
«Reafirma-se a tendência de que continuará havendo um controle, uma possível diminuição (da incidência da doença) muito gradual, muito lenta», disse na terça-feira, 15 de março, do Palácio da Revolução e em referência ao comportamento da epidemia da Covid-19 em Cuba, o membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz.
A esta abordagem encorajadora, baseada em números e gráficos precisos, o chefe do Governo acrescentou, entretanto, a advertência de que há províncias que tendem a aumentar os números de incidência, como Santiago de Cuba, Guantánamo, Ciego de Ávila, Cienfuegos, Matanzas, Havana, Artemisa e Pinar del Río.
Manuel Marrero Cruz falou da necessidade de medidas oportunas para «evitar que esta situação saia do controle». Fê-lo na reunião do Grupo de Trabalho Temporário para a prevenção e controle do coronavírus, que foi liderada pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, bem como pelo vice-presidente da República, Salvador Valdés Mesa.
O chefe do Governo também declarou: «Temos que alcançar a sustentabilidade de todo o processo de imunização». Sua ênfase se baseia na certeza de que «haverá novas tensões, haverá ressurgimento em alguns lugares», em um contexto onde «a vida nos mostrou que o processo de imunização que foi seguido no país é o que nos colocou nesta situação (favorável)».
«De um ponto de vista econômico, social e até psicológico», argumentou Marrero Cruz, «seria muito negativo voltar a um processo de fechamento, de medidas de contenção, de isolamento. É vital defender o que foi alcançado, manter as medidas epidemiológicas e não retroceder no processo de diminuição dos indicadores de contágio da Covid-19».
É assim que deve ser, frisou, «até que tenhamos um controle definitivo, para que um dia possamos também esperar poder relaxar algumas das medidas que ainda restam».
Por videoconferência, as autoridades de cada província e o município especial da Isla de la Juventud trocaram com os líderes do país sobre a situação epidemiológica em cada território, e outras questões relevantes para a vida nacional.
A primeira parte da reunião foi liderada pelo ministro da Saúde Pública (Minsap), José Angel Portal Miranda, que anunciou que no final da dezena de semanas (data de 12 de março), a transmissão da Covid-19 havia diminuído 36,2% em comparação com fevereiro.
«Os níveis mais altos de transmissão no mês atual», segundo o ministro, «estão nas províncias de Holguín, Sancti Spíritus, Matanzas, Ciego de Ávila e Las Tunas. Esses territórios representaram 58,6% dos casos diagnosticados no país durante o mês de março».
Portal Miranda compartilhou uma informação que faz disparar os alarmes e que motivou conceitos como os compartilhados na reunião de Manuel Marrero Cruz: na semana que acaba de terminar, o número de casos diagnosticados como positivos para a Covid-19 aumentou em 7,3 %.
Para abordar estas questões, que estão diretamente relacionadas com a saúde dos cubanos e a defesa da vida, a habitual reunião de especialistas e cientistas envolvidos em atividades científicas e de inovação tecnológica para combater o coronavírus foi realizada anteriormente, também a partir do Palácio da Revolução.
Em uma sessão liderada pelo presidente Díaz-Canel, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz, bem como os primeiros vice-ministros Inés María Chapman Waugh e Jorge Luis Perdomo Di-Lella, foram apresentados os modelos matemáticos e as previsões, Raúl Guinovart Díaz — reitor da Faculdade de Matemática e Informática da Universidade de Havana — deixou claro que, tal como disse o especialista, «em geral, a epidemia está sob controle, mas os casos ainda aparecem em todos os territórios, com exceção do município especial de Isla de la Juventud».
Em seguida, o doutor em Ciências Agustín Lage Dávila fez uma dissertação sobre a pandemia da Covid-19 e suas implicações para a pesquisa clínica. Em essência, ele lançou luz sobre como os desafios colocados pelo coronavírus para a ciência e o sistema de saúde na Ilha tornaram necessário romper com os paradigmas clássicos dos estudos realizados até o momento.
«A epidemia», comentou o cientista, «levou à condensação dos tempos de pesquisa e deixou certezas como o fato de que a força do sistema de saúde cubano reside no desenvolvimento simultâneo e entrelaçado dos cuidados primários e da indústria biotecnológica».
Como prova de que o pensamento na Ilha não pára e tem o bem-estar dos seres humanos em seu horizonte, os presentes na reunião puderam ouvir uma dissertação sobre a introdução e otimização de novas tecnologias e metodologias para a histocompatibilidade dos transplantes em Cuba, dada por Arturo Chang Monteagudo, doutor em Ciências.







