em todos os ensinos e especialidades devido à situação que gerou a epidemia da Covid-19 no país.

Nesse sentido, foram direcionadas algumas das reflexões de Cedric Caley, que reconheceu a valiosa contribuição que a educação à distância tem dado para não perder totalmente o vínculo com as salas de aula.

No entanto, insistiu que «aí não encontramos tudo o que precisamos», daí sua preocupação com a forma como o processo ensino-pedagógico se desenvolve e a qualidade necessária que deve caracterizá-lo, pois hoje há profissionais nas salas de aula que vão sustentar o país amanhã».

Associado a essas questões, Dayana Emir Martínez comentou sobre as práticas de trabalho, fator muito importante para a preparação dos alunos como futuros profissionais.

A atenção dos alunos também teve como centro a deterioração de muitas instalações esportivas do país, e a necessidade de resgatá-los na medida do possível. Na reabilitação e utilização destas instalações reside boa parte das ações para podermos promover ainda mais o esporte em Cuba, como um trabalho que deve ser desenvolvido a partir da base.

Durante o intercâmbio — onde, entre outras, estiveram presentes na capital as máximas autoridades do Partido e do Governo; bem como José Ramón Saborido Loidi, ministro da Educação Superior; Aylín Álvarez García, primeira secretária do Comitê Nacional da União dos Jovens Comunistas; e Karla Santana Rodríguez, presidenta da Federação dos Estudantes Universitários — as intervenções também preconizaram maior apoio do Instituto de Esportes, Educação Física e Recreação (Inder), não só em nível nacional, mas em todos os níveis e em todos os espaços.

Critérios muito úteis foram compartilhados pelos jovens, além disso, sobre seu desempenho em centros de isolamento para pacientes da Covid-19 positivos; e a ligação nas ações para organizar as filas nos diferentes pontos de venda. Dois temas — vários concordaram em destacar — que ainda podem continuar sendo aperfeiçoados e nos quais os jovens têm desempenhado um papel de protagonistas.

Orgulhoso da maneira como fazemos as coisas em Cuba, embora em muitos lugares faltem recursos para fazer mais, o jovem Sergio Arturo Pérez Echavarría agradeceu ao presidente por «ter vindo falar com os alunos, com os jovens».

Da quadra simbólica de La Mariposa, espaço onde Fidel tantas vezes jogou basquete, falou dos muitos desafios que Cuba tem hoje; a importância de conversar com as pessoas e oferecer argumentos sobre o que se faz no país; e a importância para os jovens de saberem que têm seu espaço para trocar e opinar.

«Porque aqui» — disse a Díaz-Canel — «quem veio falar o fez de coração».

Depois de prometer que esta não será a última reunião, o presidente cubano agradeceu aos meninos «a atenção e a sinceridade com que expressaram seus problemas. É nosso compromisso que vamos rever tudo o que vocês levantaram, vamos levar em consideração as questões que vocês compartilharam e abrem as perspectivas de coisas que temos que trabalhar», disse.

«Temos que ser críticos daquilo que não alcançamos», insistiu, «críticos das deficiências e, mais do que críticos, trabalhar para superá-las». A este respeito, reconheceu a necessidade de beber a seiva da experiência das coisas que a Revolução conquistou e defende, como a educação, o esporte e a saúde, também a partir da participação dos alunos.

«É importante entender», comentou, «que estamos em um momento difícil, mas de momentos tão difíceis como este a Revolução sempre saiu vitoriosa. Não há espaço para desânimo ou arrependimento aqui».