
Duas perdas lamentáveis abalaram o jornalismo cubano: Marta Rojas, cronista da Revolução, e Juan Antonio Borrego, astuto repórter e exemplar líder de jornalistas.
Em ambas as firmas o jornal Granma teve um selo de alto prestígio, pelo indiscutível valor profissional e pela qualidade da pessoa, os dois nomes virtuosos, humildade e humanidade.
«Partiu Marta Rojas, mulher das letras e da Revolução, testemunha e narradora excepcional, desde o julgamento de Moncada. Heroína do Trabalho, foi jornalista e escritora até o último suspiro. Sua obra transcendental é a memória da nação», escreveu no Twitter o primeiro secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
Ainda sobre Borrego, a cuja despedida enviou uma coroa de flores, o chefe de Estado destacou: «Associo-e à dor e ao choque do sindicato jornalístico pela morte prematura, por causa da Covid-19 de um de seus mais brilhantes e queridos membros: Juan Antonio Borrego Díaz, diretor do prestigioso jornal Escambray, que tanto deve à sua liderança exemplar».
Prêmio Nacional de Jornalismo José Martí, Marta Rojas testemunhou a forja rebelde que resultou na Geração do Centenário no clarim do Moncada. Ela esteve no julgamento que eles queriam esconder, viu o crime com seus próprios olhos e escreveu para contá-lo.
Na folha de pagamento do Granma desde a sua fundação, acompanhou Fidel a vários países e foi correspondente de guerra no Vietnã do Sul, onde voltou uma vez para fazer a última entrevista conhecida com Ho Chi Minh.

Além disso, autora de seis romances, recebeu os prêmios Casa das Américas e Alejo Carpentier de romance, e foi jurada do Prêmio Miguel de Cervantes de Literatura de Língua Espanhola.
Vital e sorridente até o último dia, só cedeu ao golpe de seu coração, aos 93 anos, justamente no dia em que seu jornal completou 56 anos.
No dia seguinte, com apenas 52 anos, complicações associadas à Covid-19 extinguiram as forças físicas de Juan Antonio Borrego Díaz, ativo correspondente do jornal Granma com mais tempo em suas páginas, no qual refletiu, em 29 calendários, os acontecimentos da província de Sancti Spíritus, além de dirigir o jornal Escambray, vencedor de muitos dos prêmios de jornalismo conferidos em Cuba.
Entrevistador astuto e cronista altivo, não havia gênero que não abordasse com desenvoltura, por isso era considerado um jornalista «todo-o-terreno». Também foi deputado à Assembleia Nacional do Poder Popular por várias legislaturas.