ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Photo: Estudios Revolución

«Não se pode desmontar nada do que viemos fazendo ao longo de todos estes meses contra a epidemia da Covid-19», afirmou o ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, no sábado, 30 de outubro, ao apresentar perante o Grupo de Trabalho Temporário do Governo, encabeçado pelo presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, as prioridades para a etapa que Cuba começará a viver.

Face à melhoria da situação epidemiológica e a proximidade da abertura turística, do ano letivo e das demais atividades econômicas e sociais da ilha, Portal Miranda especificou que «deve ser mantida uma organização sustentável do sistema de vigilância clínica, epidemiológica e laboratorial que tem sido implantado em todo o país», e ao mesmo tempo monitorar outros vírus que podem estar circulando dentro do país.

O ministro da Saúde Pública, através de videoconferência com as máximas autoridades de todas as províncias e da Ilha da Juventude, indicou que se deve avançar na vacinação, «foi isso que nos permitiu chegar aqui em situação favorável e temos que nos certificar de que ninguém fica para trás».

«Mesmo sendo totalmente voluntária», disse, «temos que continuar trabalhando com as pessoas para cumprir os ciclos de vacinação. Essa é a garantia mais importante para o futuro», disse. «É o que vai nos dar segurança na contenção da doença e manter o índice de queda nos casos que estamos tendo».

No encontro — que, como é habitual, conduziu o primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, desde o Palácio da Revolução — o titular da Saúde Pública referiu a necessidade de preservar as consultas de cuidados a doentes respiratórios nas áreas da Saúde, que atendam às demandas das comunidades. «Este é o melhor termômetro que temos hoje e o melhor alerta para saber onde pode haver um movimento de casos que esteja fora do comum».

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Da mesma forma, falou em «manter as capacidades de atendimento dos pacientes com a Covid-19, começamos a subir os níveis de atividade, existe um programa para começar a prestar serviços que foram retardados ou retidos, mas devemos deixar claro para onde vão ser essas capacidades em cada uma das províncias».

«Temos que aprender a conviver com a doença», alertou o ministro, «o SARS-CoV-2 vai se manter, e vão continuar surgindo casos que devem ser tratados com os protocolos estabelecidos».

Particularmente sobre o retorno à normalidade nas instituições de saúde, destacou que as diretorias de Saúde de cada província devem apresentar um plano de recuperação para que os serviços passem a responder às necessidades de cuidado que foram adiadas ao longo desta etapa, sem cair na improvisação, em uma forma escalonada, de tal forma que passe a gerar satisfação na população.

Portal Miranda também especificou que as consultas de reabilitação para pacientes com sequelas da Covid-19 devem ser consolidadas. «O número de pessoas que já tivemos afetadas por essa doença e que ficaram com outras enfermidades, às vezes competem com o número de casos positivos e nem sempre temos dado toda a atenção que esses pacientes merecem», reconheceu.

Dentre as prioridades da etapa, o titular não esqueceu a urgência de manter o sistema de comunicação à população sobre o comportamento da doença. «As informações que se prestam em cada um dos territórios não podem ser desmontadas», reiterou, e, em nível nacional, a entrevista coletiva do dr. Durán será realizada uma vez por semana e também estará no site do ministério da Saúde do resumo da situação epidemiológica do dia.

DE OLHO NO CONTROLE INTERNACIONAL DE SAÚDE

A abertura das fronteiras cubanas em novembro, mesmo trazendo alegrias pelas tardias reuniões familiares e esperanças de uma melhor situação econômica com o despertar do turismo, também apresenta desafios para o sistema de saúde da Ilha e para a sociedade cubana em geral.

Desta forma, explicou Portal Miranda, «foi elaborada uma estratégia com medidas das etapas anteriores que serão preservadas e outras novas». Em sua apresentação ao Grupo de Trabalho Temporário do Governo, o ministro mencionou a permanência da vigilância epidemiológica em todos os pontos de entrada no país, como portos, aeroportos e marinas.

A temperatura de quem entra ou sai da Ilha também continuará sendo medida; o uso de máscaras é obrigatório em todas as instalações aeroportuárias; e o seguro médico que cobre a Covid-19 continuará sendo exigido para viajantes internacionais e cubanos residentes no exterior.

O ministro da Saúde Pública informou que Cuba eliminará a quarentena obrigatória de viajantes internacionais a partir de 7 de novembro e realizará o teste PCR na entrada.

No entanto, disse, «entre o primeiro e os sete dias, será estabelecida uma quarentena de 72 horas para todos os viajantes internacionais até que seja obtido o resultado negativo do PCR realizado na entrada no país».

«Todos os viajantes internacionais — cubanos e estrangeiros — devem apresentar passaporte sanitário ou certificado internacional de vacinação contra a Covid-19, com as vacinas certificadas pelos respectivos órgãos reguladores», precisou.

Quem não possua esta documentação é obrigado a apresentar a certificação PCR negativa à chegada, realizada 72 horas antes da viagem. Este comprovante deve ser emitido por laboratório credenciado no país de origem do viajante.

«Somente crianças menores de 12 anos, independente de sua nacionalidade, estarão dispensadas de apresentar esquema de vacinação ou teste de PCR na chegada a Cuba», explicou Portal Miranda.

Em seu detalhado relatório às mais altas autoridades nacionais e provinciais, especifica-se também que todo viajante cubano, residente ou não no país, que ao chegar à Ilha não tenha comprovação de aplicação do esquema de vacinação, nem PCR negativo fará aqui o teste e cumprirá o isolamento institucional por dez dias, assumindo os custos de hospedagem e transporte.

«Nas instalações do hotel», disse Portal Miranda, «será instalada uma vigilância epidemiológica permanente, para a qual se reforça o atendimento médico 24 horas por dia. Os turistas com sintomas sugestivos da Covid-19 serão encaminhados à instituição de saúde correspondente e, se o PCR for positivo, será aplicado o protocolo estabelecido em Cuba para casos confirmados».

Enquanto isso, a vigilância epidemiológica dos turistas que ficam na comunidade será realizada pelas áreas de saúde e será obrigatório comparecer às autoridades de saúde caso aparecer algum sintoma.

Para os viajantes cubanos residentes no país, está estabelecido que se dirijam ao Consultório Médico e Enfermeiro de Família ou à sua área de Saúde em um prazo não superior a 48 horas após a chegada.

TAMBÉM HÁ DENGUE

O ministro da Saúde alertou para o aumento dos casos de dengue em todo o país, comportamento comum nesta época do ano. «Não é segredo para ninguém», comentou, «que esta é a fase em que normalmente se deve prestar a máxima atenção a esta doença».

«Por sete semanas consecutivas», disse, «sua taxa de incidência vem crescendo. Todas as províncias têm apresentado casos de dengue, sempre acontece nos meses de setembro, outubro e novembro, que são os meses mais complicados. Corresponde ao seu ciclo biológico», disse, «mas também é modificável. Hoje existem recursos para combatê-lo, temos como fazê-lo e estamos em condições de reverter a situação».

Portal Miranda destacou que as províncias com maiores taxas são Camaguey, Havana, Ciego de Ávila, Santiago de Cuba e Holguín.

«É fundamental», destacou, «buscar os casos, isolar e tratar». E lembrou que a dengue pode ser confundida com a Covid-19, tendo finalmente sintomas semelhantes a uma doença viral; e listou ações para sua contenção, bem conhecidas dos cubanos, que vão desde o controle dos focos até a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes Aegypti.