
Cuba continua, contra bloqueios, ataques e mentiras. Tentativas de cercá-la e isolá-la mostraram mais uma vez que estão fracassando: aqui estão jornalistas, intelectuais, artistas e comunicadores de vários países reunidos no Colóquio Internacional sobre o jornal Patria organizado pela União dos Jornalistas Cubanos, realizado na Casa das Américas em Havana.
Mais uma vez, a solidariedade internacional e o compromisso se expressam com Cuba, que enfrenta uma política de asfixia econômica e de cerco da mídia liderada pelo governo dos Estados Unidos. A administração do presidente Joe Biden manteve as diretrizes estabelecidas por seu predecessor, Donald Trump, enfatizando mais uma vez a dimensão bipartidária da política contra a Ilha.

A consequência desta continuidade foi expressa na ausência de um relaxamento do bloqueio mesmo em tempos de pandemia que, no caso de Cuba, foi combinado com as restrições sanitárias necessárias e, consequentemente, o fechamento do turismo internacional e de suas receitas. A aposta de Washington, os setores sempre golpistas da Flórida, foi usar este cenário para lançar uma ofensiva desestabilizadora, como podia ser visto em 2021.
Esta ofensiva foi acompanhada por uma imensa campanha da mídia internacional através de redes sociais, grandes veículos de comunicação e fundações, que prepararam, acompanharam e maximizaram os eventos que aconteceram. As mentiras e a criação de falsas realidades a ponto de projetar uma situação muito distante do que estava realmente acontecendo faziam, previsivelmente, parte do livro de receitas.
Isto não significa ignorar as dificuldades materiais da população e os desafios políticos internos. Mas a situação econômica não pode ser compreendida sem o bloqueio que afeta todos os aspectos da vida cubana: o fechamento dos canais de envio de remessas, sanções contra aqueles que comerciam com a Ilha e até mesmo a tentativa de fechar a mídia, por exemplo, impossibilitando o uso de plataformas que são comumente utilizadas na maioria dos países.
Esta é a persistência e o agravamento de uma agressão que está ocorrendo em um contexto de crise global e o declínio da hegemonia dos EUA. Os EUA estão enfrentando uma já evidente perda de capacidade para moldar o mundo de acordo com sua estratégia e necessidade, como demonstrado pela recente retirada caótica do Afeganistão ou pela atual guerra na Ucrânia.

Cuba está em pé, tal como desde 1959, com novas respostas a serem encontradas, uma história a ser defendida e portas sempre abertas para amigos sinceros. Este Colóquio Internacional Patria, em homenagem aos 130 anos da fundação desse jornal por José Martí, mostra mais uma vez que Cuba não está sozinha, que está avançando, debatendo, encontrando-se na Casa das Américas, a casa do continente, um horizonte comum e necessário.
Marco Teruggi
Daniel David Devita
Gustavo Javier Arroyo
Bruno Lonatti
María Fernanda Ruíz
Ana Silvia Fernández
Javier Couso
Ana Hurtado
Carlos G. Penalva
Orlenys Ortiz
Gustavo Borges Revilla
Heizel Patiño
Jerónimo Zarco
Pedro Santander
Manolo de los Santos
Ben Becker
Vivian Fernandes
Wafica Mehdi
Casa das Américas, Havana, 15 de março de 2022.




