
No debate de domingo, 19 de dezembro, entre os deputados da Assembleia Nacional do Poder Popular, o primeiro secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, refletiu sobre questões estratégicas, especialmente para a economia cubana.
Na Comissão dos Assuntos Econômicos, Díaz-Canel colocou em contexto as lições a serem aprendidas deste ano, marcado pela Covid-19 e pelo bloqueio, que se intensificou com 243 medidas sustentadas destinadas a nos sufocar, provocando uma situação interna e gerando uma explosão social que derrubaria a Revolução.
Também ressaltou que se vivêssemos novamente a pandemia ou uma situação semelhante, certamente faríamos as coisas de maneira diferente, embora a resposta do país fosse notável, devido ao talento do povo, de nossos cientistas, do sistema de saúde.
Isto, disse, «é possível com a conclusão da vacinação, que já cobre 84,7% da população com um cronograma completo de vacinação e, da mesma forma, o progresso deve ser feito prontamente na aplicação da dose de reforço.
Com estes aspectos em mente, o presidente enfatizou que o foco do Plano Orçamentário para 2022 deve ser diferente de como temos trabalhado tradicionalmente. «Devemos entender que, a fim de garantir este processo de revitalização econômica que começa a se manifestar — mesmo que uma situação complexa de escassez ainda persista — os resultados da luta contra a Covid-19 devem ser sustentáveis e não regredir».
Advertiu que há uma necessidade urgente de implementar este plano e a Lei Orçamentária. «Se tivermos que voltar ao isolamento, ao distanciamento físico, à interrupção da atividade econômica e social, os indicadores propostos não poderão ser atingidos».
«As medidas aí contidas», disse, «têm como fim melhorar a situação de nossa economia, não que elas resolvam todos os problemas, mas que nos permitam fazer progressos mais efetivos em sua resolução. Isto, por sua vez, deve ser combinado com tudo o que temos fortalecido em relação ao conceito de Poder Popular, de defender este exercício com mais democracia e participação, como Fidel nos ensinou».
Garantiu que é necessário trabalhar no fortalecimento do Poder Popular, pensando que ele é de baixo para cima, das comunidades para o município, dos municípios para as províncias, e das províncias para o país.
«Muitas vezes», disse, «estamos acostumados a decisões vindas de cima e depois a implementá-las. Quando fazemos isso, há muitos elos no meio, e abrandamos os processos, e também as soluções».
Na proposta do Plano e Orçamento, o presidente da República enfatizou a necessidade de dar competências aos municípios, para que eles possam exercer a autonomia que a Constituição reconhece, e possam tratar de problemas que têm a ver com a abordagem de situações de vulnerabilidade nas comunidades.
«Para que haja democracia e participação, os espaços também devem ser mantidos para que a população possa discutir, propor e avaliar as diversas situações que a cercam», disse.
Argumentou que existem as assembleias de prestação de contas, as das células de base do Partido, o escritório do delegado (vereador) do Poder Popular com seus eleitores, assim como os mecanismos digitais que foram abertos graças ao processo de informatização da sociedade.
O chefe de Estado prestou atenção especial a uma questão essencial: a inflação econômica. Especificou que deve ser entendido que parte deste problema se deve ao fato de que a oferta é menor que a demanda, e que hoje esta demanda está concentrada em medicamentos e alimentos, e que isto deve ser impulsionado. Tudo isso em meio da pandemia e de um bloqueio intensificado, com uma subversão sustentada.
Diante do desafio de aumentar a oferta, refletiu sobre a aprovação, em abril passado, de 63 medidas para promover a produção agrícola, que surgiram de reuniões com as bases, com os produtores, para conhecer suas principais preocupações. Também discutiu os investimentos em fontes de energia renováveis, com o objetivo de continuar mudando a matriz energética do país e tornar-se cada vez menos dependente da importação de combustíveis, o que resultará em maior soberania.
Em outra linha, comentou sobre as causas que levaram ao aumento de alguns preços no setor estatal. «Uma delas», explicou, «tem sido a ineficiência das empresas que, com a regulamentação, tentaram se sobrepor e assumir os novos custos dos aumentos de preços, e isto vai contra o bolso da população».
O primeiro secretário prestou a mesma atenção à melhoria do comércio interno, buscando mais serviços de qualidade, transparência na gestão e diversificação de ofertas, ao mesmo tempo em que exigiu um melhor desenvolvimento do comércio eletrônico e a expansão do serviço de entrega ao domicílio.
«Quando projetamos um sistema de controle eficiente com participação popular, o problema da corrupção acabará, e o mesmo vale para as violações de preços e desvios de fundos», disse Díaz-Canel.
«Da mesma forma», insistiu, «temos que diversificar os mecanismos de comércio exterior e investimento estrangeiro, a fim de torná-los mais ágeis, bem como aperfeiçoar o sistema bancário».
BALÉ NACIONAL DE CUBA, EM HOMENAGEM AO 45º ANIVERSÁRIO DO PODER DO POVO
Com a estreia cubana da peça Sétima Sinfonia, o Balé Nacional ofereceu uma apresentação em homenagem ao 45º aniversário dos órgãos do Poder Popular, aos deputados participantes do 8º período ordinário de sessões da Assembleia Nacional. A companhia, sob a direção geral da Viengsay Valdés, encantou os presentes com as obras Love fear loss, coreografadas por Ricardo Amarante, e Invierno, por Ely Regina.
A Sala Avellaneda do Teatro Nacional, após ter sido fechada devido à pandemia da Covid-19, foi palco da apresentação especial.
A gala contou com a presença de Rogelio Polanco Fuentes, membro do secretariado do Comitê Central do Partido e chefe do Departamento Ideológico; Ana María Mari Machado e Homero Acosta, vice-presidenta e secretário do Parlamento cubano, respectivamente; e Jorge Luis Perdomo, primeiro vice-ministro, entre outros convidados.