
BAYAMO, Granma.— «É verdade? Ele veio até aqui? Isto apenas é visto na Revolução, caramba…!», bradou com entusiasmo uma senhora e em apenas segundos a rua se tornou uma multidão de pessoas com o olhar grato, para ver de perto o presidente.
E mais do que ver, para dizer, porque quando o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC) e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, chegou esta quinta-feira, 11 de novembro, à tarde ao bairro Pedro Pompa, em Bayamo, muitos foram os que quiseram comentar as mudanças que aí, aos poucos, apagam a inércia e levam a uma transformação sem precedentes.
Acompanhado do secretário de Organização e Política de Pessoal, Roberto Morales Ojeda; o primeiro vice-ministro e chefe de Economia e Planejamento, Alejandro Gil Fernández; e do coordenador nacional dos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs), Gerardo Hernández Nordelo, o presidente cubano conversou com os vizinhos e caminhou — sob uma «chuva» de aplausos e frases de compromisso — uma das artérias onde ainda estão sendo retiradas pedras dos primeiros investimentos realizados para saldar a dívida de longa data com a drenagem de valas na comunidade.

Lá, ele também visitou um consultório médico de família, resultado dos investimentos feitos no referido bairro, no âmbito do programa de atenção integral a bairros e comunidades, que já inclui outros 30 no município de Bayamo.
Nesse sentido, Díaz-Canel foi enfático ao indagar sobre a participação que os moradores daquele bairro têm tido na identificação de suas dificuldades e como resolvê-las.
As prioridades do bairro são definidas pela população e os delegados (vereadores), como seus representantes, devem registrar essas preocupações r propostas do povo na assembleia municipal do Poder Popular, órgão representativo que é a máxima autoridade estatal e governamental nos territórios, precisou o chefe de Estado.
Disse, ainda, que esses projetos estão defendendo o conceito de Poder Popular no bairro, que se baseia na participação de todos e na construção coletiva para resolver os problemas.
A este respeito, insistiu que os bairros não são intervencionados por nenhum ente estatal, mas que o espírito que deve prevalecer é o de fazer um trabalho conjunto entre as empresas e todos os atores da comunidade.
«Ao aperfeiçoar as transformações nos bairros, estamos trabalhando também com vários conceitos que fazem parte da construção do socialismo em nosso país», destacou.

UM TRABALHO ORGULHOSO
Pouco antes de o presidente confirmar parte do louvável trabalho que está sendo desenvolvido no bairro Pedro Pompa, o primeiro secretário do Partido na província Granma, Federico Hernández Hernández, explicou as principais complexidades que a comunidade apresentava antes do início do processo de transformação.
No encontro, no qual estiveram presentes o governador da província, Francisco Escribano Cruz, e vários dirigentes de organizações de massas, dirigentes que contribuem para o programa de transformações e representantes dos bairros, o presidente cubano foi informado das estratégias adotadas para reverter gradativamente situações tão tensas para a família como o abastecimento de água, as ligações à rede de esgoto, a disponibilidade de telefones fixos e o melhor e mais próximo acesso aos serviços básicos.
«É um orgulho tanto para a comunidade ver como em apenas dois meses vem dando lugar a propostas históricas, que ontem quando realizamos a assembleia piloto de prestação de contas, a população ao invés de falar de problemas, falava de soluções», destacou, com voz emocionada, Rosidy de Moya Reyes, vereadora do 155º distrito, que também falou sobre participação, gratidão e esforços compartilhados.

Para apoiá-la veio, por meio de material audiovisual, a voz de Juana, que foi aliviada do peso material de cuidar de duas crianças doentes em situação de vulnerabilidade; e com ela vieram também as palavras de uma mãe solteira que beneficiou de um subsídio, e de outras agradecidas que em Pedro Pompa enfrentam os limites e se unem a este belo trabalho que constrói esperança.
Em relação à atenção que as pessoas vulneráveis merecem, o presidente alertou que independentemente da disponibilização de recursos materiais, também é imprescindível ser sistemáticos no seu acompanhamento e apoio.
Para reforçar esta delicada questão, Díaz-Canel destacou que se está trabalhando para descentralizar os processos necessários para continuar fortalecendo os municípios, e que eles possam exercer a autonomia que promove o desenvolvimento territorial e que, por sua vez, lhes permite ações de apoio nos bairros.
EM PEDRO POMPA MUDANÇA NÃO É UMA UTOPIA
Os dias corridos que há pouco mais de dois meses pintam o cotidiano dos mais de 6.000 moradores do bairro de Pedro Pompa mostram o quanto uma obra pode ser ampliada quando a vontade é a bandeira e o espírito é de sim podemos!, apesar de quaisquer obstáculos ou limitações.

Tanto os residentes como os trabalhadores das 15 organizações envolvidas nas transformações que já se fazem sentir na referida comunidade o podem atestar, pertencente ao conselho popular Camilo Cienfuegos, do município de Bayamo.
Mais de cinquenta ações sociais e a implementação de projetos da Universidade do Granma, da Cultura e do Esporte no território, somam-se também às tarefas que entre os seus principais resultados já contam, para sempre, com o emprego de desempregados, o aprovação de cadernetas de abastecimento temporário e concessão de mais de uma dezena de subsídios a famílias vulneráveis.
Da mesma forma, foram protegidos economicamente mais de trinta famílias vulneráveis, trabalhando-se no investimento para favorecer o abastecimento de água e promovendo a construção de pequenas praças, cinco consultórios do médico e enfermeiro de família e de um posto de atendimento, entre outras ações.
«Em todas essas obras está a contribuição decisiva da comunidade», disse a vereadora Rosidy de Moya ao presidente, com a certeza de que em Pedro Pompa nada será como antes.
E é nesse ir e vir de pessoas que não param, que querem saber o que mais fazer e como contribuir com o seu grão de areia para alargar o canal de um projeto que deixou de ser utopia para se concretizar, aí é «a obra da Revolução, que também começa na vizinhança», assegurou Díaz-Canel.
Depois de encerrar o encontro em Pedro Pompa, o presidente cubano também trocou ideias com executivos e produtores do pólo agrícola Mártires de Artemisa e da empresa agrícola Roberto Estévez Ruz, localizada no município de Cauto Cristo.