
«A melhor interrelação dos investimentos com a geração de empregos e necessidades territoriais, a qualidade dos serviços das empresas importadoras e exportadoras, as projeções para o desenvolvimento local, a melhoria do comércio interno e o design de um conjunto de medidas para controlar a inflação, fazem parte dos desafios que nossa economia enfrenta hoje», disse o primeiro-secretário do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, durante o balanço anual do ministério da Economia e Planejamento (MEP) realizado na quinta-feira, 3 de março, na sede daquele órgão, na capital.
Acrescentou, a este respeito, a necessidade de voltar à natureza essencial da Tarefa Ordenação e de recuperar os equilíbrios sociais, de um planejamento estratégico e financeiro menos administrativo e burocrático, para conseguir maior autonomia para os municípios e como conseguir maior oferta de bens e serviços para a população.
«A empresa estatal socialista tem o desafio de liderar o processo de reconhecimento de todos os atores econômicos, e de ser capaz de criar as interrelações e vínculos necessários com o setor não-estatal, e para isso é necessário redimensionar o sistema empresarial, afastar-se das estruturas burocráticas e verticais, e também estar consciente da responsabilidade social da empresa estatal».
«Da mesma forma, devemos manter um diálogo permanente com empresários, acadêmicos e atores econômicos, pois isso nos ajudará a entender os processos e o que devemos continuar melhorando», disse.
DE PROJEÇÕES E DESAFIOS
«Apesar das complexidades que a economia enfrenta, 2021 foi um ano prolífico em termos de transformações, o que nos coloca em uma posição melhor», disse o primeiro vice-ministro e titular do MEP, Alejandro Gil Fernández.
O início da reorganização monetária, as medidas implementadas para dar maior autonomia às empresas estatais, a melhoria dos atores econômicos, as 63 medidas para a agricultura, o trabalho nos bairros, a atenção às pessoas e comunidades em situações vulneráveis e o sistema de gestão para a implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social até 2030 (Pndes) através de macro programas, programas e projetos, foram avanços importantes», argumentou.
Gil Fernández disse que a dolarização parcial da economia nas relações entre empresas, e destas com o setor não estatal, as mais de 500 empresas deficitárias e os desvios do design da ordem monetária, fundamentalmente em termos de inflação no varejo, se destacam entre as questões negativas de 2021, aspectos sobre os quais devemos concentrar nossa atenção este ano. Como parte destas projeções de trabalho, o progresso no refinamento do planejamento anual com uma abordagem mais financeira e menos alocativa faz parte desta projeção de trabalho.
Indicou que o processo deve continuar sendo aperfeiçoado para permitir maior flexibilidade e adaptabilidade aos novos contextos nos quais a economia nacional está se desenvolvendo, transformando os mecanismos tradicionais focados na alocação de recursos para o setor estatal da economia.
«A concepção e implementação de uma proposta abrangente para o processo de descentralização progressiva do acesso aos principais recursos da economia também será aprofundada», disse.
Também enfatizou que a estratégia econômica e social do país foi atualizada, com 158 medidas, e constitui o instrumento de trabalho para o cumprimento do Plano este ano.
«A melhoria do planejamento territorial para o desenvolvimento econômico e social sustentável, com maior autonomia para os municípios no uso de seus recursos, é também uma das principais transformações a serem realizadas», disse o primeiro vice-ministro.
Apontou a necessidade de eficiência no processo de investimento, o que requer novos métodos para alcançar um maior retorno. «Devemos nos concentrar», disse, «em sistemas de incentivo para investidores diretos, de acordo com suas responsabilidades e obrigações, a fim de alcançar maior eficiência nos processos, bem como uma nova metodologia para a realização de estudos de oportunidade e viabilidade».
Destacou que é preciso continuar avançando nas transformações, e que é necessário avaliar o impacto das medidas que foram aplicadas, bem como a assimilação das regulamentações relacionadas, a fim de conceder-lhes maior autonomia, para que possam agir com maior facilidade, com base na inovação e nos vínculos produtivos.
O ministério também tem a responsabilidade de continuar impulsionando o processo de criação de novos atores econômicos e sua inserção efetiva na economia cubana, enquanto é necessário um trabalho mais detalhado com as micro, pequenas e médias empresas estatais (MPMEs), além de monitorar os procedimentos associados, a fim de evitar atrasos desnecessários.
Como parte do intercâmbio, Ivón Rodríguez, diretora jurídica do MEP, referiu-se ao sistema empresarial e ao conjunto de medidas aprovadas para dotá-lo de maior responsabilidade, autonomia e gestão. «A força do socialismo está no empreendimento estatal socialista, e devemos fazer dele um ator sólido e robusto na busca da sustentabilidade e prosperidade da nação», concluiu.