ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Photo: Estudio Revolución

«Não basta que os jovens sonhem com o futuro, mas eles têm que aprender a gostar de construir esse futuro». A partir dessa essência, expressa pelo renomado médico Gerardo Guillén Nieto, diretor de Pesquisas Biomédicas do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), muitas das ideias e conceitos expressos na tarde da segunda-feira, 15 de novembro, podem ser melhor compreendidos e aplicados no país, durante um encontro do presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, com membros da Academia Cubana das Ciências e jovens a ela associados.

Há pouco mais de um mês, no primeiro desses intercâmbios com aquele setor, o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista lhes havia pedido que os sistematizassem para tratar dos diversos temas associados ao desenvolvimento da ciência que poderiam ser aperfeiçoados no Cuba.

Nesta ocasião, as análises centraram-se nos recursos humanos e na preparação dos jovens, para os quais, foi acordado no encontro, é «necessário motivar mais pelos ramos da ciência».

Sobre essas motivações e a importância de continuarmos buscando formas de reter nossos jovens profissionais, uma vez que os capacitemos, comentou o doutor em Ciências Orestes Llanes Santiago, vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Tecnológica Cujae.

«Este é» — considerou — «um dos problemas fundamentais que temos para a formação de recursos humanos. O essencial é que eles se juntem ao desenvolvimento do país, não importa se a gente forma médicos que não vão trabalhar em centro de pesquisa ou na universidade e decidem ir para uma empresa ou para o setor não estatal».

«Essa é a forma natural pela qual vamos fortalecer o desenvolvimento do pensamento científico nas empresas, não é a partir da formação de pessoas diretamente nelas, porque para ser cientista é preciso ter vocação», precisou.

«O país está fazendo uma política muito inteligente» — avaliou — «porque está criando espaços para que o setor não importe, o importante é trabalhar para o país, o importante é trabalhar para o país, não importa se você é privado, cooperativo ou estatal».

Precisamente, sobre a contribuição da pesquisa em uma empresa, a drª Heidy Méndez, diretora da Divisão de Pesquisa do Centro de Aplicações de Tecnologias Avançadas (Cenatav), pertencente à empresa Datys, falou durante o encontro, onde fazer ciência é um grande desafio.

«O que nós fazemos lá», destacou, «é um bom exemplo, além da BioCubaFarma, que mostra que é possível fechar o ciclo pesquisa-desenvolvimento-produção-comercialização. É importante saber que há jovens que querem fazer coisas e querem continuar contribuindo, embora a atividade científica nem sempre seja entendida no setor empresarial», precisou.

Outro dos temas amplamente analisados ​​na segunda-feira, 15, foi o relacionado à colaboração acadêmica no exterior. Nesse sentido, a drª   Karina García Martínez, pertencente ao Centro de Imunologia Molecular, explicou o que está acontecendo com muitos dos doutorados que se realizam no exterior.

«Às vezes mandamos alunos para o exterior para fazer doutorado que não tem ligação com os projetos daqui. Mandamo-los quatro anos, para treinar em um projeto, e na maioria das vezes não voltam, porque estão fazendo seu projeto profissional», disse.

Daí sua ênfase no fato de que quando se promovem doutorados no exterior –que são muito úteis para o país– sejam realizados com real colaboração científica, com projetos que desenvolvemos em Cuba.

No aprofundamento do debate — que contou com a presença dos primeiros vice-mnistros Inés María Chapman Waugh e Jorge Luis Perdomo Di-Lella, bem como do presidente da Academia das Ciências, Luis Velázquez Pérez — também se colocaram questões associadas à necessidade de fortalecer a formação profissional dos jovens; a importância de realizar um trabalho científico ágil, para que se mantenha atualizado, e a necessidade de inserir mais a escola no ambiente da comunidade.

«Muitas das questões levantadas» — reconheceu o presidente da República — «mostram que ainda são limitadas as interligações entre o setor do conhecimento, o setor produtivo de bens e serviços, o setor da administração pública e o desenvolvimento territorial para o desenvolvimento da ciência e da inovação».

Nesse sentido, destacou a urgência de desenvolver — a partir do sistema de Governo baseado na ciência e na inovação — uma cultura do entendimento, tanto na administração pública quanto no setor produtivo de bens e serviços, bem como na gestão territorial, para enfrentar todos os problemas que temos da pesquisa científica, e essa inovação realmente se torna a solução para esses problemas.

Insisto — acrescentou — «na orientação que devemos ter em ciência e inovação para o desenvolvimento territorial, para que os municípios realmente conheçam as potencialidades do setor do conhecimento aí, e sejam utilizados em termos de uma melhor gestão governamental».

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