
«O que foi prometido está cumprido», disse o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, no início da digressão que fez na quinta-feira, 23 de dezembro, por objetivos de investimento que estão sendo desenvolvidos no país, com participação chinesa, e na qual esteve acompanhado pelo primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz.
Semanas atrás, em um encontro no Palácio da Revolução com empresários de vários países que doaram recursos materiais e financeiros em solidariedade para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, o presidente da República se reuniu em separado com representantes de empresas da República Popular da China, e foi proposto, antes do final de 2021, visitar as entidades onde estão presentes.
Na UEB Gráfica Habana, popularmente conhecida como Combinado de Periódicos Granma, Díaz-Canel constatou o andamento do projeto de reconversão para a produção da imprensa e demais materiais gráficos, onde veio acompanhado do primeiro vice-ministro Ricardo Cabrisas Ruiz e os titulares dos ramos do Comércio Exterior e o Exterior Investimento, Rodrigo Malmierca Díaz, e o das Indústrias, Eloy Álvarez Martínez.

O projeto na área da poligrafia é de âmbito nacional, é desenvolvido em Villa Clara, onde o arranque data de junho de 2020 e a sua operação é classificada como bem-sucedida; em Havana, cujo horário de trabalho permitirá a impressão de jornais, revistas e outros impressos a partir do verão de 2022; e em Holguín, onde estão preparadas as condições para iniciar as grandes tarefas.
Além da instalação de tecnologias modernas, o processo de investimento tem englobado, entre outras atividades, a reforma capital dos edifícios que os abrigam, que em Havana contam com editoras de jornais como Juventud Rebelde, Trabajadores, Tribuna de La Habana e Granma Internacional, entre outras entidades.
As impressoras permitirão a circulação de jornais, revistas, livros para a rede de ensino, cadernos escolares, pôsteres e outras produções de padrão e até de luxo.
A versatilidade dessas tecnologias — explicaram — será uma contribuição para a substituição de importações, podendo imprimir todo tipo de produto, inclusive aquele que teve que ser encomendado de empresas no exterior.
Após indagar sobre detalhes do processo de investimento e a gama de sortimentos que podem ser fabricados, o primeiro secretário destacou a necessidade de se dar a maior atenção aos equipamentos instalados. «Temos que cuidar deles e mantê-los», enfatizou.

Indicou também diversificar as produções em todas as áreas possíveis das artes gráficas, para disponibilizar a mais vasta gama de impressos, tanto à população como à procura de bibliotecas e outras instituições.
Díaz-Canel deu ênfase especial à confecção de cadernos escolares, «mas não qualquer um, tem que ser um caderno escolar cubano». O primeiro secretário imaginou um caderno único, seu, que recolhe em seu conceito e design nossa cultura e história, e assim contribui desde o simbolismo, que os objetos também devem ter, para a formação integral de nossas crianças e adolescentes.
Depois de visitar também o Centro de Operações da Rede Etecsa, onde também são feitos investimentos chineses, o presidente da República visitou a sede da filial Yutong, um dos maiores grupos empresariais automotivos do mundo, especializado na fabricação e comercialização de ônibus.
Depois de agradecer ao presidente cubano pela visita, que contou com a presença do ministro dos Transportes, Eduardo Rodríguez Dávila, o representante do escritório da Yutong, Ariel Yang, explicou que a Ilha é para sua empresa o primeiro mercado estratégico da região, e frisou o forte apoio que a assinatura teve por parte dos principais dirigentes de Cuba e da China, a começar pelo Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz.
Lembrou que os primeiros ônibus chegaram em 2005 e que até 2021 eram 10.665 unidades que atendiam ao sistema de transporte da Ilha, Yang insistiu no propósito de Yutong de continuar participando da construção e do desenvolvimento do transporte cubano.
Também se referiu ao cumprimento permanente da responsabilidade social corporativa que corresponde à empresa, que entre 2020 e 2021 doou 2,2 milhões de euros para apoiar o sucesso da luta de Cuba contra a pandemia.
Díaz-Canel disse que as relações entre Cuba e China são marcadas pelo sentimento e agradeceu à Yutong pelo empenho, «cuja presença» — disse a funcionários da sucursal da empresa em Havana — «é muito importante. Vocês são nossos principais fornecedores de ônibus e fazem parte, como outras empresas chinesas, do nosso Plano de Desenvolvimento Econômico-Social.
Entre outras prioridades do trabalho conjunto da Yutong e do sistema de transporte nacional, o presidente da República destacou a necessidade de manutenção da frota de carros. Enfatizou que esses ônibus prestam serviços importantes no transporte nacional e urbano, no turismo e na transferência de trabalhadores, e em algumas áreas atendem 100% da demanda.
Também os exortou a continuar avançando na montagem dos equipamentos Yutong em Cuba e a analisar a possibilidade, se for conveniente para a empresa, de fazer um maior investimento na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel, dadas as facilidades oferecidas por este espaço, e para que a entidade asiática esteja totalmente aberta ao mercado latino-americano e caribenho.
Díaz-Canel também insistiu na importância de se avançar na aquisição de tecnologias híbridas e elétricas, como a produzida pela empresa chinesa, para alcançar a soberania energética no transporte. Sugeriu que Cuba, como um país tropical e uma ilha longa e estreita, poderia ser um polígono para a Yutong, a fim de continuar desenvolvendo essas tecnologias.
Também os encorajou a se aventurarem mais fortemente em ações de controle e redes de transporte baseadas em sistemas inteligentes, ramo da ciência e inovação que em Cuba tem terreno fértil com a informatização da sociedade, agora como transformação digital.
No encerramento da visita, o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista elogiou os laços entre os dois países. «A Revolução Cubana é uma revolução amigável, uma revolução companheira da Revolução Chinesa», disse.


