ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O primeiro-ministro pediu maior sensibilidade das autoridades, especialmente aquelas que devem ter um impacto direto sobre as comunidades. Foto: tirada do twitter do primeiro-ministro.

«Para alcançar o maior número possível de pessoas necessitadas, para melhor administrar os recursos, para que os líderes de um território — especialmente de um município, o lugar onde acontecem muitas das verdadeiras batalhas pelo bem-estar do povo — assumam a autoridade que lhes é concedida pela lei e sejam mais proativos e diretos, para encontrar soluções mais rápidas, mesmo que não sejam perfeitas, para tantos problemas acumulados. É disto que se trata se o compromisso tem a ver com a transformação de um bairro em Cuba».

As reflexões foram feitas nesta segunda-feira, 17 de janeiro, a partir do Palácio da Revolução, pelo primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, durante uma reunião realizada pelo também membro do Bureau Político, com as autoridades do país — entre elas estavam primeiros vice-ministros, chefes de diferentes pastas, líderes de organizações políticas e de massa, e que também contou com a presença (no seu caso, via videoconferência) do membro do Bureau Político e presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, Esteban Lazo Hernández, bem como do primeiro vice-ministro Comandante da Revolução, Ramiro Valdés Menéndez.

«Há necessidade de uma ação mais direta, estamos deixando de fazer coisas que não passam pelos materiais (de construção)», refletiu o chefe do Governo durante o intercâmbio que tratou do trabalho transformador que vem sendo desenvolvido nas comunidades desde 2021, e sobre o qual Marrero Cruz afirmou: «Isto veio para ficar, mas não exatamente da mesma forma».

Ele o fez em uma clara alusão à necessidade de alcançar um impacto maior sobre um propósito que, apesar dos esforços e do que é projetado como política da liderança do país, ainda não teve o impacto desejado e necessário.

O ponto de partida do dia foi a análise do que foi feito na capital, um assunto sobre o qual o primeiro-ministro reconheceu que em Havana foi feito um «trabalho louvável», que tem melhorado, e no qual o Partido e as autoridades governamentais estão tentando manter o ritmo.

Photo: Estudio Revolución

Luis Antonio Torres Iríbar, primeiro secretário do Partido Comunista em Havana, disse na reunião que 2022 começou bem em termos das ações de transformação nos bairros, pois durante 2021 todos os esforços que continuam nestes dias começaram em meados do ano, enquanto que o período atual tem a vantagem de começar em janeiro, época em que se faz uma avaliação do que foi alcançado há meses, enquanto que as estratégias de mudança são mais bem organizadas, incluindo o aspecto cultural, que pretende deixar uma marca diferente e de maior alcance.

Entre outras ideias, Iríbar salientou que a província tem a responsabilidade não apenas de construir ou restaurar muros: «os esforços», disse, «também são encaminhados a fortalecer as estruturas que garantem a governança em cada cenário, bem como garantir que as pessoas realmente participem de todas as decisões que afetam a melhoria da vizinhança».

Photo: Estudio Revolución

«De 67 comunidades, o trabalho de transformação chegará a 126 no decorrer deste ano», disse o líder do Partido, que também observou que o desdobramento incluiu as comunidades de trânsito, que recebem um tratamento de vizinhança a fim de resolver os problemas ali acumulados.

Por sua vez, o governador da capital, Reinaldo García Zapata, sublinhou que as mudanças se baseiam em ações construtivas e sociais. Por exemplo, disse ele, mais de 9.000 objetos de trabalho já foram concluídos; quase 70 grupos de prevenção social foram formados, e o trabalho tem sido feito em tarefas como a entrega de cadernetas de racionamento, legalização de moradias, passos para permitir que um grupo de jovens continue seus estudos ou para que mães com vários filhos tenham um emprego.

«Em termos de transformação de lugares», disse García Zapata, «mais de 111.000 toneladas de asfalto foram colocadas, quilômetros de estradas foram construídos e houve um intenso trabalho de saneamento. Todos esses esforços», disse o governador de Havana, «se baseiam em análises sistemáticas e intercâmbios sustentados com as autoridades locais».

Várias vozes foram acrescentadas à reflexão coletiva, incluindo a do ministro da Cultura, Alpidio Alonso Grau, que falou sobre a dimensão espiritual da ação transformadora nos bairros, e sobre o potencial existente no campo da cultura. O mais importante, frisou, «é a mudança de conceito com a qual vamos trabalhar na programação cultural. Diante destes espaços», disse, «houve uma resposta muito entusiasmada da vanguarda artística».

Como a visão de uma comunidade é multifatorial, e porque cada ministério do país está participando ativamente deste cenário, a ministra da Educação, Ena Elsa Velázquez Cobiella, e a ministra do Trabalho e Previdência Social, Marta Elena Feitó Cabrera, também compartilharam suas opiniões. Este foi o caso porque o estudo e as opções de emprego, os diagnósticos para garantir que estas conquistas da Revolução cheguem efetivamente àqueles que precisam delas, são pilares do salto social ao qual aspiramos.

Ao final da reunião, o primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, defendeu a busca de formas mais práticas e expeditas de alcançar as pessoas necessitadas, por exemplo, na busca de soluções para questões prioritárias como a moradia. Pediu maior sensibilidade por parte das autoridades, especialmente aquelas que deveriam ter um impacto direto sobre as comunidades, e em geral se referiu ao valor de avançar na tarefa de apoiar o povo, para que a confiança, mais do que apenas uma palavra, se torne uma verdadeira conquista.