
«A forma como estão sendo recuperados os danos causados pelo furacão Ida mostra que há coerência, capacidade e organização», afirmou o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, na conclusão, na tarde do domingo, 29 de agosto, de uma intensa viagem de trabalho, da qual chegou de madrugada à província de Pinar del Río, e à tarde, ao município especial Isla de la Juventud.
Acompanhado pelo membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, bem como por uma representação da equipe governamental do país, o chefe de Estado pôde verificar em diferentes pontos dos dois territórios o andamento das obras de saneamento, a recuperação das áreas de plantio afetadas, a restituição dos principais serviços interrompidos e a resposta que começa a ser dada aos danos quantificados às casas.
«O trabalho que está sendo realizado» — considerou — «mostra que existe em nosso povo um espírito de superação de situações adversas causadas por eventos deste tipo. Isso nos dá confiança e otimismo para podermos seguir em frente em meio a tantas dificuldades que tivemos que enfrentar nos últimos tempos; além disso, é uma expressão de unidade e compreensão dos problemas que temos e que devemos continuar enfrentando».
ENTRE AS COMPLEXIDADES DO IDA E A PANDEMIA
«Agora que nenhum dos produtos recuperados se perca!», foi uma das principais ideias reiteradas pelo presidente em Pinar del Río, ao intercambiar com os produtores em cujas lavouras o furacão deixou sua marca.
É justamente na agricultura que se verificam os maiores efeitos do fenômeno meteorológico na província. Dados preliminares, oferecidos pelo governador Rubén Ramos Moreno, falam de 687 toneladas de mandioca e 551 toneladas de banana-da-terra, além de perdas de batata-doce e abóbora. «Tudo o que poderia ser recuperado» — garantiu — «passou a ser vendido à população».
Ao percorrer as zonas do polo produtivo Hermanos Barcón, um dos principais da província de Pinar del Río, o chefe de Estado insistiu aos produtores e gestores na prioridade de trabalharem para conseguir uma estratégia de sementeira de ciclo curto, que permita para ter mais produtos, recuperar imediatamente as plantações de banana e aumentar a colheita e o replantio.
«Não se pode perder tempo semeando» — frisou — «porque é um bom momento para aproveitar a umidade deixada pelas chuvas. Um dos grandes desafios é conseguir maior diversificação das culturas, o que permitirá satisfazer a procura de alimentos que a população hoje possui».
Durante o encontro com as principais autoridades da província, também informaram sobre os danos causados às residências pelo furacão Ida. Números preliminares atestam 148 propriedades afetadas, duas delas registradas com desabamento total e 109 com perdas parciais em suas coberturas. Como é sabido, desde que foi decretada a fase de recuperação, a movimentação de recursos para as diversas localidades passou a responder, o mais rapidamente possível, à situação das propriedades.
Relativamente ao restauro do serviço eléctrico, apurou-se que os árduos trabalhos realizados permitiram, na madrugada de sábado 28, recuperar quase 70% dos danos. Segundo explicou o ministro de Energia e Mineração, Liván Arronte Cruz, nas próximas horas chegarão ao território cinco grupos de trabalho das províncias de Havana e Matanzas para reforçar os esforços de recuperação.

Em relação às chuvas, as autoridades do território expressaram que foram mais benéficas, especialmente nos municípios de San Juan e Martínez e Isabel Rubio.
Em meio às novas complexidades deixadas em Pinar del Río pelo furacão Ida, o chefe de Estado fez questão de não descuidar por um momento as ações de enfrentamento à Covid-19 no território, que nos últimos dias tem apresentado altos índices de transmissão da doença .
Ariel Godoy del Llano, diretor provincial de Saúde Pública, comentou que nos últimos dias se tem registado uma diminuição do afluxo de pessoas com sintomas às instituições de saúde. Mais de 4.000 pessoas permaneciam em suas casas neste domingo, 29, o que constitui um grande desafio. Da mesma forma, referiu-se à vacinação na população maior de 19 anos do município principal e em grupos populacionais de risco dos demais municípios, o que constitui uma garantia para avançar na proteção das pessoas e reduzir as taxas de contágio.
VEM SE TRABALHANDO DE FORMA ORGANIZADA E RÁPIDA
«Aqui vem se trabalhando de forma organizada e ágil», considerou o presidente em troca com os moradores de La Fe, uma das principais cidades do município especial, onde a equipe do governo chegou ao meio-dia do domingo, 29 de agosto.
Depois de visitar várias áreas afetadas pelo furacão Ida, o presidente insistiu que «não podemos nos permitir ser derrotados pelas condições meteorológicas. É por isso que pedimos também a colaboração de vocês para restaurar no mais curto espaço de tempo possível», sublinhou. «Agora temos de enfrentar o furacão, com esforço e vontade; é para isso que os convocamos».
Como o coronavírus continua sendo um desafio, mesmo na Isla de la Juventud, onde a propagação da epidemia foi contida com sucesso, o primeiro secretário pediu aos moradores que «continuem se cuidando, porque, embora sejam o melhor território no país no confronto com a Covid-19 e tenham mantido um controle rigoroso, não pode haver negligência».
Em conversa com os produtores, a equipe do Governo constatou que os principais efeitos neste setor ocorreram em lavouras como banana, abóbora e mamão. Não houve perda de animais nas diferentes fazendas, nas quais são contabilizados apenas os danos aos telhados dos estábulos. «Até o momento», disse o prefeito Adiel Morera Macías, «foram vendidas à população 136 toneladas de produtos recuperados, sendo duas delas de feijão».
Ao meio-dia de domingo, ainda estavam sem serviço elétrico uns 9.700 clientes, principalmente nas áreas de La Fe e La Demajagua, onde se registraram 46 postes caídos. Segundo estimativas feitas no município, ao final do dia entre 90% e 95% do serviço seria restaurado.
Na sede da empresa elétrica, o presidente foi informado da restauração de mais de 70% do serviço no município especial. Na cidade de Gerona 99% dos danos foram restaurados e em La Fe 79%. O ministro de Energia e Mineração garantiu que a prioridade nas primeiras horas estava no atendimento às casas e garantir o abastecimento de água.
Segundo o prefeito, os maiores danos às moradias concentram-se nas coberturas leves, com danos parciais a 141 edifícios. O trabalho dos agentes comunitários nos conselhos populares possibilitará prestar contas de tudo.
HÁ MUITO A FAZER
O presidente, pouco antes de encerrar o dia na Ilha da Juventude, comentou sobre as características que caracterizam o fenômeno climático. «A primeira delas é que foi um evento que passou pelo país em muito pouco tempo, portanto, a passagem a cada uma das fases foi muito abrupta, o que exigiu um esforço adicional dos órgãos de gestão para o enfrentamento. Por outro lado, particularmente em Pinar del Río, foram realizadas ações com planos de redução de desastres já atualizados devido à pandemia».
Essas singularidades exigem mais precisão, coerência e esforço. E tanto Pinar del Río como Isla de la Juventud – e até Artemisa, que também teve certos efeitos– responderam rapidamente. «O principal valor é que não há perda de vidas humanas para lamentar».
Diante dos danos fundamentais ocorridos, principalmente os relacionados à distribuição de energia elétrica, que se tornaram quase totais nos dois territórios, o presidente destacou a agilidade com que têm trabalhado para solucioná-los.
Reconheceu o trabalho que tem sido feito para manter os serviços de saúde em meio às condições climáticas. Em meio ao furacão, acentuou especialmente o esforço para apoiar a cobertura de oxigênio, o que exigiu um trabalho meticuloso em conjunto com o Centro de Direção Nacional.
Sobre o que puderam apreciar nos dois territórios, o presidente considerou muito importantes as ações de coleta de resíduos sólidos nas estradas e comunidades. «Vimos um clima de disposição por parte da população, participando», disse.
Estes dias também foram de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, Díaz-Canel exemplificou a forma como os danos causados às residências têm sido tratados. «Contrasta que nos últimos anos temos conseguido dar uma resposta mais rápida à recuperação, ficando a solução relegada a pessoas que estão à espera de uma resposta há 12 anos ou mais e estão vivemdo em instalações provisórias, algo muito tenso para a vida de uma família. Essa é uma questão que temos que priorizar nos planos habitacionais, mesmo que demore um pouco nas novas construções. São coisas que temos que atender e para as quais devemos dar uma visão diferente», avaliou.
Com satisfação, destacou o que foi feito de ambos os territórios, o que evitou que as consequências fossem maiores. «Ainda há muito trabalho a ser feito e, portanto, devemos nos empenhar também no enfrentamento dos efeitos do ciclone».